quarta-feira, 9 de setembro de 2020

Ataques a UEPB justamente de quem quer dirigir a instituição

Esse pequeno Vídeo responde ao prof. Juracy (Pré-Candidato a Reitor) pelas suas injúrias ao Campus III.️ Imagens minhas e de professora
Cleoma M Toscano Henriques
, Projeto Humaniza Bosque da Professora
Luciene Arruda
, Técnico Responsável
Amarildo H. Lucena
e Direção do CH - Ivonildes Fonseca e Cleoma Toscano.

quinta-feira, 3 de setembro de 2020

SEXTOU COM GEODIVERSIDADE - PROF. IVANILDO COSTA

 


O Grupo de Estudos Geodiversidade realizará evento sobre GEOMORFOLOGIA ESTRUTURAL: Aspectos na Região Nordeste do Estado da Paraíba, com o Prof. Dr. Ivanildo Costa da Silva, professor do Departamento de Geografia da UEPB Campus III. O professor Ivanildo Costa concluiu seu doutorado na área objeto da palestra.

O evento será realizado no dia 25 de setembro (sexta-feira), a partir das 19:00 horas, através do Youtube. "Sextou com GeodiversidadE. Em plena pandemia de Covid-19, as instituições estão realizando eventos remotos. 

quarta-feira, 2 de setembro de 2020

Carlos Antônio Belarmino Alves - INUMERÁVEIS (1956 - 2020)

                   Imagem de Carlos Belarmino Alves. 2020.*

 Por: Karla Yasmim de Alustau Belarmino

(https://inumeraveis.com.br/carlos-antonio-belarmino-alves/)

Carlos Antônio Belarmino Alves

1956 - 2020

Pesquisador de OVNIs, geógrafo e agrônomo. Amava fotografia. Para ele, o futuro estava na educação.

Carlos lecionava na UEPB (Universidade Estadual da Paraíba) desde a década de 80, era geógrafo e agrônomo. Além de coordenar o curso de geografia do campus III da universidade, também foi professor doutor em Educação Ambiental e Etnobotânica (ramo da botânica que estuda o uso das plantas pelos povos).

Acreditava fortemente no poder transformador da educação. Sempre foi um incentivador de seus alunos. No laboratório de pesquisa, ajudava-os a construírem um futuro e, efetivamente, financiava os mais engajados em congressos, viagens de campo e eventos.

sábado, 29 de agosto de 2020

Célia Regina - Entrevista


 Por Belarmino Mariano

(Entrevista com a Profª Drª Célia Regina Diniz, Pré-Candida a Reitora da UEPB).

Muitos podem até pensar que basta entrar no Currículo Lattes de uma pessoa para saber quem é ou o que faz. Mas não é tão simples assim, pois o Lattes é apenas um resumo oficial da vida acadêmica de alguém.

Quando soube que a Professora Drª. Célia Regina Diniz será candidata à Reitora da UEPB, a primeira coisa que me veio à mente foi a ideia de que "Célia Regina é uma mulher valente!". Ao afirmar que ela é uma mulher valente, não quero diminuir ou desconsiderar as demais, pois acho que elas já são guerreiras e valentes desde o momento em que nascem. Pois, se tem uma coisa fantástica para ser observada é o processo emancipatório conquistado pelas mulheres em diferentes partes do mundo.

Quando fizemos esta entrevista com a professora, através de contatos remotos impostos pela pandemia de Covid-19, queríamos saber do seu sentimento em assumir esse desafio e de onde ela tiraria forças para tão grande empreitada. Independente de Currículo Lattes, começamos perguntando quem é a professora Célia Regina? Ela nos respondeu desse jeito:

Sou Célia Regina Diniz, Engenheira Química pela UFPB; Mestre em Engenharia Sanitária e Ambiental pela UFPB; Doutora em Recursos Naturais pela UFCG. Entre os anos de 1982 a 1993 fui professora do Ensino Fundamental e Médio. Me tornei Professora da UEPB desde 1994 e em 2001 fui efetivada como professora através de Concurso Público. Estou lotada no Departamento de Enfermagem do Centro de Ciências Biológicas e da Saúde (CCBS), ministrando componentes como Saúde Ambiental, Epidemiologia e Metodologia da Pesquisa.

Além de professora, pesquisadora e extensionista, em 2004 assumi a Pró-Reitoria Adjunta de Planejamento. Entre 2005 e 2006 fui chefe de gabinete da reitora. De 2007 a 2014 fui Pró-Reitora de Administração. Fui chefe de gabinete do professor Rangel Júnior em 2015 e; entre 2016 a 2020 assumi a Pró-Reitoria de Gestão de Pessoas.

É importante destacar que a sugestão do seu nome para ser candidata surgiu a partir dos vários diálogos internos, com a participação de professores, técnicos e estudantes, atentos aos rumos da UEPB em relação as suas políticas internas, que ocorrem nos oito campi universitários (Catolé do Rocha, Patos, Monteiro, Campina Grande, Lagoa Seca, Araruna, Guarabira e João Pessoa).

Em uma mensagem de whatsApp o professor Rangel Júnior, atual reitor nos respondeu que a indicação do nome da professora Célia Regina é um consenso dentro do seu atual reitorado, e mediado pela democracia universitária, terá todo o seu apoio, pois segundo ele, a professora Célia Regina possui todas as qualidades para fazer um excelente reitorado

Mas queríamos saber quem é a Célia Regina para além das atividades docentes e administrativas na UEPB. Quem será a mulher por trás da profissional? Lhes fizemos estas perguntas diretamente, pois em nosso país as mulheres, em muitos casos, carregam uma jornada dupla ou tripla de trabalho. Ela nos respondeu que:

Por trás da professora Célia Regina existe uma mãe, uma dona de casa, uma mulher que, como a maioria, enfrenta os desafios das desigualdades cotidianas que marcam a existência da mulher.

Assim, como praticamente toda mulher,  enfrento a sobrecarga do acúmulo de jornadas de trabalho, em casa e fora dela, e sempre encaro a dificuldade no dia a dia em casa, no acompanhamento dos filhos, pelas cobranças e compromissos assumidos junto à Universidade (e sempre fui muito cobrada por isso, principalmente por mim mesma!). Hoje, com os filhos criados, encontro em casa, verdadeiras companhias para papos adultos, sem perder aquela ternura de mãe coruja.

Sou uma mulher que gostaria de ter mais tempo para cozinhar o que gosto, porque adoro cozinhar – e o faço muito bem, diga-se de passagem! É curioso porque muita gente acredita que a professora e Pró-Reitora Célia Regina não tem afazeres domésticos, pelo perfil executivo, pelo tanto de tempo que dedica à UEPB. Mas a verdade é que tenho, faço e gosto de fazer.

Como mulher, livre, independente, dona de mim, nunca tive medo de conhecer pessoas, de namorar, de ser feliz, mas tendo a consciência de que isso tudo não é fácil quando se é mulher e quando se é uma pessoa pública, afinal nós ainda vivemos um mundo de muitos preconceitos, discriminação às mulheres e ataque àquelas que quebram paradigmas, tabus...

Em resumo, me vejo como a professora Célia Regina, essa mulher, cheia de “papéis” para além da vida profissional, que tenta viver de forma muito livre e,  independente das escolhas, mas também imersa nas contradições e “culpas” que são socialmente colocadas sobre as mulheres, por essa sociedade ainda tão desigual.

Depois que a Professora Célia Regina nos respondeu abertamente sobre a mulher, a pessoa para além dos limites da Universidade, então lhes perguntamos sobre o desafio colocado neste momento político e de saúde pública em que vivemos, em meio a maior e mais rápida pandemia da história humana, pois as universidades e a ciência estão na linha de frente para solucionar esse grande problema.  A Professora Célia Regina, franca como sempre, nos disse que:

Nunca tive medo de grandes desafios, pois a vida profissional e familiar que tenho, bem como os laços afetivos emocionais e profissionais que fiz na vida, se traduz pelo companheirismo dentro da UEPB. Isso me deixa confortável para mais esse desafio e esse difícil momento pelo qual estamos passando.

Na medida em que vários professores, técnicos administrativos, estudantes, diretores de centros, ex-diretores, chefes, coordenadores, pró-reitores, entre tantos outros e outras pessoas sugeriram meu nome para concorrer a este cargo, botei a cabeça no travesseiro, conversei com a família e vi que tinha que responder positivamente, pois sou servidora pública é o meu papel, mesmo sabendo que o(a) Reitor(a) é o maior cargo dentro da Universidade, tenho que assumir mais esse desafio.

Sobre o atual momento de pandemia o que posso responder é que  trabalho no Departamento de Enfermagem do Centro de Ciências Biológica e da Saúde, desde 1994 e sei da importância que a Ciência tem nesse momento tão desafiador para a humanidade, e se eleita, com certeza saberei conduzir e dar continuidades aos programas que a UEPB já vem desenvolvendo para o enfrentamento dessa pandemia.

Perguntamos sobre as suas participações na administração da UEPB e se esta participação lhe qualifica para ser a futura Reitora?

Primeiramente destaco o fato de ter sido a chefe de gabinete durante dois reitorados, o da Profa. Marlene Alves e o do Prof. Rangel Jr. Foram dois momentos completamente diferentes, primeiro quando a UEPB acabava de conquistar sua autonomia financeira e segundo, o corte de recursos orçamentários e financeiros da universidade. Ambos foram aprendizados importantes para esse novo desafio.

Na Pró-Reitoria Adjunta de Planejamento posso afirmar que essa experiência me permitiu compreender o completo funcionamento da UEPB, desde as questões de infraestrutura dos 08 campi, passando pelas necessidades de melhoria e ampliação dos serviços da UEPB, considerados os orçamentos, as necessidades e o planejamento de curto, médio e longo prazos.

Nesta Pró-Reitoria tomei consciência de que não era fácil administrar uma universidade que parece pequena, mas que na prática está disseminada em quase todas as regiões da Paraíba, pois quando juntamos todos os campi, todos os servidores e todos os estudantes, percebemos que a UEPB congrega mais de 22 mil pessoas. Na Paraíba, com 223 municípios, apenas 27 possuem população superior ao tamanho demográfico da UEPB.

Perguntamos se ela ter sido Pró-Reitora de Administração entre os anos de 2007 a 2014, lhe daria uma forte vantagem sobre os demais candidatos que disputarão o cargo de Reitor(a)?

Nunca tinha pensado nesse aspecto, mas considero que o cargo de Pró-Reitora de Administração, respeitadas as proporções, é como a função de um Secretário Municipal de Administração, pois aí estão todas as responsabilidades práticas ou técnicas da administração pública. Tenho essa experiência no meu currículo e juntei ao conhecimento adquirido para colocar em prática durante todo esse período.

Na parte administrativa da UEPB é onde você precisa demonstrar equilíbrio, temperança, racionalidade prática e visão administrativa, pois ali você precisa saber dizer o não e o sim, e ainda deixar seus interlocutores satisfeitos com o não ocasionalmente dito. Na Pró-Reitoria de Administração dialogamos com toda a Universidade, com todas as demandas de todos os setores da instituição.

Ao assumir esse cargo tive tanto a visão micro quanto a visão macro da universidade, e essa era a minha responsabilidade direta. Bom, sobrevivi e tenho muitas histórias exitosas para contar, pois quando olho para a UEPB que encontrei em 1994 e vejo a UEPB de 2020, apesar de toda a crise financeira e orçamentária pela qual passamos, observo que evoluímos e muito.

Temos aprendido muito em meio a tudo isso e acrescento que em momento algum, abandonei a minha sala de aula e os meus projetos de pesquisa e extensão, pois no contado com os estudantes e com os companheiros e companheiras de trabalho, vem a oxigenação para acordar todas as manhãs, sabendo o tamanho da responsabilidade.

Você demonstrou que sua experiência em setores administrativos da UEPB, fortaleceram sua melhor compreensão sobre o funcionamento da universidade, mas gostaríamos de entender tudo isso de maneira mais específica. Como é fazer parte desse todo?

Bom, começo dizendo que a UEPB funciona nas manhãs, tardes e noites, com cursos de Graduação, Especialização, Mestrado e Doutorado. Além de Laboratórios, Clínicas, Programas de Pesquisa, Programas Estudantis, Programas de Qualificação Técnica e Docente, Projetos de Pesquisa e Programas e Projetos de Extensão.

Significa dizer que são demandas para seres humanos em todas as direções e com solicitações sempre crescentes. Então, em minha filosofia administrativa, percebi que necessidade material é apenas um aspecto entre os muitos outros da administração para a comunidade acadêmica, para os seres humanos, e estes sim devem estar sempre na primeira ordem de importância.

Cada Campus ou Centro apresenta suas demandas de infraestrutura, auditórios, bibliotecas, arquivos, organização dos departamentos, jardinagem, laboratórios, equipamentos de informática, concursos para professores e técnicos. Agora multiplique isso por 08 Campi e por 12 Centros universitários, cada um com suas demandas. Eu sempre buscava a solução dessas questões com muita sinceridade, de forma objetiva e me empenhava sempre para equacionar os problemas apresentados.

Posso dizer que a experiência no Planejamento e na Administração me qualificaram para o cargo, sem querer achar que sou melhor do que ninguém, pois tenho consciência de que todos os êxitos nestes cargos, dependeram diretamente de uma equipe, dedicada e qualificada para a missão. Dependeram de Diretores de Centros, Chefes de Departamentos e Coordenadores de Curso e outros chefes de setores muito atentos e comprometidos com o projeto maior da UEPB, que está acima de nomes e cargos administrativos.

Seu último cargo foi a Pró-Reitoria de Gestão de Pessoas (2016 a 2020), onde você teve que tratar diretamente com os problemas individuais (professores e técnicos administrativos, além dos contratos de professores visitantes e substitutos). Em que essa função lhe qualifica para o cargo de Reitora?

Sendo muito franca, quando fui convidada pelo Professor Rangel para assumir essa pasta, pensei, vai ser meu maior desafio dentro da Universidade, mas como lhe disse no começo dessa nossa conversa, não sou uma mulher de correr dos desafios, e aceitei.

No começo, confesso que encontrei muitas dificuldades, pois nós estamos mexendo diretamente com a vida das pessoas, com o "coração humano", pois nesta Pró-Reitoria encontra-se a vida de cada um/a, lá estão os pais e mães de famílias, filhos, pensionistas, e os aspirantes a aposentados, etc. Posso dizer que fiz uma reestruturação no setor e passei a contar com uma equipe muito competente, pois do contrário não conseguiria o êxito esperado.

Nesse setor, tive o DESAFIO de SANEAR a folha de pagamento para caber no orçamento cada vez menor. Estive presente no fortalecimento de políticas já existentes e construção de novas (escuta psicológica, saúde do trabalhador, capacitação continuada de servidores, cuidado com a saúde e educação financeira, na iniciativa na proposição ao CONSUNI de ampliação dos prazos de licença-maternidade e paternidade; na proposição ao CONSUNI de fixação de mínimo de cargos da gestão ocupado por mulheres; na flexibilização da jornada de trabalho para servidoras lactantes, e na construção da portaria que regulamentou o trabalho remoto na pandemia da Covid-19.

Nesse período de isolamento social, tivemos que exercitar novas experiências, propor novas relações de trabalho, olhar para os estudantes com vulnerabilidade social, fornecendo auxílio conectividade, atentar para a saúde física e mental de todos os servidores e servidoras da UEPB, desenvolver oficinas para trabalhar com essas novas tecnologias de comunicação e considero que saímos na vanguarda em vários aspectos. O meu desejo é que todo esse distanciamento social passe logo, pois a presença e o calor das pessoas é o que nos torna mais humanos.

Portanto, hoje posso dizer que conheço o quadro humano que representa toda a força de trabalho que move a Universidade Estadual da Paraíba. Posso afirmar com toda certeza de que, dentro da UEPB existem diferentes pulsações, diferentes sentimentos de pertencimento e até mesmo divergências internas, mas nossas convergências humanas são muito maiores e mais fortes.

Para finalizar este bate papo que mensagem nos deixa a pré-candidata a Reitora da UEPB, Professora Célia Regina?

Gostaria de lhe agradecer por essa entrevista, pois você me fez recordar e rememorar um pouco de minha trajetória enquanto mulher, mãe, professora, administradora. Me sinto preparada para esse novo desafio em representar a Universidade Estadual da Paraíba, para além dos seus limites, revelando que a instituição é muito maior do que alguns pensam.

Espero que essa consulta a comunidade universitária transcorra da melhor maneira possível e desde já me coloca à disposição da comunidade para os possíveis e necessários debates e apresentação das nossas propostas, construídas coletivamente. Saudações Universitárias.

Queremos agradecer a Professora Célia Regina pela disposição em nos atender e a responder todos estes questionamentos. (Esta entrevista poderá ser republicada ou compartilhada em outros meios de comunicação desde que mantida sua integralidade e respeitada a fonte original e autorias).

Fonte Original - http://guarabira50graus.blogspot.com/2020/08/quem-e-professora-celia-regina-que.html


domingo, 2 de agosto de 2020

AS CRISES NOS TEMPOS LÍQUIDOS

Prof. Me. Márcio Balbino Cavalcante.

É triste vivenciar esta crise e seus reflexos sentidos, entre eles, a perda de entes e amigos. Triste ainda é  a hipótese de que a perspectiva é piorar com o surgimento de outros vírus, bactérias, etc, decorrentes da relação sociedade-natureza, que caracteriza tão bem o nosso tempo subsidiada pelo o uso da técnica. 
Um período marcado pela crise humanitária, a exemplo dos povos refugiados em todo o mundo e o avanço intensivo da destruição dos nossos biomas, apenas para citar alguns exemplos.
Um período caracterizado pelo sociólogo Bauman como "tempos líquidos". 
Ademais, enquanto tudo isso acontece de forma avassaladora, a população está preocupada com a campanha publicitária da Natura ou as declarações concedidas a nível mundial por Felipe Neto a cerca do momento político brasileiro, caracterizado por um governo unilateral, defensor de uma postura medieval que decreta guerra a educação pública, a ciência ... enfim, a liberdade de expressão garantida por um arcabouço legal em consonância com a nossa Carta Magna, a Lei maior de um estado-nação, a Constituição Federal.
Para concluir, quantas mortes ocorrerão no espaço-tempo para que  aconteça a metanoia tão esperada no ser humano, em especial, em determinados políticos, grupos, empresários, magnatas e suas atitudes suicidas?
O tempo, calcado na história e na geografia, trará a resposta!!!

João Pessoa, PB, 02/08/2020.

sábado, 30 de maio de 2020

Quanto vale o peso de ser?

(queria muito que lesse até o final)
Por Dirá Vieira
Fui magra até a primeira gravidez (tive duas), pesava 44kg dos 15 aos 20. De lá para cá foi um sofrimento entre perder peso, ganhar, perder, ganhar. Não esqueço das vezes que sofri preconceito por onde andei. Dentro do ônibus uma vez, uma mulher se aproximou e disse: "você é linda... se emagrecesse..." Esse era o mantra de quem se aproximava de mim. Estava saindo de uma gravidez que me deu de presente 33 quilos a mais e quase morri de pré-eclampsia. Quem me conheceu magrinha antes do casamento, e trabalhava comigo, sempre aproveitava para dar uns "conselhos". Um desses, uma colega de trabalho me chama no corredor e diz: amiga, me diz, você não tem vergonha na cara? Por que não perde peso? Você está horrível!. Isso foi uma facada bem no meu estômago, mas não suficiente para bariatrizar... Continuei viva. 

Fugi da cirurgia duas vezes. Porque os meus médicos não entravam em um consenso e eu menos ainda. Ok. Comecei os meus mais diversos regimes. Tudo o que me sugeriram eu já fiz. TUDO. Mas sempre voltava ao meu peso e às opiniões de quem se importa com o corpo alheio muito mais que o seu próprio. 

Tive pessoas bem perto que adoravam dizer: uma professora,  uma doutora,uma isso ou aquilo... precisa vestir isso ou aquilo, e emagrecer.  Tive uma colega de trabalho que na minha frente perguntou ao cara que eu tava paquerando: "Fulano, você gosta de mulher gorda ou magra?" O cara, constrangido respondeu que preferia mulheres magras (naquele dia perdi o tesão por ele) e ela não se contentando gritou na nossa frente: Eu não disse: homem gosta de mulher magra. 

Todo dia alguém me adiciona no Instagram querendo me vender métodos de emagrecimento. Olhou e já vem: tenho um produto, método, programa, o cacete, tem interesse?

Não. Não quero métodos. Cansei deles. Não quero fórmulas e pressão psicológica para reduzir peso. Se eu pudesse voltar atrás, eu faria a bariátrica para cuidar da minha pressão entre outros problemas de saúde. Mas fui ouvir quem me dizia: você é forte, jovem,pode isso, pode aquilo. 

Deixando essa parte da saúde de lado, por que uma mulher é tão cobrada assim? Por que eu não posso ser gostosa, gorda?  Por que eu preciso perder peso, virar magérrima para ser linda? Por que eu preciso me encaixar num corpo que não é meu para ser aceita por todos? 

Deixa eu dizer uma coisa: meu corpo, minhas regras. Se o seu desejo é um corpo magro, tenha o seu, namore um assim... mas eu, eu sou uma mulher e amo quando me vejo, quando me toco e quando me fotografo.

Não tenho mais tempo (nem vontade) de me adequar ao seu desejo. O meu desejo é ser eu, em tempo integral. Isso me dá muito prazer. Aceite ou não, problema seu, não meu. 

Dira Vieira

sexta-feira, 29 de maio de 2020

"EM DEFESA DA RAZÃO, DA LIBERDADE CRÍTICA E DO FORTALECIMENTO DAS LUTAS POR UM ESPAÇO MAIS DIGNO E IGUALITÁRIO – GEÓGRAFOS COMPROMETIDOS R-EXISTEM!

Nota do prof. Rogério Haesbaert sobre os ataques digitais ocorridos 
Neste nosso dia do geógrafo, em outros tempos, teríamos mais o que comemorar. Hoje, infelizmente, nossa Geografia mais engajada e comprometida com a transformação social está sendo atacada. Dentro de uma crise de múltiplas faces – sanitária, política, econômica e de valores – não ficaríamos imunes. Nosso histórico comprometimento social se manifesta, pelo menos, desde o simbólico retorno do exílio de Milton Santos, no início da chamada abertura política durante a ditadura militar. Entre seus representantes mais dignos temos hoje colegas como Ariovaldo Umbelino de Oliveira e Carlos Walter Porto-Gonçalves. Pois foram justamente Ariovaldo, incansável na luta pela justiça social no campo e a denúncia à grilagem, e Carlos Walter, profundamente engajado com diversos movimentos sociais na América Latina, que tiveram nesta semana suas falas interrompidas por aqueles que, politicamente organizados ou não, se julgam autorizados a calar o outro e impedir a livre expressão do pensamento.

Vivemos tempos muito difíceis. Para quem, como eu, viveu a era sombria da ditadura sob as mentiras do “Brasil: ame-o ou deixe-o” (que significava, como hoje, excluir todo aquele que não comunga a mesma cartilha político-ideológica de extrema-direita), trata-se de uma questão de honra defender o pouco de democracia que conseguimos conquistar. Precisamos mobilizar todos aqueles que, mesmo sem terem vivido os tempos de autoritarismo e repressão (ou que, como eu, ainda adolescente, no interior do país, os tenham vivido sob as mentiras do regime), aprenderam a distinguir os valores que marcam nossa condição humana, na liberdade de pensar e na capacidade de agir em consonância com os princípios de maior justiça e igualdade.

Seja qual for o motivo daqueles que querem nos calar, nossa reação é uma só: defender esses princípios, custe o que custar, lutando permanentemente por uma outra Geografia, uma Geografia da vida que acolhe as diferenças ao mesmo tempo em que promove a união solidária em busca de um mundo de maior igualdade. E onde a ninguém sejam negadas, não apenas as fontes da sobrevivência física cotidiana, mas, também, a liberdade de construir o pensamento, expressar-se criticamente e enfrentar abertamente o debate. Perverso o mundo em que até pela razão e pela ciência temos que lutar. Todo o nosso reconhecimento e solidariedade aos colegas/amigos Ariovaldo e Carlos Walter. Para geógrafos como nós o verdadeiro sentido da vida está no debate franco, aberto, capaz de descobrir ou construir brechas para um “outro mundo possível”, um mundo que proporcione a cada um de nós as condições indispensáveis para a livre manifestação da singularidade de nossos próprios mundos." (Rogério Haesbaert)

quinta-feira, 9 de abril de 2020

Geografia Regional do Mundo II - Continente Asiático - Aula 02


Mais uma aula online sobre a Geografia Regional do Mundo II, com enfoque para a Geografia física do continente asiático. Esta aula continuará na próxima quarta-feira como live. com interação dos estudantes.
segue o link da aula click no link e assista: https://www.youtube.com/watch?v=nXMTphFLl0U&t=43s


terça-feira, 7 de abril de 2020

O Longo Aboio


Memórias de Joana Belarmino sobre nosso pai (in memoriam). Nestes dias de pandemia, senti muita saudade dos meus queridos pais. Enquanto isso, algumas pessoas teimam em colocar seus idosos em grande perigo com o Covid-19. Se você ainda tem um avô, avó, um pai ou mãe, um tio ou tia em grupo de risco, evite contaminar os seus queridos entes, pois a vida é nosso porto, se temos aqueles que amamos ao nosso lado.

Fonte: Portal do Nassif
Quando eu e o meu pai deixamos de nos falar, naquela semana de maio de 1993, ele não passava de um amontoado de células, músculos e pele, encharcados de medicamentos, na UTI do hospital de Bayeux, meu pai a tocar às portas da eternidade, eu, presa a um profundo sentimento de perda, desenraizamento, saudade antecipada.
            Houve uma tarde, uma cena, a qual não conseguirei nunca esquecer. Eu e o meu irmão Belo, cada um do lado da cama de utei, segurando as mãos do meu pai. De repente Belo começou a cantar um aboio.
            Na voz cortada pelo pranto, as notas longas do aboio, a tanger o gado imaginário, a recordar o meu pai, moço, forte, o cigarro de palha entre os lábios, o relho na mão, o olhar paciente a guiar seu rebanho.
            Havia desamparo no canto do meu irmão. Mas havia também coragem. Coragem de romper o dique da alma, destapar a rolha da dor, entregar ao meu pai, no silêncio daquela uti, a última homenagem, cimentar aquela trajetória final do velho Mariano com lembranças de força, de vida.
            Meu pai amava o gado, a terra, as cercas que erguia para abrigar os rebanhos, em tantos finais de tardes da sua vida de agricultor.
            Tantos anos passados, a lembrança daquela tarde, daquele aboio, ainda acorda em mim o rio das lágrimas que então despejei, como chuva a regar a saudade que já se fazia posseira do solo da minha alma.
            Naquela tarde, enquanto segurava os dedos calosos do meu pai, deixei que as lembranças boas da nossa vida viessem todas para fora, empurrando a dor, arrancando a tristeza, como se fora erva daninha. Lembranças da infância, das covas de milho que meu pai me ensinou a cavar e semear. Lembranças da caverna cheia de brisa onde eu e os meus irmãos passávamos o dia, enquanto o meu pai trabalhava no roçado. Lembranças do seu velho chapéu, cheio dos melhores umbus maduros. Lembrança melhor, do pão doce da feira de quarta-feira, que ele trazia para nós.
            Também naquela tarde, como agora, experimentei a saudade transformando-se, suavizando-se, sendo como o crepitar doce e alegre das fogueiras que meu pai fazia.
            O longo aboio do meu irmão, como a querer tanger o meu pai à sua última morada, a tarde quase a esmorecer, uma brisa suave a alisar as folhagens, eu a querer novamente lavar os pés do meu pai, a limpar-lhe as sujidades da terra, depois de um dia duro de trabalho.

            Meu pai se foi, dois dias depois daquela tarde, e a doçura da saudade que sinto, tem as notas plangentes daquele aboio, e o calor do crepitar das suas fogueiras. Tantos anos passados, mas, vez em quando, surpreendo-me a sentir o calor das suas mãos, conduzindo meu destino.

sábado, 4 de abril de 2020

Geomorfologia, Morfoestrutura e Morfotectônica do Nordeste do Estado da Paraíba

Tese de Doutorado do prof Dr. Ivanildo Costa
Resumo
As análises que visam compreender as influências das estruturas litológicas e da atividade tectônica na elaboração de relevos e na rede de drenagem emergem como contribuições significativas para os estudos de geomorfologia, uma vez que, em combinação com as condições climáticas, esses elementos originam suas próprias morfologias no desenvolvimento de processos geomorfológicos, resultando em relevos morfo-estruturais e de conotação morfotectônica, respectivamente. Nesse sentido, o principal objetivo desta tese é analisar as influências das estruturas litológicas e o desempenho da atividade tectônica na configuração geomorfológica da região Nordeste da Paraíba. Para tanto, foram preparados materiais cartográficos, como o Modelo Digital do Terreno (DTM), mapas hipsométricos, de declive e geomorfológicos e aplicados os índices morfométricos Slope vs Length (SL), razão entre a largura do vale e a altura do vale (Vf) e Fator assimétrico (FA) em bacias selecionadas e sub-hidrográficas-bacias, além de exaustivas visitas de campo para localizar e registrar tais influências. Os resultados obtidos mostraram que o contexto geomorfológico da área de estudo agrega fortes indicadores do desempenho das estruturas litológicas e atividades tectônicas no desenvolvimento da rede de alívio e drenagem, tanto nas áreas de litologia cristalina quanto sedimentar. Os principais indicadores desse desempenho são: alinhamentos de alívio e a rede de drenagem que seguem as mesmas direções das estruturas criadas pelas zonas de cisalhamento pré-cambrianas reativadas na era cenozóica; altitudes diferentes nos topos tabulares interflúvios que separam os rios regionais desenvolvidos em condições climáticas homogêneas e litológicas; ocorrências localizadas de deslocamentos verticais em linhas de pedra em sedimentos pouco consolidados da Formação Barreiras; canais de drenagem retilíneos que apresentam fortes inflexões; formação de facetas triangulares no relevo; meandros abandonados em canais de 1ª ordem; evidência de paleocanais sugestivos de captura de drenagem; terraços fluviais escalonados e ocorrência generalizada de irregularidades abruptas dos canais fluviais (pontos de passagem) com formação de cachoeiras, algumas das quais são encontradas em linhas de falhas tectônicas estabelecidas no mapeamento geológico. Além dessas evidências morfológicas, os valores obtidos com a aplicação dos índices morfométricos também atestaram fortes anomalias na rede de drenagem resultantes das condições morfoestruturais e morfotectônicas do relevo da porção nordeste da Paraíba. Por fim, entende-se que as características gerais apresentadas também foram evidenciadas nas unidades geomorfológicas mapeadas através de várias incisões nos vales e dimensões interfluviais compatíveis com as condições estruturais e tectônicas que operam em cada área.

quinta-feira, 2 de abril de 2020

Geografia Regional do mundo II - Teorias Regionais

Segue vídeo aula do Curso de Geografia Regional do Mundo II - Teorias regionais. Toda a aula pode ser encontrada no seguinte link.

segunda-feira, 30 de março de 2020

Vídeo Aula Teoria da Geografia Aula 02


Segue Vídeo-aula sobre a Teoria e Evolução do pensamento Geográfica. Nesta aulas trabalhamos com as categorias de análise da Geografia. Espaço-temo e Sociedade-Natureza. Espaço Geográfico, Território, Lugar, Região e Paisagem. O Espaço Geográfico e o Trabalho, Economia, Cultura e Meio Ambiente.
Segue link da aula




sábado, 28 de março de 2020

QUESTÃO AGRÁRIA NO BRASIL: ENTRE PERCALÇOS E CONQUISTAS NOS GOVERNOS FHC E PT

Trabalho apresentado e publicado no XVII Encontro de Geógrafos da America Latina - Egal 2019, em Quito- Equador.
Eje temático 09: Territorios rurales, paisajes alimentarios y nueva ruralidade 
QUESTÃO AGRÁRIA NO BRASIL: ENTRE PERCALÇOS E CONQUISTAS NOS GOVERNOS FHC E PT
Renata Costa de Barros renata123@live.com Estudante de especialização em Geografia, Território e Planejamento pela Universidade Estadual da Paraíba (PRPGP/CH/UEPB)
Belarmino Mariano Neto (orientador) belogeo@yahoo.com.br Prof. Dr. de Licenciatura Plena em Geografia pela Universidade Estadual da Paraíba (DG/CH/UEPB)

INTRODUÇÂO 

Ao pensar o Brasil enquanto um país que carrega em suas bases históricas um processo contínuo de luta pela terra e de intensos períodos de reivindicação pela reforma agrária, pode-se pontuar que as conquistas do campo brasileiro e a territorialização camponesa através da política de reforma agrária têm se desenvolvido a passos lentos. 
A questão agrária torna-se cada vez menos discutida por parte dos governos brasileiros e a política de reforma agrária se resume à construção limitada de assentamentos rurais. Em meio à um cenário de desinteresse que com o passar do tempo tem se intensificado, os assentamentos tornam-se dependentes de investimentos falhos e tardios, o que impossibilita o desenvolvimento econômico e territorial no campo, levando camponeses a buscarem outras formas de sobrevivência, dentre elas, a submissão ao agronegócio e sua lógica exploratória.
Nesta perspectiva, a pesquisa questiona: quais foram as conquistas e os percalços da questão agrária brasileira durante os governos PSDB e PT? E objetiva analisar a atuação do Estado brasileiro, no que tange às políticas de reforma agrária, através da dinâmica das gestões de Fernando Henrique Cardoso (FHC), Luís Inácio Lula da Silva (Lula) e Dilma Vana Rousseff (Dilma).
A investigação busca entender quais foram as reais e efetivas ações destes governos em prol da classe camponesa e dos trabalhadores sem-terra, bem como, perceber como as políticas de reforma agrária desenvolvidas por estes governos influenciaram as lutas sociais do campo e o processo de territorialização camponesa no Brasil. 
Do ponto de vista metodológico, a pesquisa foi desenvolvida a partir de análises teóricas, pautadas em referências bibliográficas como Fernandes (2015), Ramos Filho (2009), Oliveira (2011), Mitidiero Junior (2018), bem como em informações obtidas no Banco de Dados da Luta pela Terra (DATALUTA) e do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA). Foram ainda consultadas referencias complementares de interesse da pesquisa. 

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