quarta-feira, 27 de maio de 2009

Elaborando Projetos de Pesquisa



UNIVERSIDADE ESTADUAL DA PARAÍBA
Centro de Humanidades/Departamento de Geografia e História
IV – SEMAGEO - 2009


Elaborando Projetos de Pesquisas
Belarmino Mariano Neto

TERRA - Grupo de Pesquisa Urbana Rural e Ambiental
http://olhargeografico.blogs.sapo.pt/ ou http://observatoriodoagreste.blogspot.com/
belogeo@yahoo.om.br
1. Noções Básicas:
O que é um projeto? Um empreendimento planejado a partir de um conjunto de atividades, inter-relacionado e coordenado para um fim específico sendo limitado por um orçamento e tempo determinado. Ao escrever o projeto você cria um veículo de comunicação sobre o processo ordenado e objetivo para a solução do problema ou análise e compreensão do problema proposto para a pesquisa.
Algumas questões precisam ser levantadas antes de qualquer projeto: O que especificamente quero fazer? Por que fazer? O que quero alcançar? Onde quero chegar? Qual será o impacto do que estou propondo? O que mudará?

2. Pressupostos:
Existência de um problema concreto ou fenômeno de estudo;
Existência de idéias para a solução do problema ou análise do fenômeno;
Transformação das idéias em ações práticas ou construção de teorias explicativas;
Existência de recursos para a realização do projeto e empreender as ações propostas;
As soluções podem ser participativas (ações coletivas) se o projeto for de demanda social, interesse de empresas ou governo.

3. Estrutura do projeto: O que e como fazer?
3.1 Título: Relativo ao conteúdo da pesquisa proposta. O nome do projeto deve despertar de imediato o elemento identificador da pesquisa. Deve oferecer uma imagem do que se vai fazer. O local e o período de que se trata.
3.2 Tema: relacionado com a linha de pesquisa e sua base ou área de conhecimentos, campo e ou categorias de estudo para o qual você pretende propor a pesquisa;
3.3 Introdução: Deve conter especificamente o que será feito e como se fará. Responder exatamente o que se pretende realizar. Uma síntese do todo: problema, objetivos, metodologia, público alvo e alcances. É uma imagem precisa do todo. Uma espécie de fotografia o mais nítida possível. O que se quer alcançar, onde se quer chegar.

4. Hipótese e Justificativa:
4.1 A Hipótese parte de uma proposição que se admite, independentemente do fato de ser verdadeira ou falsa, mas unicamente a título de um princípio a partir do qual se pode deduzir determinado conjunto de conseqüências; suposições ou conjecturas, pelas quais a imaginação antecipa o conhecimento, com o fim de explicar ou prever a possível realização de um fato e deduzir-lhe as conseqüências. É o que filosoficamente considera-se como o conjunto de proposições antecipadas provisoriamente como explicações de fatos, fenômenos naturais e ou sociais com explicação científica, metódica e organizada que ainda carece de uma comprovação.

4.2 A Justificativa consiste na apresentação dos motivos que sustentam a provável solução do problema. Validade da pesquisa, condições de trabalho, importância da execução do projeto, tanto na perspectiva da utilidade, quanto da produção de conhecimentos. É preciso descrever por que o projeto é essencial para atingir o problema apresentado, sua situação e o contexto para o projeto. No caso a pessoa deve se colocar em condições para realizar tal trabalho, demonstrando antecedentes e propósitos que credenciam o proponente. Deve também demonstrar os beneficiários diretos e indiretos do projeto, tanto no presente quanto no futuro.

5. Objetivos:
Uma definição clara dos pontos a atingir. Descrever de forma precisa a idéia central do projeto qualificando o que for possível. No geral buscar uma compreensão ou uma análise do fenômeno pesquisado. Para tal se busca especificidades que garantam identificar, relatar, observar, classificar, pontuar, organizar, equipar, promover, estudar e muitas outras questões específicas para solucionar o problema pesquisado.

6. Base Teórica:
Compreende um conjunto de autores, leis e teorias já existentes e que serão essências para o andamento da pesquisa. Explicitar claramente os autores escolhidos, suas escolas de pensamento e categorias de conhecimentos as quais estão vinculados. É importante justificar o aporte teórico escolhido especificando a relação com a pesquisa proposta.

7. Metodologia:
Quase todos os manuais de metodologia da pesquisa apresentam quatro questões do método: Como? Onde? Quando? Quem?
Como serão realizados a pesquisa, seu método e estratégias? Como se alcançarão os objetivos propostos e como será administrado? Onde será executado o projeto e as atividades decorrentes do mesmo? Quando representa o tempo que o projeto pretende cobrir. Quando representa as etapas para a realização da pesquisa. Quem serão as pessoas envolvidas com e na pesquisa? A definição a priori de um caminho seguro e definido para a realização da pesquisa. Descrição das atividades, critérios adotados e a maneira como serão realizadas. As condições teóricas e técnicas para a execução do trabalho. O tipo de pesquisa e como será desenvolvida a pesquisa na prática. Caminhos, ferramentas, técnicas, critérios, controle e monitoramento são os passos essenciais do processo metodológico.

8. Cronograma:
Definição temporal das etapas ou momentos para a realização das atividades. Previsão para o inicio e termino de cada ação teórica e prática. O pesquisador deve construir uma tabela com as várias atividades e os períodos em meses e anos, marcando com (x) o tipo de atividade semanal, mensal, bimestral, etc.

9. Orçamento:
Definição dos recursos humanos, materiais e financeiros. Previsão de gastos e possibilidades de carrear recursos e apoios para a realização do trabalho. Os recursos humanos podem ser internos ou externos ao projeto, em especial os apoios pessoais e o grau de envolvimento. Os recursos materiais representam aparelhos, equipamentos, ferramentas e materiais de escritório e ou consumo. E os recursos financeiros são voltados para aquisição de materiais e despesas com serviços indispensáveis a pesquisa.

10. Limitações e Execução:
Definição das restrições ‘a execução do projeto. Apresentar as dificuldades que terão que ser superadas e os prováveis meios de superação. Feito isso o projeto já pode ser iniciado.

11. Avaliação:
Passa pelos os mecanismos e responsáveis pela avaliação do projeto, banca examinadora, camisão ou grupo de trabalho, entidade ou grupo social envolvido com o desenvolvimento do projeto. Avaliar o projeto, sua execução e os resultados apresentados. É bom lembrar que o processo de avaliação levará em conta a definição metodológica; indicadores qualitativos e quantitativos; pontos críticos, alcance dos objetivos e metas; efeitos negativos do não cumprimento da propositura e recomendações para a solução dos problemas.

12. Fechamento ou conclusão:
Representam o comprimento de todas as etapas propostas, metodologias aplicadas; objetivos cumpridos e resultados alcançados. Prestação de contas, produção de relatório, texto final, anexação de materiais levantados e defesa pública dos resultados do projeto.

13. Código de Ética:
Toda e qualquer pesquisa que envolva seres vivos do reino monera, vegetal e animal exigem a assinatura de um compromisso ético na produção de conhecimentos para o beneficio da humanidade e proteção do meio ambiente. A pesquisa com grupos sociais ou indivíduos exige do pesquisador informar o seu total interesse e de que se trata à pesquisa, solicitando das pessoas envolvidas a assinatura de um termo de autorização para a realização da pesquisa. Esse procedimento vale para empresas, instituições e órgão públicos em geral. O não cumprimento destas exigências inviabiliza a validade de todo um trabalho de pesquisa.

A GEOGRAFIA E O PLANEJAMENTO AMBIENATAL
Belarmino Mariano Neto

Pensar a ciência geográfica nos dias atuais, passa pela compreensão dos diferentes estágios de desenvolvimento da sociedade humana em sua direta relação com a natureza. Quatro elementos fundamentam o conhecimento geográfico: Espaço, Tempo, Sociedade e Natureza. Estes são bases para a construção material e formal da ciência geográfica.
O espaço geográfico é representado como sendo a relação espacial que processa a interação entre os elementos da paisagem natural (meio físico ou ambiental) e os elementos da paisagem humana (meio sociocultural, político-econômico e técnico-informacional). Este como uma construção histórica da sociedade em suas diversidade, contradições, consensos e conflitos. Para realizar seus estudos e práticas científicas, o geógrafo colhe dados e informações para suas análises através do sensoriamento remoto e aerofotogramentria; trabalhos e pesquisas de campo para o estudo do meio; levantamentos estatísticos; análise de mapas e cartas topográficas; entrevistas, questionários, relatórios de pesquisas e reflexões do seu olhar geográfico que apontem para uma geografia fenomenológica e da percepção. O estudo da geografia cultural a partir de diferentes elementos como religião, herança cultural, experiências comunitárias e tradições que marcam a organização dos povos, são essenciais para um estudo de geografia em sentido amplo.
O Tempo é aqui pensado como processo continuo de transformações ritmados pela dinâmica sócio-econômica, técnico-científica e informacional categorizados pela história e cultura humana na natureza. O tempo é pensado também nos ritmos da natureza e em seu quase que completo atropelamento pela lógica de tempo tecnológico do humano. Tempo enquanto idéia de compartimentação, fragmentação, rapidez e fluidez em constante metamorfose (SANTOS, 2001:80-83).
A sociedade como todo o complexo de relações humanas, conflitos, convergências, valores e atitudes de indivíduos ou comunidades que associam ou desassociam segundo interesses ou pressões, disputas e controles estabelecidos pelo poder político estabelecido pelos grupos, aceitos ou contestados ao longo dos eventos de cada sociedade. Esta enquanto uma construção histórico-cultural e política. As marcas cotidianas e as idéias de cidadania em lugares e vazios territoriais representados pelo artifício do poder, técnica e dominação. A sociedade, a comunidade e o indivíduo enquanto marcas e desafios para a cooperação, solidariedade e utopias.
A natureza enquanto idéia de vida sistematizada em elementos bióticos e abióticos que interagem num constante fluxo de energia em infinitas possibilidades de desenvolver a vida ou a não vida. A natureza cientificamente pensada em grandes e pequenos sistemas que se constróem a partir dos elementos fogo, ar, água e terra e estes se manifestam em diferentes estados e combinações até atingirem o estado biológico em múltiplos estados e formas. A natureza pensada como suporte físico dos vários fenômenos geográficos, ecológicos, biológicos, geológicos, hidrológicos, fitológicos e químicos. Que serve como princípio elementar da ciência dos humanos. As dimensões tempo/espaciais manifestadas em elementos da natureza e a possibilidade de teorias calcadas em sistemas, geossistemas, ecossistemas. Estes não apenas enquanto ordenações, mas também como desordem, complexidade, acaso, destruição, estagnação e teoria das catástrofes. (ATLAN, 1992:184).
Um grande número de pessoas, contudo, desconhece as várias aplicações da geografia em diferentes atividades humanas, e, na medida em que se torna cada vez mais complexa a evolução, a dinâmica e a organização do espaço geográfico em escala regional e mundial, o geógrafo deve ser solicitado cada vez mais a contribuir no seu planejamento, pois ele é o especialista que tem a visão global e particular das múltiplas interações do espaço.
O profissional em Geografia é peça chave na análise e planejamento ambiental. Dentre as diversas formas de atuação do geógrafo, é importante chamar a atenção para algumas delas:
Ø A análise das relações entre as atividades e sistemas econômicos, sociais e culturais na relação com o meio ambiente. É fundamental compreender as ações da sociedade e seu modelo de desenvolvimento econômico no conjunto dos fenômenos que se processam na zona de contato entre as massas sólidas, líquidas e gasosas do planeta em que a sociedade exerce um forte papel de transformadora das condições naturais dessa ecosfera socialmente transformada.
Ø A responsabilidade no mapeamento de recursos naturais, demográficos, transportes, industriais, comunicações e energéticos. A cartografia e os recursos tecnológicos modernos dão base para que o profissional em Geografia pessoa subsidiar informações precisas ao planejamento ambiental.
Ø Quando a organização do espaço geográfico, divisão político-administrativa e gestão territorial em escala local, regional e macrorregional. As diferenças e valores políticos que marcam a complexidade do globo. Estágios diferentes de desenvolvimento, disputas ou cooperação são elementos que o geógrafo utiliza na análise dos arranjos espaciais.
Ø Análise do papel dos investimentos e intervenções no meio ambiente: públicas, privadas, nacionais e internacionais. Muitos são os interesses na apropriação e exploração da natureza. Na maioria dos casos, os impactos nos ecossistemas afeta o patrimônio natural de forma irremediável. Quando ocorre um investimento lucrativo, representando desenvolvimento econômico e progresso tecnológico sem planejamento, as populações do presente, as gerações futuras e o meio ambiente estão comprometidos em seus êxitos de continuidade. O Especialista em geografia tem papel relevante na análise das políticas internacionais, nacionais, regionais e locais. Compreender as direções e dinâmicas da complexidade humana representa criar condições científicas e técnicas para melhor gerir o território.
Um exemplo é o planejamento urbano. A cidade representa o mais forte espaço das interações humanas. Um sistema eminentemente cultural, extremamente marcado pelos interesses e valores econômicos.
O urbano, edificado em suas várias esferas estabelece valores econômicos, políticos, socioculturais que variam em função da infra-estrutura. A cidade vive a constante metamorfose do espaço mercadoria em todos os seus arranjos. Nos dias atuais existe uma grande preocupação em torno das questões do ambiente urbano. O planejamento urbano, o código urbano e funções urbanas.
Os problemas da cidade e o conhecimento aprofundado dos mesmos podem representar uma alternativa de gestão desses espaços de forma mais racional como a cidade se tornou no espaço privilegiado das ações humanas, sua organização em escala ampliada passa pelo olhar geográfico. O administrador de uma cidade que não conta com planejadores geógrafos em suas equipes administrativas, pode dar muitos passos errados.
Os avanços da geografia na produção científica que enfoca o espaço urbano são sem sombra de dúvidas significativas. Não querendo diminuir o papel de outros agentes do urbano como arquitetos ou engenheiros. Estes conseguem produzir na visão escalar da prancheta o projeto da habitação e construção em geral. Muitos destes arquitetos projetam áreas inteiras e até cidades que serão depois ocupadas. Ao geógrafo cabe analisar os arranjos espaciais do urbano na escala real ou cartográfica de uma cidade, uma zona metropolitana, ou uma região inteira. Eminentes geógrafos no mundo todo dedicaram décadas de estudo cotidianos da cidade. Milton Santos é um dos maiores produtores de analises e reflexões para que possamos compreender o espaço urbano e seus diferentes estágios.
O meio ambiente e o desenvolvimento são nos dias atuais duas questões de interface para todas as ciências. São duas forças antagônicas: o desenvolvimento econômico e a preservação ambiental. Processos como industrialização, urbanização e crescimento demográfico, degradação e poluição ambiental disputam o espaço limitado da terra e da natureza. Os ecossistemas naturais, sistemas agrícolas e sistemas urbanos são focos de diferentes estudos.
A Geografia tem importante papel na análise e planejamento ambiental. O geógrafo é indispensável na elaboração de avaliações de impactos ambientais (AIA, EIA OU RIMA), consistindo no estudo do funcionamento dos diferentes geossistemas terrestres e das formas de utilização desses sistemas pelas atividades das sociedades e economias humanas.
A gestão territorial e ambiental, seja em escala privada ou estatal, deve contar com a participação do profissional em geografia. O atual modelo de desenvolvimento econômico adotado em escala global reflete os valores culturais da indiscriminada exploração do patrimônio natural e cultural estabelecido pelos diferentes civilizações. Sem sombra de dúvidas, o capitalismo foi (e estar sendo) o sistema econômico que mais modificou o espaço geográfico. Tanto em velocidade tempo/espaço, quanto em destruição dos sistemas naturais e de sociedades nativas em territórios da África, América, Ásia e Oceania.
O papel da geografia enquanto ciência moderna nos primeiros estágios do capitalismo (comercial/mercantil e industrial/imperialista), foi servi de base técnica e científica para consolidação do sistema e seus interesses nos vários territórios ocupados internacionalmente. Na busca de “espaço vital” e consolidação do imperialismo capitalista, as marcas despreocupadas de exploração das florestas tropicais, escravidão (genócidio/etnocídio) dos povos nativos e acumulo crescente de riquezas na Europa e América do Norte (EUAS/Canadá), deixaram um saldo contaminante de pobreza e destruição global. A submundialização convive lado a lado com o desenvolvimento. Países pobres acumulam elevadas taxas de pobreza (IDH/ONU – Índice de Desenvolvimento Humano). Países descapitalizados, dependentes econômica e tecnologicamente, tentam acessar o mercado com os recursos naturais e de solo (agropecuária) que ainda restam em seus territórios (petróleo, gás natural, carvão mineral, outros minerais e vegetais). Para gerar alguma infra-estrutura urbana ou rural recorrem a empréstimos internacionais, comprometendo suas balanças comerciais e a frágil soberania nacional.
Empresas estrangeiras (multinacionais ou transacionais) estabelecem relações de produção em diversos territórios do globo. Um princípio norteia estas empresas, lucro fácil e rápido. Assim conseguem mão-de-obra e matéria-prima baratas e abundantes; mercado consumidor em estágio de crescimento; recursos energéticos; facilidade no envio de lucro para a matriz do capital investido; facilidades fiscais ou tributárias e leis ambientais que frouxas ou que não sejam cumpridas efetivamente. São verdadeiros paraísos para as ações do capitalismo monopolista em sua trajetória global.
Estes são apenas alguns argumentos de compreensão geográfica. O conhecimento geográfico é a base para qualquer avaliação, perícia ou planejamento ambiental.
Mesmo sabendo que nem sempre, o conhecimento geográfico agrada os agentes investidores ou exploradores da natureza e da sociedade. Isso talvez justifique que não existe um reconhecimento do papel do geógrafo, pois este reconhecimento pode comprometer os interesses e as decisões do Estado ou empresas em suas ações e práticas de poder.
Tanto os currículos universitários como a legislação vigente habilitam o GEÓGRAFO a atuar nas seguintes áreas:

1. PLANEJAMENTO GEOAMBIENTAL
Ø Elaboração de Estudos e Relatórios de Impacto Ambiental ( EIA’s, RIMA’s );
Ø Avaliações, pareceres, laudos técnicos, perícias e gerenciamento de recursos naturais;
Ø Plano e Relatório de Controle Ambiental ( PCA e RCA );
Monitoramento Ambiental.
2. MEIO FÍSICO
Ø Caracterização do meio Físico;
Ø Planos de recuperação de áreas degradadas;
Ø Estudos e pesquisas geomorfológicas;
Ø Climatologia;
Cálculo de energia do relevo.
3. CARTOGRAFIA
Ø Mapeamento Básico;
Ø Mapeamento Temático;
Ø Cartografia Urbana;
Ø Delimitação do espaço territorial municipal, distrital e regional;
Ø Cartas de declividade e perfil de relevo;
Ø Cálculo de áreas; transformação e cálculo de escalas; locação de pontos ou áreas por coordenadas geográficas;
Ø Interpretação de fotografias aéreas e imagens de satélite;
Geoprocessamento e cartografia digital.
4. HIDROGRAFIA
Ø Delimitação e Plano de Manejo de Bacias hidrográficas;
Ø Avaliação e estudo do potencial de recursos hídricos;
Ø Controle de escoamento, erosão e assoreamento dos cursos d’água.
5. PLANEJAMENTO
Ø Planos diretores urbanos, rurais e regionais;
Ø Cadastro técnico urbano e rural multifinalitário;
Ø Ordenamento territorial;
Ø Elaboração e gerenciamento de cadastro rurais e urbanos;
Ø Implantação de gerenciamento de sistemas de Informações geográficas ( SIG );
Ø Estruturação e reestruturação dos sistemas de circulação de pessoas, bens e serviços;
Ø Pesquisa de mercado e intercâmbio regional e inter-regional;
Ø Delimitação e caracterização de regiões para planejamento;
Ø Estudos demográficos (populacionais) e geo-econômicos.
6. TURISMO
Ø Levantamento do potencial turístico;
Ø Projeto e serviços de turismo ecológico (Identificação de trilhas);
Ø Gerenciamento de pólos turísticos.
7. INSTRUMENTAL E MÉTODO DE TRABALHO
O Geógrafo acrescentou ao seu tradicional método de trabalho, que compreende a pesquisa de campo e a análise em gabinete, uma série de avançados instrumentos técnicos: - Fotografias aéreas, imagens de satélites, software de Geoprocessamento, Sistema de Informações Geográficas, Bancos de Dados e Cadastros Multifinalitário, bem como o uso do GPS/DGPS (Sistema de Posicionamento Global Via Satélite). Além de outros meios que são comuns as ciências sociais e humanas.
Se o profissional caminha com ética na precisão dos seus laudos ou perícias em estudos ambientais, ele compromete os interesses racionais, descarta as facilidades, exige mudanças nos planos de intervenção do meio ambiente. Reconhecer o geógrafo enquanto profissional indispensável no planejamento ambiental fará uma grande diferença para o futuro do planeta e da própria humanidade.

BIBLIOGRAFIA
ARRUDA, Arlete Aparecida H. e ALMEIDA, Mª. Eliete. Desastres Naturais. Canoas R.S.: ULBRA, 1995.
ATLAN, Henri. Entre o Cristal e Fumaça. Rio de Janeiro. Jorge Zhar editor, 1992.
BÉGUERY, Michel. A exploração dos oceanos. São Paulo: Difel, 1979.
BOFF, Leonardo. Ecologia Mundialização Espiritualidade. São Paulo: Ática, 1993
BOOKCHIN, Murray. Por uma Ecologia Social. Rio de Janeiro: Utopia, nº 4, 1991
Carlos, Ana Fani Alessandri. Espaço e Indústria (Coleção Repensando a Geografia). São Paulo Contexto / EDUSP, 1988.
CASTRO, Iná E. GOMES, Paulo C. C. e CORRÊIA, R. L. (Org.). Explorações Geográficas. São Paulo: Bertrand Brasil, 1997.
CHAUI, Marilena. Convite à Filosofia. São Paulo: Ática, 2000.
DIEGUES, Carlos Antônio. O Mito Moderno da Natureza Intocada. São Paulo: HUCITEC, 1996.
FERNANDEZ, Fernando. O Poema Imperfeito – Crônicas de Biologia, Conservação da Natureza e seus Heróis. Curitiba: Ed. Da UFPR, 2000.
FERRY, Luc. A Nova Ordem Ecológica. A árvore, o animal, o homem. São Paulo: Editora Ensaio, 1994.
FILHO, Ciro Marcondes. Sociedade Tecnológica. São Paulo: Scipione, 1994.
FREIRE, Roberto. A Farsa Ecológica. Rio de Janeiro: Editora Guanabara, 1992.
GONÇALVES, Carlos Walter Porto. Os (Des)caminhos do Meio Ambiente. São Paulo: Contexto, 1996.
KRISHNAMURTI. Natureza e Meio Ambiente. Lisboa/Portugal: Edições 70, 1992.
LENOBLE, Robert. História da Idéia de Natureza. Lisboa/Portugal: Edições 70, 1990.
MARIANO NETO, Belarmino.Ecologia e Imaginário -memória cultural, natureza e submundialização. João Pessoa: Editora Universitária/UFPB, 2001.
MAY, P. H., MOTTA, R. S. (org.) & outros. Valorando a Natureza. Análise econômica para o desenvolvimento sustentável. Rio de Janeiro: Campus, 1994.
RODRIGUES, Edigar. O Homem em Busca da Terra Livre. Rio de Janeiro: VJR - Editores Associados, 1993.
RYBCZYUNSKI, Witold. Vidas nas Cidades – expectativas urbanas no novo mundo. Rio de Janeiro e São Paulo: Record, 1995.
SANTOS, Milton. Por uma geografia nova. São Paulo: Hucitec, 1986.
SANTOS, Milton. Espaço e Método. São Paulo: Nobel, 1985.
SANTOS, Milton. Espaço e Sociedade. Petropólis: Vozes, 1992.
SANTOS, Milton. Por uma outra globalização – do pensamento único à consciência universal. RJ/SP: Record, 2001.
SANTOS, Milton. A natureza do espaço: técnica e tempo – razão e emoção. São Paulo: Hucitec, 1997.
SANTOS, Milton. Natureza e sociedade Hoje: uma leitura geográfica. São Paulo: Hucitec, 1997.
SANTOS, Milton. .Ensaios de Geografia contemporânea (Org. Ana Fani). São Paulo: Edusp, 2001.
SCARLATO, Francisco Capuano e Joél Arnaldo Pontin. Do Nicho ao Lixo - ambiente, sociedade e educação. São Paulo: Atual Editora, 1992.
SOUZA, M. A. de. SANTOS, Milton. SCARLATO, F. C. ARROYO, M. O Novo Mapa do Mundo – Natureza e Sociedade de Hoje: uma leitura geográfica. São Paulo: Hucitec/Anpur, 1997.
SOUZA, M. A. de. SANTOS, Milton. SCARLATO, F. C. ARROYO, M. Problemas Geográficos de um Mundo Novo. São Paulo: Hucitec-Anpur, 1995.
SERRES, Michel. O Contrato Natural. Lisboa: Instituto Piaget, 1990.
VERNIE, J. O Meio Ambiente. Campinas, SP: Papirus, 1994.

TERRA - Grupo de Pesquisas Urbana Rural e Ambienta/UEPB/CNPq
http://observatoriodoagreste.blogspot.com//
belogeo@yahoo.com.br
Guarabira / Paraíba - 2009

Nenhum comentário:

O Lixo nosso de cada dia

Por Belarmino Mariano Vendo os dados do Portal Desenvolvendo Negócios, podemos observar que as dez maiores empresas de coleta de...