quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

: Fragmentos e Ranhuras da Idéia de Cultura-Paisagem e Identidade.

043 – Geografia
Titulo: : Fragmentos e Ranhuras da Idéia de Cultura-Paisagem e Identidade.
Autor: Sharlene da Silva Bernardino
Orientador: Belarmino Mariano Neto
Examinadores: Marceleuze de Araújo Tavares
Maria Aletheia Stedile Belizário



RESUMO: A cultura é alicerce de contribuição substancial na história da humanidade, uma vez que ela permite que os grupos sociais sejam identificados e diferenciados. Essa heterogeneidade na organização espacial das sociedades é notada primordialmente através da disposição paisagística que os indivíduos concebem ao espaço no qual se encontra inseridos. Assim este trabalho procurou analisar a influência que a paisagem exerce para a construção da identidade social de cada um, enfatizando não só os elementos visíveis, mas também aqueles que só ganham significados através da relação de afetividade do sujeito com o espaço materializado, vivido e sentido e sentido. A pesquisa foi pautada na análise teórica de vários autores, e para elucidar a teoria foram colhidos alguns depoimentos e imagens que tratam da relação CULTURA-PAISAGEM E IDENTIDADE. Assim diante das pesquisas e analises textuais que se processaram ficou clara a importância de compreensão dos símbolos culturais que designam uma paisagem e como esta paisagem é capaz de representar o individuo através de inúmeros elementos visíveis e perceptíveis.



Palavras Chaves: Cultura- Paisagem - Identidade

ANÁLISE DAS TRANSFORMAÇÕES SÓCIO-AMBIENTAIS DECORRENTES DA FORMAÇÃO DOS ASSENTAMENTOS TIMBÓ E MATA VERDE NO MUNICÍPIO DE ESPÍRITO SANTO, LITORAL SUL D

ANÁLISE DAS TRANSFORMAÇÕES SÓCIO-AMBIENTAIS DECORRENTES DA FORMAÇÃO DOS ASSENTAMENTOS TIMBÓ E MATA VERDE NO MUNICÍPIO DE ESPÍRITO SANTO, LITORAL SUL DO RN.
SILVÂNIA FÉLIX DE LIMA (Autora)
Prof. Dr. Belarmino Mariano Neto (Orientador)
Profª. Ms. Ricélia Maria Marinho Sales (Examinadora)
Prof. Ms. Luiz Gustavo de Lima Sales (Examinador)

RESUMO

A pesquisa trata sobre Geografia Agrária e Ambiental a partir do processo de Reforma Agrária que vem ocorrendo especificamente no município de Espírito Santo, Litoral Sul do Rio Grande do Norte, na linha de fronteira entre a questão da terra para trabalhar, e a questão ambiental da terra para ser preservada. A metodologia baseou-se na observação participante e pesquisa empírica (BECKER, 1999 p.47), através de envolvimento com os trabalhadores rurais assentados e suas famílias, complementando com uma base cartográfica, fotográfica e documental a partir das entidades envolvidas com a questão agrária na região. A formação dos assentamentos Timbó e Mata Verde foi o resultado de um movimento isolado, promovido pelo Sindicato dos Trabalhadores Rurais (STR) do município de Espírito Santo/RN, independentemente das organizações sociais políticas e religiosas como, MST e CPT, que atuam no campo. É um movimento particular que também tem contribuído para fazer avançar o processo de Reforma agrária. Os assentamentos foram formados no ano de 2004, os quais englobam 57 famílias, todas do município. Esse processo ameniza diversos problemas sociais como: fome, falta de trabalho e moradia dos assentados, como também outros problemas sociais de todo o município, pois a volta dessas famílias ao campo diminui o problema de favelização, moradias de riscos, criminalidade, etc. Por outro lado, foi observado ao longo da pesquisa que os problemas ambientais foram agravados logo que os assentamentos foram formados, mas com o passar do tempo os assentados e suas organizações passaram a ter uma maior preocupação referente à reconstituição e à preservação dos recursos naturais da área. O município tem uma particularidade importante, pois apesar de ser considerado territorialmente do Litoral Sul, sua posição localiza-se no limite entre diferentes geossistemas de transição Agreste com contrastes naturais e humanos, dos quais pode-se destacar dois riachos perenes e uma reserva de Mata Atlântica entrando em contato com os três extratos de caatinga (herbácea, arbórea e arbustiva). As observações indicam que já aconteceram problemas ambientais na área de Mata Atlântica, como corte ilegal de madeira e focos de incêndios, bem como retirada de parte das matas Ciliares, causando o comprometimento dos riachos. Alguns destes problemas foram atribuídos aos assentados e suas famílias. Outro fator importante observado é a relação da política local com os assentados, pois segundo informações existem problemas políticos, causando empecilhos para o êxito dos assentados. Foi essa situação que deu ânimo a realização da pesquisa, pois a Geografia Agrária precisa dar conta dessa nova realidade de profundas transformações que o rural vem vivendo em suas esferas espaciais. Essa realidade resignifica o espaço geográfico e o novo papel do campo para os movimentos sociais e ambientais.

Palavras-chave: Geografia agrária, assentamentos, meio ambiente.

UMA ANÁLISE SOBRE AS CONDIÇÕES DE VIDA, MORADIA E TRABALHO NO ASSENTAMENTO SANTA HELENA-SAPÉ-PB

UMA ANÁLISE SOBRE AS CONDIÇÕES DE VIDA, MORADIA E TRABALHO NO ASSENTAMENTO SANTA HELENA-SAPÉ-PB

Rômulo Luiz Silva Panta¹; Belarmino Mariano Neto²

1. Aluno do curso de Geografia da UEPB/CH e de Ciências Econômicas da UFPB. romulolsp@bnb.gov.br
2. Orientador Prof. Dr. en Sociologia da UEPB/CH. belogeo@yahoo.com.br

EIXO TEMÁTICO: Política Agrária e Novas Territorialidades
Sub-Eixo: Balanço da reforma agrária

RESUMO: a decisão por iniciar este trabalho na temática agrária, advém da necessidade de analisar as reais situações de desigualdades vistas no espaço agrário paraibano. Esta questão está inserida no contexto nacional, com destaque para os contrastes, descriminações, explorações, e a imparcialidade com que se trata este problema da reforma agrária. O objetivo com este trabalho é analisar as relações e formas de vida no que cerne mais especificamente as condições de vida, moradia e relações de trabalho, emprego e renda no espaço agrário do Assentamento Santa Helena, Sapé/PB, localizado na Mesorregião da Mata Paraibana e Microrregião de Sapé. Região histórica pela concentração de terras e por lutas e conflitos sociais em busca de uma vida melhor e mais digna para o campesinato. Como pode ser visto em uma análise da história local, no período de ocupação Sapeense, existiam centenas de Engenhos localizados nas melhores terras da área, com a finalidade de produzir açúcar (Lemos, 1996, p.33). Utilizando para fundamentação teórico-metodológica do estudo a matriz teórica do espaço. Para Santos citado por Carlos (2001, p.63), o espaço é concebido como um “conjunto indissociável de sistemas de objetivos e sistemas de ações”. O espaço agrário da Zona da Mata Paraibana (litorâneo) é estudado como cenário, onde protagonizam todas as relações de interesse da pesquisa, a monocultura da cana-de-açúcar, as relações de trabalho, moradia, e a questão da terra, a qual se pretende entender, verificar e analisar na perspectiva metodológica que se consistiu de um levantamento bibliográfico, para fundamentar as propostas de estudo. Para tanto alguns autores contribuem de forma valorosa para o andamento da pesquisa: CASTRO (1967); LEMOS (1996); MOREIRA (1997) e VARELA (2006), entre outros que contribuam para execução do trabalho. Através das idéias e temáticas destes autores, foi se construindo um conhecimento científico necessário para se elaborar o trabalho. Nesse sentido entende-se que o estudo será encaminhado com base na pesquisa empírica e qualitativa. Nesse caso já foram efetuadas duas visitas de campo enquanto sondagem para a definição da área de estudo, sendo a primeira realizada em 31.01.2006, e posteriormente em 09.04.2006. Nas duas visitas, foram entrevistados oito moradores/trabalhadores de diferentes idades, utilizando para entrevista preocupações relacionadas com a história oral de cada um. Vale ressaltar que a pesquisa ainda se encontra no começo das atividades acadêmicas de orientação para elaboração de trabalho de conclusão de curso.

Palavras-chave: agrário, moradia, trabalho.

Tipo de Trabalho: Pesquisa de iniciação ao Trabalho Acadêmico Orientado.

GEOGRAFIA DAS ÁGUAS: ESTUDO GEOAMBIENTAL DO MÉDIO CURSO DO RIO MAMANGUAPE-PB

043 - Geografia
Linha de Pesquisa: Ecossistemas e Impactos Ambientais nos Espaços Urbanos e Rurais.
Titulo: GEOGRAFIA DAS ÁGUAS: ESTUDO GEOAMBIENTAL DO MÉDIO CURSO DO RIO MAMANGUAPE-PB
Autor: Roberto Bezerra da Costa
(Orientador) Prof. Dr. Belarmino Mariano Neto UEPB/CH/DGH
(Examinador) Prof. Esp. José Eduardo de Santana UEPB/CH/DGH
(Examinador) Prof. Ms. Robson Pontes Freitas de Albuquerque UEPB/CH/DGH


RESUMO

O objetivo desta pesquisa foi analisar os impactos socioambientais do médio curso do rio Mamanguape. As bacias hidrográficas que passam por áreas urbanas estão sujeitas as intervenções das ações humanas, bem como entender a organização social de ocupação das bacias hidrográficas enquanto território das águas e dos usos e abusos socioeconômicos. Utilizou-se como base empírica, análise de dados documentais em gabinete e levantamentos georeferenciado no campo durante os trabalhos de campo. O trabalho foi pautado em dez visitas de campo ao longo do médio curso do rio Mamanguape, considerando as áreas de ocupação canavieira, áreas de assentamento rural, zona rural e zona urbana das cidades que perfazem o percurso estudado. Num primeiro momento foi realizada uma viagem de reconhecimento e mapeamento da área de estudo, para uma caracterização da bacia. Nas viagens posteriores foram levantados e georeferenciados 13 pontos de atividades sócio-econômicas, bem como ações humanas causadoras de impactos ambientais no meio natural. Durante as viagens geográficas, foram entrevistados vários atores sociais que em suas falas, deram testemunho dos conflitos gerados na relação homem-natureza, também ficou claro na participação destes atores sociais a possibilidade de colaboração em trabalhos de campo que incluam as comunidades ribeiras. Enquanto considerações finais a partir da interpretação dos dados levantados e analisados, identificou diversas áreas com ação impactante interferindo sobremaneira nos segmentos: ambiental, sócio-econômico e cultural. A cobertura vegetal constituída pela mata ciliar se encontra degradada com perda de sua biodiversidade e recursos naturais (água, solo e avifauna); assoreamento de canais fluviais, com perda de solo e sedimentos que são carreados para a calha do rio; contaminação das águas fluviais ocasionada pela emissão de efluentes de esgoto doméstico e lixo sólido dos centros urbanos; desmatamentos gerados pelas atividades agropastoris; extração de areia e argila, alterando o leito do rio; prática de agricultura obsoleta (queimadas); peças históricas que fazem parte da modelagem geográfica, abandonadas, sendo erodidas pelo tempo. Enquanto o rio corre profundamente degradado pelas ações socioeconômicas.

Palavras-chave: Águas, Degradação e rio Mamanguape.

terça-feira, 20 de outubro de 2009

PROGRAMA DE METODOLOGIA CIENTÍFICA


Universidade Estadual da Paraíba – UEPB
Centro de Humanidades – Campus de Guarabira
Departamento de História e Geografia
Prof. Belarmino Mariano Neto (belogeo@yahoo.com.br)
http://observatoriodoagreste.blogspot.com/
Disciplina: Metodologia Científica Ano: 2009.2*

EMENTA DO CURSO

Ementa:
Entendimento da ciência enquanto um instrumento de relação da sociedade com a natureza; construção de instrumentos que possibilite o desenvolvimento de habilidades como: leitura, escrita e oralidade; elaboração de projeto de pesquisa, fichamento, resumo e artigo.

Objetivo geral:
Estimular a investigação e iniciação científica.

Objetivo específico:
Fomentar o desenvolvimento das habilidades mentais através da vivência do método científico e de suas aplicações.
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO

Teoria e prática científica
1 – O método como caminho do conhecimento científico
2 – Os fundamentos teórico-metodológicos da ciência
3 – A formação das ciências humanas e os novos paradigmas epistemológicos
4 – Modalidades e metodologias de pesquisa científica
- Pesquisa quantitativa, pesquisa qualitativa
- Pesquisa etnográfica
- Pesquisa participante
- Pesquisa-ação
- Estudo de caso
- Análise de conteúdo
- Pesquisa bibliográfica, documental, experimental, de campo
- Pesquisa exploratória, pesquisa explicativa
5 – Técnicas de pesquisa

A pesquisa na dinâmica da vida universitária
1 – O projeto de pesquisa
2 – O processo de investigação
3 – Análise dos dados e a construção do raciocínio demonstrativo
4 – Como relatar os resultados da pesquisa

Construção de trabalhos acadêmicos:
1 – Conceitos e tipos
- trabalho científico e monografia – TCC ou TAO
- trabalhos didáticos
2 – Etapas de construção
3 – Estrutura
4 – Apresentação gráfica
- elementos pré-textuais
- elementos textuais
- elementos pós-textuais
5 – Apresentação oral
6 – Apresentação em pôster
7 – Como avaliar um trabalho científico
8 – Como avaliar uma apresentação
Adequação dos trabalhos segundo as recomendações das normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).

Aplicando o método
1 – Método indutivo;
2 – Método dedutivo;
3 – Relação entre o conhecimento científico e a Geografia;
4 – A geografia e as concepções filosóficas: como aplicá-las?
5 – Qual a relação entre a construção dos projetos de pesquisa e a discussão sobre o método?

Procedimento metodológico:

1º - Os conteúdos programáticos visam gerar uma discussão que venha a diferenciar o senso comum do conhecimento científico, assim, faz-se uma introdução mais teórica e, sequencialmente, constrói-se um projeto de pesquisa, cujo tema e problematização levam em consideração as afinidades individuais do autor;
2º - Reforçar qual o significado do método, ressaltando os tipos de métodos que a Geografia utiliza, como se dá a construção da fundamentação teórica e sua relação os métodos de interpretação da realidade.


Processo avaliativo:

Participação durante as aulas expositivas tendo as referências bibliográficas como base;
Apresentação do projeto de pesquisa em seminário;
Elaboração de um Artigo a partir da temática da disciplina.

Referências utilizadas:

AFANÁSSIEV, V.G. Fundamentos da filosofia. 2ª edição. Moscovo-URSS: Edições Progresso, 1985.
BERBÉCHKINA, Z; et al. O que é materialismo histórico? Coleção ABC dos conhecimentos sociais e políticos. Brasil: Edições Progresso, 1985
COLLINGWOOD, R. G. Ciência e filosofia. 4ª edição. Lisboa: Editora Presença, 1981.
DESCARTES, R. Discurso do método. Coleção Os Pensadores, 2ª ed. São Paulo. Abril Cultural, 1979. p. 29-71.
DURKHEIM, e. As regras do método sociológico. Coleção Os Pensadores, 2ª ed. São Paulo. Abril Cultural, 1979. p. 73-161.
FURTADO, Marineide. A pedagogia de projetos: o que é e como se faz? Natal: Edição do autor, 2004.
GEORGE, Pierre. Os métodos da Geografia. São Paulo: DIFEL, 1978.
GOLDENBERG, Mirian. A arte de pesquisar: como fazer pesquisa qualitativa em Ciências sociais. 9ª edição. Rio de Janeiro: Record, 2005.
GONÇALVEZ, Hortência de Abreu. Manual de metodologia da pesquisa científica. São Paulo: Avercamp, 2005.
HARNECKER, Marta. Os conceitos elementares do materialismo histórico.Coleção Teoria - 36 bases. São Paulo: Global Editora. 1983.
KANT, I. Prolegômenos. Coleção Os Pensadores, 2ª ed. São Paulo. Abril Cultural, 1979. p. 7-100.
KÖCHE, José Carlos. Fundamentos de metodologia científica: teoria da ciência e iniciação à pesquisa. 22ª edição. Petrópolis - RJ: Editora Vozes, 1997.
LAKATOS, Eva Maria. et. al. Metodologia do trabalho científico. São Paulo: Atlas, 1992.
LUNA, Sergio Vasconcelos de. Planejamento de pesquisa - uma introdução. Série Trilhas. São Paulo: EDUC, 2000.
MONTEIRO, Carlos Augusto Figueiredo. Geosistemas - a história de uma procura. 2ª edição. São Paulo: Contexto, 2001.
PERES, José Augusto. A elaboração do projeto de pesquisa. 4ª edição. João Pessoa: Edições Micrográficas, 1990.
QUAINI, Massimo. Marxismo e geografia. Tradução Liliana Lagana Fernandes. (Coleção Geografia e sociedade; V.1). Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1979.
SEVERINO, A. J. Metodologia do trabalho científico, 23ª ed. São Paulo, Cortês, 2007, 303p.
SILVA, A. M. da.; MOURA, E. M. Metodologia do trabalho científico. Fortaleza, 2000. 206p.
SILVA, Lenyra Rique da. Do senso-comum à geografia científica. São Paulo: Contexto, 2004.
SPÓSITO, Eliseu Savério. Geografia e Filosofia: contribuição para o ensino do pensamento geográfico. São Paulo: Editora da UNESP, 2004.
* Programa organizado pela profa. Luciene Arruda (coordenadora do cruso de geografia)

domingo, 27 de setembro de 2009

V Semana de Humanidades


UNIVERSIDADE ESTADUAL DA PARAÍBA
CENTRO DE HUMANIDADES

V SEMANA DE HUMANIDADES:
CONECIMENTOS CIENTÍFICOS, ENSINO E DIVERSIDADE CULTURAL
Período: 16 a 20 de novembro de 2009
Local: Centro de Humanidades – 3271-4080 e 32713322
Cidade: Guarabira/PB
E-mail (vhumanidadesch@yahoo.com.br)

APRESENTAÇÃO

Desde os anos 60 do século XX se tornaram mais evidentes na sociedade brasileira as questões sociais e culturais, uma vez que novos sujeitos passaram a exigir direitos até então desconsiderados e assumiram as suas identidades, quebrando assim os padrões estabelecidos e desta feita passaram a construir novas ordens.
Desde então, o modelo de educação e formação dos cidadãos vem passando por mudanças na tentativa de compreender, mas, sobretudo, atender as demandas colocadas pelos novos atores sociais, a exemplo das mulheres, camponeses, homossexuais, negros e indígenas. Essa realidade foi marcada pela luta e mobilização dos movimentos sociais organizados e resultou em avanços sociais e políticos, quando foram criadas leis que garantem a tais sujeitos o acesso aos direitos sociais, tendo como exemplo a educação, mas também a participação nas instâncias de elaboração e decisões das políticas públicas. Isso aponta para a escrita de novas histórias, a produção de novos arranjos lingüísticos, a constituição de novos desenhos territoriais e para o exercício dos direitos exercidos garantam outras práticas educativas.
No entanto, nem sempre a existência da lei é a garantia do exercício pleno da cidadania, vivência e respeito aos múltiplos sujeitos e culturas que caracterizam a sociedade brasileira. Logo, refletir acerca dessas novas ordens nos possibilitará transformar as nossas condutas e posturas e assim colaborar e efetivar, na prática, o projeto de construção de uma sociedade pluricultural, onde as diferenças não sejam empecilhos, mas a razão para o desenvolvimento social.
Por outro lado, o desafio das universidades brasileiras é permitir que a sociedade acesse aos projetos de modernização e de novas tecnologias, dialogando com a cultura urbana, com a cultura rural e com o cotidiano dos povos em suas diversidades culturais. Arranjos que são afeados em escala local e global. Assim, as instituições de ensino superior que se encontram no eixo das escolas públicas se conseguirem atingir certo grau de desenvolvimento e modernização poderão contribuir com a dinâmica de transformação da sociedade.
Nesse sentido, o Centro de Humanidades, da Universidade Estadual da Paraíba – Campus de Guarabira realiza a V Semana de Humanidades, com o tema:. CONECIMENTOS CIENTÍFICOS, ENSINO E DIVERSIDADE CULTURAL. Para tanto, convida estudantes, professores (as), pesquisadores (as) das diferentes áreas das ciências humanas e a sociedade em geral, a refletirem sobre essa temática, e de modo efetivo se fazendo presente aos espaços de discussão e debate, como palestras, mesas redondas, minicursos e grupos de trabalhos.
EIXOS TEMÁTICOS

1. CONECIMENTOS CIENTÍFICOS, ENSINO E DIVERSIDADE CULTURAL
Coordenador: Prof. Dr. Belarmino Mariano Neto (belogeo@yahoo.com.br)
Coordenadora: Profª Drª Rosilda Alves (rosildaalvesuepb@yahoo.com.br)
Coordenador: Prof. Dr. Waldeci Ferreira Chagas (luadeluanda@ig.com.br)
2. GEOGRAFIA, TERRITÓRIO E PLANEJAMENTO
Coordenadora: Profª Drª Luciene Arruda (luciviar@hotmail.com)
Coordenador: Prof. Ms. Francisco Fábio Dantas da Costa (fabioeadriana@ibest.com.br )
Coordenador: Prof. Dr. Lanusse Salim Rocha Tuma (lanussetuma@yahoo.com.br )
3. HISTÓRIA, CULTURA E IDENTIDADES
Coordenadora: Profª Drª Alômia Abrantes (alomia@terra.com.br)
Coordenadora: Profª Drª Marisa Tayra (mtayra@gmail.com )
Prof. ?
4. LITERATURAS, IDENTIDADES E INTERCULTURALIDADE
Coordenadora: Profª Drª Maria Suely da Costa (mscosta3@hotmail.com)
Coordenador: Prof. Ms.
Prof ?
5. LÍNGUA, LINGUÍSTICA E ENSINO
Coordenadora: Profª Drª Iara Martins (iaramartins@yahoo.com.br)
Coordenadora: Profª Drª Wanilda Lacerda (wanildalacerda@hotmail.com)
Coordenadora: Profª Drª Marilene Carlos do Vale Melo (marilenecarlos48@hotmail.com
6. EDUCAÇÃO, PRÁTICAS DE ENSINO E NOVAS TECNOLOGIAS
Coordenador: Prof. Ms. Genivaldo Monteiro (genivaldomonteiro@ig.com.br)
Coordenadora: Profª Ms. Luciana Nascimento (lucnasci@terra.com.br)
Coordenadora: Profª Ms. Regina Coele Nogueira (recelly54@hotmail.com )
7. MOVIMENTOS SOCIAIS, POLITICAS PÚBLICAS E FORMAÇÀO
Coordenadora: Profª Ms. Rita de Cassia Cavalte (rcassiaed@yahoo.com.br )
Coordenador: ?
Coordenador:?
8. DIREITOS HUMANOS, ECONÔMICOS, CULTURAIS E AMBIENTAIS
Coordenador: Prof. Ms. Agassiz filho (agassizfilh@hotmail.com)
Coordenadora: Prof. Ms. José Baptista de Mello Neto (jbaptista_neto@uol.com.br )
Coordenador: ?

Os eixos temáticos poderão ser desenvolvidos em forma de mesas redondas e de GTs, tendo outros desafios acadêmicos e temáticos derivados permitindo que mais professores possam coordenar estas atividades, propor mesas, coordenar o GT proposto, sugerir minicursos, lançamentos, publicações, mostras, etc. Para o fechamento da programação aguardamos minutas com propostas de nomes e temas para mesas e palestras.

PROGRAMAÇÃO

16/11/2009 – segunda-feira
Manhã: credenciamento
Tarde: credenciamento
Noite: Palestra de Abertura

17/11/2009 – terça-feira
Manhã: apresentação de trabalho (08h00 às 10h00) / minicurso (10h00 às 12h00)
Tarde: apresentação de trabalho (13h00 às 15h00) / minicurso (15h00 às 17h00)
Noite: mesa-redonda (19h00 às 20h30) minicurso (20h30 – 21h30)

18/11/2009 – quarta-feira
Manhã: apresentação de trabalho (08h00 às 10h00) / minicurso (10h00 às 12h00)
Tarde: apresentação de trabalho (13h00 às 15h00) / minicurso (15h00 às 17h00)
Noite: mesa-redonda (19h00 às 20h30) minicurso (20h30 – 21h30)

19/11/2009 – quinta-feira
Manhã: apresentação de trabalho (08h00 às 10h00) / minicurso (10h00 às 12h00)
Tarde: apresentação de trabalho (13h00 às 15h00) / minicurso (15h00 às 17h00)
Noite: mesa-redonda (19h00 às 20h30) minicurso (20h30 – 21h30)

20/11/2009 – sexta-feira
Manhã: Palestra de encerramento (09h00) tema para os cursos de Direito e Pedagogia
Tarde: Palestra de encerramento (13h30 às 15h30) / Apresentação cultural (15h30 às 16h30) tema para os cursos de Letras, História e Geografia.

INSCRIÇÕES

CATEGORIA
VALOR
ALUNO(A) DO ENSINO MÉDIO, GRADUAÇÃO OU ESPECIALIZAÇÃO E PROFESSOR DA EDUCAÇÃO BÁSICA
R$ 20,00
PROFESSOR UNIVERSITÁRIO, MESTRANDO OU DOUTORANDO
R$ 40,00


DEPÓSITO NA CONTA POUPANÇA DO BANCO REAL

AGÊNCIA – 1186 - Nº DA CONTA POUPANÇA – 19178651 - Banco Real
Em nome de Waldeci Ferreira Chagas

PRAZOS DE INSCRIÇÃO

PERÍODO DE INSCRIÇÃO COM APRESENTAÇÃO DE TRABALHO:
05 a 30 de outubro/2009.
PERÍODO DE INSCRIÇÃO SEM APRESENTAÇÃO DE TRABALHO:
05 de setembro a 13 de novembro/2009.

Envio do COMPROVANTE DE PAGAMENTO, com FICHA DE INSCRIÇÃO e TRABALHO COMPLETO para o e-mail: vhumanidadesch@yahoo.com.br

NORMAS PARA PUBLICAÇÃO

ENVIO DO TRABALHO COMPLETO para o e-mail (vhumanidadesch@yahoo.com.br)
ü Indicar qual o EIXO TEMÁTICO do trabalho (obrigatório).
ü O TÍTULO deve ser (centralizado, tamanho de letras 14, em negrito).
ü NOME DO(S) AUTOR(ES) do trabalho (lado esquerdo do título, com titulação (Dr, Mestre Prof. Estudante, Instituição). Deve seguir o mesmo estilo no caso de ter mais de um apresentador, com e-mail. (máximo de 3 autores e todos devem se inscrever no evento e pagar inscrição para efeito de certificados) – letra 12.
ü Os alunos devem colocar o nome do orientador abaixo de seu nome (com titulação, instituição e e-mail).
ü O RESUMO deve ser colocado junto ao TEXTO COMPLETO. O resumo deve ter no mínimo 150 e no máximo 300 palavras e três palavras-chave. Deve ser em espaço simples, estar em ARIAL, tamanho de letras 12 (não enviar resumo separado do texto).
ü O Texto completo deve ser digitado em ARIAL, tamanho de letras 12, espaço simples, número da página no mínimo de 3 (três) e no máximo de 5 (cinco) de texto. Margem de 2,5 em todos os lados da folha.
ü Não serão aceitos textos com notas de rodapé, cabeçalho e imagens.
ü O texto deve ser salvo em Word 97-2003 e enviado para o e-mail do evento vhumanidadesch@yahoo.com.br no prazo máximo de 25 de outubro de 2009, indicando o EIXO TEMÁTICO.
ü Enviar Texto Completo, Ficha de Inscrição e Comprovante de Pagamento para o e-mail do evento: vhumanidadesch@yahoo.com.br e solicitar a confirmação de recebimento.
ü Os trabalhos aceitos serão publicados em CD-ROM com ISBN. Todos os inscritos receberão o material do evento (bloco, caneta, programação e o CD-ROM com publicação) no credenciamento. (Deve apresentar comprovante de pagamento de inscrição no credenciamento).


V SEMANA DE HUMANIDADES

FICHA DE INSCRIÇÃO

NOME COMPLETO
ENDEREÇO COMPLETO (Rua/Av. nº + complemento)
CIDADE
ESTADO

PAÍS
FONE RESIDENCIAL
(Cód. + número)
CELULAR (Cód. + número)

ENDEREÇO ELETRÔNICO (e-mail)

INSTITUIÇÃO

GRAU DE INSTRUÇÃO

ÁREA/CURSO

MINICURSO
Nº________
TURNO___________
TÍTULO DO MINICURSO (1ª OPÇÃO):

MINICURSO
Nº________
TURNO___________
TÍTULO DO MINICURSO (2ª OPÇÃO)

TITULO DO TRABALHO

EIXO TEMÁTICO


Guarabira, 15 de setembro de 2009

Comissão Organizadora
Prof. Dr. Belarmino Mariano Neto (belogeo@yahoo.com.br)
Profª Drª Rosilda Alves (rosildaalvesuepb@yahoo.com.br)
Prof. Dr. Waldeci Ferreira Chagas (luadeluanda@ig.com.br)

domingo, 13 de setembro de 2009

Seleção para substituto em Pedagogia Infantil

UNIVERSIDADE ESTADUAL DA PARAIBA
CENTRO DE HUMANIDADES
DEPARTAMENTO DE LETRAS E EDUCAÇÃO

RODOVIA 75 KM 01
CEP: 58200-000 – AREIA BRANCA-GUARABIRA/PB
FONES: (83) 3271-4080 / FONE/FAX: (83) 3271-3322
E-Mail: chuepb@yahoo.com.br

PROCESSO SELETIVO PARA CONTRATAÇÃO DE PROFESSOR SUBSTITUTO N° 03/2009

A Chefe do Departamento de Letras e Educação da Universidade Estadual da Paraíba – UEPB, Centro de Humanidades, em Guarabira (PB), no uso de suas atribuições, faz saber a todos, quanto ao presente Edital, que este Departamento fará realizar PROCESSO SELETIVO para preenchimento de 01 (uma) VAGA, objetivando a contratação da Seleção Simplificada de PROFESSOR SUBSTITUO para o Departamento de Letras e Educação, no Centro de Humanidades, sendo assim definidas:

· Uma (01) vaga para a área de conhecimento EDUCAÇÃO INFANTIL E ESTÁGIO SUPERVISIONADO;

O prazo de validade do referido concurso será de um (01) ano, a contar da homologação dos respectivos resultados, de acordo com as necessidades e/ou conveniências institucionais e com a RESOLUÇÃO/UEPB/CONSUNI/50/2005.

DOS REQUISITOS BÁSICOS PARA INSCRIÇÃO:

O candidato à vaga de EDUCAÇÃO INFANTIL E ESTÁGIO SUPERVISIONADO deverá ter graduação em PEDAGOGIA e Pós-Graduação lato sensu (Especialização) ou Pós-Graduação stricto sensu (Mestrado ou Doutorado) na área de conhecimento específica em EDUCAÇÃO ou em área afim ao da matéria objeto da Seleção, devidamente reconhecida.
Não será aceita DECLARAÇÃO para comprovação de qualquer título acima destacado.

DAS INSCRIÇÕES:
As inscrições deverão ser feitas no DEPARTAMENTO DE LETRAS E EDUCAÇÃO no Centro de Humanidades (CH) –Rodovia 75, Km 01 – Areia Branca, Guarabira/PB CEP: 58200-000, no período de 14 a 18 setembro de 2009, no horário vespertino (13h00 às 17h00). As homologações das inscrições serão fornecidas no dia 21 de setembro de 2009, a partir das 13h00. Informações pelo telefone (83) 3271-4080, no Departamento /Secretaria da Direção do Centro de Humanidades e no site oficial da UEPB.


DOCUMENTOS EXIGIDOS:

a) Comprovação dos títulos acadêmicos ou profissionais dos quais é portador, ficando o Chefe, o Chefe-Adjunto ou a Secretária do Departamento de Letras e Educação ou a Secretária da Direção do Centro de Humanidades, responsáveis pela autenticação e regularidade da documentação;
b) títulos obtidos em universidades fora do país, deverão ter sua revalidação por universidades brasileiras de acordo com a legislação brasileira (Art. 48, § 3°, Lei 9.394- LDB);
c) fotocópia da cédula de identidade, título de eleitor, comprovação de quitação de obrigações eleitorais e certificado do serviço militar para candidatos do sexo masculino; de uma (01) via do Curriculum Vitae e cópia autenticada ou (originais para conferência) da respectiva documentação comprobatória;
d) a inscrição poderá ser feita por procurador munido do respectivo instrumento de mandato, com firma do outorgante reconhecida em cartório;
e) os documentos que demandam autenticação, e que não tiverem esse procedimento feito em cartório, poderão ser autenticados, administrativamente, mediante apresentação dos originais no ato da inscrição pelo Chefe, o Chefe-Adjunto ou a Secretária do Departamento de Letras e Educação ou a Secretária da Direção do Centro de Humanidades;
f) pagamento da taxa de R$ 50,00 (cinquenta reais), a ser efetuado na Secretaria da Direção do Centro de Humanidades.

REQUISITOS MÍNIMOS EXIGIDOS DOS CANDIDATOS:

a) Os candidatos que não preencherem quaisquer requisitos constantes do Edital não poderão candidatar-se;
b) o candidato, se estrangeiro, deverá apresentar visto de permanência no país.

DA REALIZAÇÃO DO CONCURSO:

Após a verificação da legalidade e aprovação das inscrições, o Processo Seletivo ocorrerá nos dias 22 a 24 setembro de 2009 (terça-feira, quarta e quinta-feira), no Departamento de Letras e Educação, Centro de Humanidades, Campus III, Rodovia 75, Km 01- Areia Branca, Guarabira/PB CEP: 58200-000, sempre a partir das 09h00 (nove horas).

DAS PROVAS:
O Processo Seletivo dos candidatos, cujas inscrições forem deferidas, constará de uma prova didática (com duração de 50 minutos) cujo ponto, dentre os cinco (05) recebidos no ato da inscrição, será sorteado com 24 horas de antecedência, e de uma prova de títulos. O sorteio ocorrerá no mesmo local da realização das provas, no dia 22 de setembro de 2009, às 09h00 (nove horas), na sala do Departamento de Letras e Educação. Caso o candidato não possa comparecer para o sorteio do ponto deverá indicar um procurador para representá-lo, com a documentação oficial, devidamente autenticada em cartório. O departamento não se responsabilizará pelo anúncio do ponto sorteado, caso o candidato não compareça ou não envie alguém que o represente. A prova didática acontecerá nos dias 23 e 24 de setembro, de acordo com a ordem do sorteio.
O julgamento da prova de títulos será baseado na apreciação dos elementos comprobatórios do mérito do candidato, de acordo com o ANEXO DA RESOLUÇÃO/UEPB/CONSUNI/50/2005, que consta de: l°. Título de Graduação; 2°. Títulos de Pós-Graduação; 3°. Atividades de Magistério ou afins; 4°. Trabalhos publicados; 5°. Participação em Eventos Científicos (Locais, Regionais, Nacionais e Internacionais); 6°. Outras atividades.

DISPOSIÇÕES FINAIS:
l) O resultado final da seleção será disponibilizado na Chefia do Departamento de Letras e Educação (CH) e no site da UEPB, impreterivelmente até o dia 25 de setembro de 2009(sexta-feira), a partir das 13h00.
2) O(s) candidato(s) aprovado(s) e classificado(s), respeitada(s) a(s) vaga(s) existente(s), poderá(ao) ser contratado(s) de imediato, se não houver impedimento de ordem legal ou administrativa, a juízo da Administração Superior da Universidade.
3) Ao se inscrever o candidato firmará compromisso, declarando conhecer os termos deste Edital, cuja cópia será entregue no ato da inscrição.
4) O regime de trabalho é de T-40 (quarenta) horas semanais, disponibilidade de segunda-feira a sexta-feira, mediante celebração de contrato por prazo determinado, regendo-se no que couber, pela legislação trabalhista, pelo Regimento e Estatuto Geral da UEPB pela RESOLUÇÃO/UEPB/CONSUNI/50/2005.

Guarabira (PB), 10 de setembro de 2009.


Profa. Dra. IARA FERREIRA DE MELO MARTINS
Mat. 03.22507-1
CHEFE DO DEPARTAMENTO DE LETRAS E EDUCAÇÃO

domingo, 30 de agosto de 2009






UNIVERSIDADE ESTADUAL DA PARAÍBA
CENTRO DE HUMANIDADES
DEPARTAMENTO DE GEO-HISTÓRIA
CURSO DE GEOGRAFIA


TERRA - Grupo de pesquisa urbana, rural e ambiental/uepb/ch/cnpq





GRUPO DE ESTUDO DE TEORIA E METODOLOGIA DA GEOGRAFIA










Introdução
A muitas maneiras de se dinamizar a vida acadêmica, uma delas são os estudos feito em grupo. Essa atividade acadêmica é antiga, utilizada há muitos anos por muitas instituições de ensino. Convivendo com os alunos na universidade, observamos, que, apesar de cursarem as disciplina na graduação, os alunos muita vezes se sentem despreparados teoricamente para enfrentar as questões pertinentes a sua ciência. Assim, estudar em conjunto é um modo produtivo de fazer render ao máximo o esforço do aprendizado, é uma maneira de estimular a discussão, é também uma forma do aluno aprender a lidar com as opiniões divergentes, com as diferenças e aprender a ouvir o outro.
Por outro lado, algumas disciplinas, devido à complexidade dos assuntos abordados ou à abrangência de determinados tópicos, requerem mais tempo de amadurecimento dos conhecimentos transmitidos, mais atividades prática e discussões em sala, até mesmo, momentos para troca de conhecimentos e experiência entre alunos e profissionais da área. Nem sempre é possível ao professor atender todas estas necessidades e demandas dos alunos em sala, pois o professor se encontra envolvido com as mais diferentes atividades no âmbito da universidade.
Associado a este fato, o professor também se encontra envolvido com as mais diferentes indagações sobre a sua prática educacional, dentre as quais podemos relacionar:

-Como atender as diferentes demandas dos alunos ?
-Como desenvolver no aluno a habilidade de “aprender a aprender” ?
-Como estimular a pesquisa ?
-Como aprimorar a habilidade de resolver problemas ?
-Como explorar a multidiciplinariedade ?
-Como despertar no aluno a importância do trabalho cooperativo ?
-Como mostrar ao aluno a importância do conteúdo desenvolvido em aula na formação profissional do mesmo?

Estes são apenas alguns questionamentos que nos motivaram a criar o o Grupo de Estudo em Teoria da Geografia. Entendemos Grupo de Estudo como “o processo educativo que envolve o aluno em atividades de estudos temáticos, sob a orientação de, no mínimo, um professor.” [UFJF 2005], É com base nesse conceito que visamos proporcionar oportunidades para professores e alunos. Visamos oferecer um rico ambiente de troca de experiências e desenvolvimento, tanto à nível pessoal quanto acadêmico e profissional. Aos professores, os encontros do grupo deve propiciar uma vivência que permite elaborar uma reflexão a partir dos questionamentos propostos:

Sabemos também que a formação do aluno vai além da sala de aula. A discussão em grupo é fundamental para sua atualização e, muitas vezes, esta se dá de maneira informal, ou seja, o aluno recorre a diferentes meios, como livros, revistas e internet, por exemplo, que propiciem a renovação do conhecimento adquirido durante o curso superior. Para isso é necessário que o aluno, durante o seu período de graduação “aprenda a aprender” sem o auxílio do professor. Tendo como objetivo o aprimoramento desta habilidade, são definidos temas de interesse comum aos participantes, os quais escolhem um determinado tópico, a ser estudado e apresentado aos demais colegas através da leitura em grupo. Isto permiti que no momento da leitura seja possível o questionamento, a reflexão, o aprofundamento das idéias do autor, mas, sobretudo, o contato com a teoria.

O termo colaborar “relaciona-se com contribuição sem necessariamente ter que haver trabalho conjunto, envolvendo, na maioria das vezes, patamares diferenciados em termos de conhecimento. Cooperar, por sua vez, além de exigir colaboração, envolve trabalho conjunto visando alcançar objetivos compartilhados”. A formação de equipe de trabalho é prática comum no mundo do trabalho. Dessa forma se faz necessário preparar os alunos para esta realidade, que exige, entre tantas coisas, habilidade nas relações pessoais e cooperação. Assim, realização de atividades e distribuição de responsabilidades, dentro do grupo de estudos, tem colaborado para mostrar a importância do trabalho cooperativo na execução das tarefas propostas.


Objetivo Geral

Realizar estudos acerca das questões teóricas-metodológicas pertinentes a ciência geográfica, sobretudo, estimular a pesquisa e a produção cientifica na área de Teoria. Realizar na prática a relação entre ensino, pesquisa e extensão.
Objetivos Específicos
-Realizar pesquisa bibliográfica;
-Estimular o aprofundamento das questões teóricas pertinentes a geografia;
-Promover eventos e atividades de natureza cientifica;



Metodologia



A base do trabalho no Grupo é a cooperação. Nossos encontros serão semanais com duas horas de duração. Desta forma, desenvolveu-se uma metodologia de trabalho própria, onde as decisões e as estratégias de ação são definidas em conjunto com os integrantes do grupo. Este formato tem trazido grande motivação para o desenvolvimento do trabalho.
O grupo realizará leitura de obras de cunho teórico, clássicos, procurando realizar um resgate da geografia desde os seus primórdios. Busca-se também, além das leituras, desenvolver atividades de natureza acadêmica como: exibição de filmes e discussão, palestras com intelectuais das ciências sociais, intercâmbio com outros grupos de estudos, viagens de pesquisa, participação em eventos científicos, organização de eventos de natureza acadêmica, mas, sobretudo, a produção de textos científicos.
Por enquanto os encontros tem se realizado em uma sala de aula do curso de geografia, exigindo o mínimo de recurso técnicos. Mas, futuramente, busca-se criar canais de comunicação, um fórum eletrônico ou um blog, que deve servir de repositório de informações. Este deverá ser mantido pelos alunos do Grupo de Estudo
A participação dos alunos é gratuita e aberta a todos os alunos do Centro de Humanidades. A presença nas reuniões serão registradas em ata para uma melhor organização e registro dos trabalhos. Todos os semestres o Grupo de Estudo deve se reunir para avaliar o seu desempenho e realização de suas atividades. O coordenador deve ser indicado pelo grupo e coordenar os trabalhos por apenas um ano, após esse período outro professor deve assumir a coordenação.

Membros do Grupo:

Professora Regina Celly Nogueira da Silva (Coordenadora)

ANNELY F DE MELO
ANA CAROLINA RODRIGUES
IZAIAS SEVERINO DA SILVA
JAIRO A FELIPE
JOEL ANTONIO DOS SANTOS
PAULA G DINIZ
LEOMAR DA SILVA COSTA
LEOMAR MENDONÇA LIMA
RENALY FERNANDES DA SILVA

JOEL ANTONIO DOS SANTOS

Referencias

ANDRADE, Maria Margarida de.Metodologia do Trabalho Cientifico. São Paulo: Atalas. 2009-08-27

SEVERINO, Antonio Joaquim. : METODOLOGIA DE PESQUISA. São Paulo : Cortez, 2007
UFJF (2005). Resolução do Conselho Setorial de Graduação Quanto à Flexibilização dos Currículos de Graduação da Universidade Federal de Juiz de Fora. Disponível on-line em http://www.producao.ufjf.br/arqufjf/res018.htm. Jan, 2005 Velasco, S.(2005) Algumas

quarta-feira, 29 de julho de 2009

PROGRAMA - Estudo dos Espaços Agrário, Urbano e Industrial.



UNIVERSIDADE ESTADUAL DA PARAÍBA
Centro de Humanidades
Departamento de Geografia e História
Disciplina: Estudo dos Espaços Agrário, Urbano e Industrial.
Carga horária de 132 horas aulas – Turma: ______
Prof. Belarmino Mariano Neto belogeo@yahoo.com.br
http://observatoriodoagreste.blogspot.com/

PROGRAMA DE CURSO

Ementa: Conceitos de espaço, território, ordem, organização, Estado, Região e processo de regionalização; Ordens, dominação e subordinação e conflitos; Panorama da agropecuária no Brasil e no mundo; A questão agrária e a luta pela terra. Globalização, modernização da agropecuária e os seus efeitos sobre as paisagens. Sistemas agropecuários; estrutura fundiária, políticas de reforma agrária e as relações de trabalho no campo. Fragmentação, remembramento; A cidade e o espaço urbano em suas perspectivas históricas; o espaço urbano na ordem capitalista e seus desdobramentos sociais, políticos, econômicos, culturais e ambientais. A indústria no tempo e no espaço; urbanização e industrialização na lógica das contradições contemporâneas; subdesenvolvimento e sub-mundialização da pobreza. O capitalismo maduro e o esgarçamento dos tecidos sócio-ambientais. O Brasil no Contexto continental e internacional. Globalização e organização do espaço brasileiro; transformações geo-econômicas e organização espacial. O capital estrangeiro na organização do espaço brasileiro.
Justificativa: Os temas apontados pela ementa da disciplina são fundamentais para entendermos a organização do espaço geográfico em escalas, dentro do contexto nacional, regional e internacional, bem como suas características e classificações em relação a outros territórios geográficos. As contradições espaciais, sócio-econômicas e ambientais que marcam a construção das categorias geográficas de paisagem, região, território, espaço geográfico e meio ambiente nortearão cada passo desse programa de curso. Os Conceitos de espaço agrário, urbano e industrial serão inseridos na dinâmica materialista da vida social em escalas até atingirmos o mundial, tanto do ponto vista de sua produção social, econômica, política, ambiental e cultural, serão bases de análise em relação aos seus impasses, relações e contradições. A ciência, a tecnologia e a organização econômica do espaço em zonas, blocos ou regiões dentro do sistema capitalista, apontam para uma lógica espacial aberta, desigual, combinada, fragmentada e globalizada. As marcas das contradições, o desenvolvimento, subdesenvolvimento e a submundialização, expressos no cotidiano da sociedade brasileira, americana e mundial são nossos caminhos de observação. Os conflitos cada vez mais latentes, a demonstração de uma territorialidade que vem permitindo novas formas de analisar o espaço geográfico a partir desse tripé: Agrário, urbano e industrial.
Objetivo Geral: Compreender as dinâmicas de organização do espaço geográfico a partir das dinâmicas agrárias, urbanas e industriais em diferentes escalas e na perspectiva e pressupostos teóricos da geografia crítica.
Objetivos Específicos: Apresentar conceitos de espaço agrário, urbano e industrial enquanto representação geográfica. Trabalhado com exemplos de escalas territoriais e suas possíveis regionalizações; Expor os diferentes momentos e formas de ocupação do território para compor o desenho espacial seja na cidade ou no campo; Apontar as problemáticas do espaço brasileiro nas perspectivas acima levantadas; Discutir sobre as políticas do Estado na perspectiva do planejamento a partir da leitura e discussão dos textos;
Metodologia: Aula expositiva dialogada; Análise comparativa de gráficos, tabelas e imagens; Debates e seminários; análise interpretativa de informações geográficas; organização de linhas temáticas para pesquisas monográficas futuras. Produção de artigos ou pequenos textos.
Recursos Materiais: “Quadro”; Retroprojetor; Imagens; Base bibliográfica; elementos cartográficos, etc.
Avaliação: Sistema contínuo com participação direta e presencial; debates, seminários, micro-aulas; fichamentos, interpretações; relatórios e produção de textos; avaliações escritas;


CONTEÚDO PROGRAMÁTICO

1. Discutindo a idéia de espaço geográfico: Breve histórico e elementos teórico-conceituais e limitações metodológicas; As práticas espaciais e os retalhos da realidade territorial; As regiões naturais; As regiões geográficas e caracterização do ambiente holístico; potencialidades e contradições do espaço geográfico.
2. Espaço geográfico questão agrária: Dimensões da produção do espaço agrário; circuitos, sistemas, redes e funções diferenciadoras dos espaços agrários a partir da agropecuária e os problemas da modernização agrícola e das questões sócio-ambientais; tecnologias modernas e produção rural. Estrutura fundiária e reforma agrária na América latina e no Brasil; A questão agrária na perspectiva do “novo rural”; modelos degradadores a partir dos complexos agro-industriais. Produção agrícola, movimentos sociais no campo e novas alternativas agro-ambientais na perspectiva da agra-biodiversidade; globalização e modernização da agropecuária a partir de modelos do Brasil; estudo de caso da questão agrária e ambiental na Amazônia, Nordeste e Centro-sul do Brasil.
3. Estudo do Espaço Urbano-Industrial: Estrutura sócio-econômica, nação, Estado, soberania e território na perspectiva urbano-industrial. O nascimento da cidade e a dinâmica capitalista de transformação do espaço geográfico. Urbanização e Revolução Industrial; O espaço transnacional e o processo urbano-industrial periférico; cidade, indústria e capitalismo; a cidade e a produção social do espaço geográfico; Intensificação urbano-industrial do capitalismo e a hiper-complexidade das relações de poder das grandes corporações capitalista; metropolização e megalópoles: desenhos, arranjos e relações espaciais; O urbano-industrial na perspectiva ecológica.
4. A complexidade do espaço urbano-industrial: do meio natural ao meio técnico-científico-informacional. Uma reorganização produtiva do espaço e as grandes crises sócio-ambientais. Ciberespaço e cibercultura, as redes virtuais e suas relações em meio aos complexos do capitalismo maduro. Da economia internacional ao processo de globalização e submundialização dos espaços de pobreza urbana. As diferenciações regionais da urbanização a partir dos espaços que mandam e dos espaços que obedecem.

Bibliografia:
ABRAMOVAY, Ricardo. O que é Fome. Rio de Janeiro: Brasiliense, 1991.
ALTIERI, Miguel. Agroecologia Bases científicas para uma agricultura sustentável. Guaiba,/RS: Editora Agropecuária, 2002.
ALMEIDA, Jalcione. A Construção social de uma nova agricultura. Rio G. do Sul: Editora da UFRS, 1998.
ATLAN, Henri. Entre o Cristal e Fumaça. Rio de Janeiro. Jorge Zahar editor, 1992.
ALENCAR, Maria L. P. de. Constituição Brasileira e a Integração Latino-americana – soberania e supranacionalidade. João Pessoa: UFPB/Universitária, 2001.
aNDRADE, Manoel Correia de. O que é questão territorial no Brasil. São Paulo: Hcitec/Ipesp, 1995.
aNDRADE, Manoel Correia de. A Terra e o Homem no Nordeste. Rio de Janeiro: Brasiliense, 1970.
aNDRADE, Manoel Correia de. O desafio Ecológico: utopia e realidade. São Paulo: Hucitec, 1994.
aNDRADE, Manoel Correia de. Geografia Econômica. São Paulo: Atlas, 1998.
aNDRADE, Manoel Correia de. Espaço, Polarização & Desenvolvimento. – Uma Introdução a Economia Regional. São Paulo: atlas, 1987.
aNDRADE, Manoel Correia de. Geografia Ciência da Sociedade – uma introdução a análise do pensamento geográfico. São Paulo: Moderna, 1993.
BACHELARD, G. A Poética do Espaço. Coleção os Pensadores. São Paulo: Ed. Abril, 1984.
BEZERRA, Maria do Carmo Lima e VEIGA, José Eli da. (Coordenadores). Agricultura sustentável. Brasília: Ministério do Meio Ambiente; Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis; Consórcio Museu Emílio Goeldi, 2000. (on-line)
BREITBACH, Áurea C. de Miranda. Espaço e Sociedade: O Papel do Trabalho na Transformação da natureza. In: Estudos sobre o conceito de Região. Porto alegre, RS. N.º 13, Agosto de 1988.
Carlos, Ana Fani Alessandri. Espaço e Indústria (Coleção Repensando a Geografia). São Paulo Contexto / EDUSP, 1988.
Carlos, Ana Fani Alessandri. A cidade. São Paulo: Contexto, 1996.
CASTRO, Iná E. GOMES, Paulo C. C. e CORRÊIA, R. L. (Org.). Explorações Geográficas. São Paulo: Bertrand Brasil, 1997.
CASTRO, Iná E. GOMES, Paulo C. C. e CORRÊIA, R. L. & MIRANDA, Mariana. EGLERE, Cláudio A. G. (Org.). Redescobrindo o Brasil – 500 anos depois. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1999.
CASTRO, Josué de. Geografia da Fome – o dilema brasileiro – pão ou aço. Rio de Janeiro: Cultrix, 1990.
CASTRO, Josué de. Ensaios de Geografia Humana. Rio de Janeiro: Brasiliense, 1980.
CHAUÍ, Marilena. Convite à Filosofia. São Paulo. Ática, 2000.
Ciência Social. Rio de Janeiro: Zahar, 1996.
CORRÊIA, Roberto Lobato. A Rede Urbana. São Paulo: Ática, 1993.
CORRÊIA, Roberto Lobato. O Espaço Urbano. São Paulo: Ática, 1995.
CORRÊIA, Roberto Lobato. Região e Organização Espacial. São Paulo: Ática, 1995.
COIMBRA, Pedro e TIBÚCIO, José A. M. Geografia – uma análise do espaço geográfico. São Paulo: Habra, 1993.
CORRÊA, Roberto Lobato. Trajetórias Geográficas. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1997.
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DIEGUES, Carlos Antônio. O Mito Moderno da Natureza Intocada. São Paulo: HUCITEC, 1996.
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FERRY, Luc. A Nova Ordem Ecológica. A árvore, o animal, o homem. São Paulo: Ed. Ensaio, 1994.
GALIZA, Diana Soares de. Modernização sem desenvolvimento na Paraíba: 1890-1930. João Pessoa: Idéia, 1993.
GEORGE, Pierre. Geografia Econômica. São Paulo: Difel, 1983.
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CRAZIANO DA SILVA, José. O novo rural brasileiro. Campinas/SP: UNICAMP, 1999.
GREGORY, Derek. MARTIN R. SMITH G. (Org.) Geografia Humana – Sociedade, Espaço e
HUBERMAN, Léo. História da Riqueza do Homem. Rio de Janeiro: LTC, 1990.
JÚNIOR, Caio Prado. História Econômica do Brasil. São Paulo: Brasiliense, 1976.
LAMARCHE, Hugue (Cord.) A Agricultura Familiar - do mito a realidade Vol. II. Campinas/SP: Editora da UNICAMP, 1998.
LOURENÇO, Antonio Fernando. Agricultura Ilustrada - liberalismo e escravismo nas origens da questão agrária brasileira. Campinas/SP: Editora da UNICAMP, 2001.
LÉNA, Philippe e OLIVEIRA, Adélia Engracia de. (Orgs.) Amazônia a fronteira agrícola vinte anos depois. Belém: CEJUP/Museu Emilio Goeldi, 1992.
MARTINE, George. Fases e faces da modernização agrícola brasileira. Rio de Janeiro: IPLAN – Inst. de Planej. n.º 15, 1989
MAGNOLI, Demétrio. O Mundo Contemporâneo – Relações internacionais 1945 – 2000. São Paulo: Moderna, 1996.
MAGNOLI, Demétrio e SCALZARETTO, Reinaldo. Atlas Geopolítica. São Paulo: Scipione, 1999.
MARITNS, José de Souza. Fronteira: a degradação do outro nos confins do humano. São Paulo: Hucitec, 1997.
MARANHÃO, Silvio (Org.). A Questão Nordeste – estudos sobre a formação histórica, desenvolvimento e processos políticos e ideológicos. São Paulo: Paz e Terra, 1984.
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MARIANO NETO, Belarmino “Morte Espetacular” (artigo) – CAOS – nº 04 – Agosto de 2002. http://chip.cchla.ufpb.br/caos/04 –marianoneto.html
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MARIANO NETO, Belarmino (Líder) Terra – Grupo de Pesquisa Urbana, Rural e Ambiental – TGPURA. Universidade Estadual da Paraíba, Centro de Humanidades de Guarabira. Home page: http://www.uepb.rpp.br/, e-mail belogeo@yahoo.com.br
MARIANO NETO, Belarmino. Topofilia, Ecologia e Imaginário: os velhos cariris da Paraíba. Par'a'iwa - revista dos pós-graduandos de sociologia da ufpb, João Pessoa/Pb. . http://chip.cchla.ufpb.br/caos/04-mariano.html v. 01, n. 04, p. 01-35, setembro de 2003.
MARIANO NETO, Belarmino. Geografia Cultural e construção do individuo liberal. Portugal: http://olharesgeograficos.blogs.sapo.pt/, agosto de 2005.
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MARIANO NETO, Belarmino. Vários, artigos, caderno de texto e dissertação de mestrado (on-line arquivo pdf). João Pessoa: Sebrae, http://www.biblioteca.sebrae.com.br/. 2005.(click busca por autor).
MARIANO NETO, Belarmino. & VICENTE, Paulo Benício. Ligas Camponesas em Mamanguape/PB. Par'a'iwa - revista dos pós-graduandos de sociologia da ufpb, João Pessoa/Pb. . http://chip.cchla.ufpb.br/caos/04-mariano.html v. 01, n. 04, p. 01-20, setembro de 2003.
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MOREIRA, Emília de Rodat F & MOREIRA, Ivan Targino. Agro indústria Canavieira Paraibana: expansão e crise. ANAIS XI - Encontro Nacional de Geografia Agrária. Universidade Estadual de Maringá. 1992.
MOREIRA, Emília de Rodat. Por um Pedaço de Chão. Vol. I e II. João Pessoa: UFPB/Universitária: 1997.
MOREIRA, Emília de Rodat Fernandes. Mesorregiões e Microrregiões da Paraíba. João Pessoa: GAPLAN, 1989.
MORAIS, Antônio Carlos Robert. Território e História no Brasil. São Paulo. Hucitec, 2002.
MULLER, Geraldo. Complexo Agro-industrial e Modernização Agrária. São Paulo: Hucitec, 1989.
OLIVEIRA, Francisco de. Elegia para uma Re(li)gião. São Paulo: Paz e Terra, 1987.
PEREIRA, Antonio Alberto. Além das Cercas - um olhar educativo sobre a Reforma Agrária. João Pessoa: Idéia, 2005.
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SANTOS, Milton. A natureza do espaço: técnica e tempo – razão e emoção. São Paulo: Hucitec, 1997.
SANTOS, Milton. Natureza e sociedade Hoje: uma leitura geográfica. São Paulo: Hucitec, 1997.
SANTOS, Milton e SILVEIRA, Maria Laura. O Brasil - Território e sociedade no início do século XXI. São Paulo, Record, 2001.
SOUZA, M. A. de. SANTOS, Milton. SCARLATO, F. C. ARROYO, M. O Novo Mapa do Mundo – Natureza e Sociedade de Hoje: uma leitura geográfica. São Paulo: Hucitec/Anpur, 1997.
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SANTOS, Milton. Ensaios de Geografia contemporânea (Org. Ana Fani). São Paulo: Edusp, 2001.
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SILVA, José Graziano da. O que é questão agrária. São Paulo: Brasiliense, 1982.
SILVA, José Graziano da. Modernização Dolorosa. Rio de Janeiro: Zahar, 1982.
SOUSA SANTOS, Boaventura de. Pela Mão de Alice – o social e o político na pós-modernidade. São Paulo: Cortez, 2001.
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WANDERLEY, Maria Nazareth Baudel (Org.). Globalização e desenvolvimento sustentável: Dinâmicas sociais rurais no Nordeste brasileiro. São Paulo: Polis/Ceres, 2004.
ZAMBERLAM, Jurandir & FRONCHETI, Alceu. Agricultura Ecológica - preservação do pequeno agricultor e do meio ambiente. Petrópolis/RJ: Editora Vozes, 2002.

domingo, 12 de julho de 2009

ONG - Vídeo sobre Memória camponesa na Paraíba

Temos um vídeo e a criação da ONG - Memorial das Ligas camponesas - Sapé - PB.
vejam link e leiam o texto abaixo, reprozido a partir do texto convite de criação da ONG.
http://www.youtube.com/watch?v=Jb4PRLOxpuE

ONG – Memorial das Ligas Camponesas – Sapé – PB.
MEMORIAL DAS LIGAS CAMPONESAS
Contatos: (83) 3283-2290
ou 8836-0340.
E-mail: ligascamponesas@hotmail.com

Sapé resgata a história das Ligas Camponesas
Fundada em Sapé a ONG - Memorial das Ligas Camponesas

Representantes de entidades e pessoas interessadas em resgatar a história das Ligas Camponesas em Sapé fundaram a Organização Não-Governamental Memorial das Ligas Camponesas. A ONG tem por objetivo resgatar a história das Ligas Camponesas, sua importância para o país e fazer justiça à memória daqueles que deram a vida na luta pelos direitos dos trabalhadores.
As eleições para a diretoria e conselho fiscal da ONG estão marcadas para o dia 06 de janeiro do próximo ano. Uma diretoria provisória foi formada para organizar os trabalhos de legalização da entidade, organização das eleições e divulgação dos eventos. A diretoria provisória é formada pelos sindicalistas Jorge Galdino de Almeida e Wilson Estevam da Costa, respectivamente presidente e diretor de patrimônio do Sindservs - Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Sapé – e pela professora de história, Maria do Socorro Rodrigues Batista. Inicialmente as eleições estavam previstas para o dia 05 de novembro deste ano, mas por motivos superiores não foi possível sua realização. No dia 18/11, houve mais uma reunião dos sócios fundadores que prorrogaram o prazo de vigência da diretoria provisória e um novo calendário eleitoral foi estipulado.
As reuniões para a organização e instituição da ONG vêm acontecendo desde o mês de maio deste ano, quando foram discutidos pontos como a denominação da entidade, finalidades, detalhes estatutários e estratégias que culminaram na composição do estatuto que foi lido e aprovado no dia 05 de agosto em uma reunião histórica que contou com a presença de Elizabete Teixeira (viúva do líder camponês, João Pedro Teixeira, assassinado no período da ditadura militar); dos vereadores Garibaldi Pessoa (PT-Sapé) e Maria das Graças Costa (PT-Sobrado); Diretores do Sindservs, Jorge Galdino de Almeida, Mariza Alexandre e Wilson Estevam da Costa; Padres, José Martins (Sapé) e Hermínio Canova (Sobrado); Maria de Fátima Yasbeck Asfora, irmã do ex-vice-governador da Paraíba, Raimundo Asfora; Religiosas, Irmã Tony e Irmã Marlene; Noaldo Meireles, Advogado da CPT – Comissão Pastoral da Terra; Trabalhador rural, Cândido Alan Florêncio; Servidora Pública, Betânia Vieira de Meireles; Alunas do EJA – Educação de Jovens e Adultos, Maira do Socorro Rodrigues, Maria da Penha Silva e Alda Lúcia de Meireles, dentre outros presentes.
Na ocasião, Elizabete Teixeira fez um emocionante relato histórico contando sua trajetória e a de João Pedro Teixeira no período das Ligas Camponesas em plena ditadura militar.
A ONG está sediada temporariamente no Memorial João Pedro Teixeira, em Barra de Antas, onde encontra-se um amplo acervo sobre a vida e a trajetória do líder camponês.

Wilson Estevam, Professora Socorro,
Elizabete Teixeira e Jorge Galdino


A ONG está sediada provisoriamente no
Memorial João Pedro Teixeira em Barra de Antas-Sapé-PB

RESUMO DA HISTÓRIA DE JOÃO PEDRO TEIXEIRA E AS LIGAS CAMPONESAS EM SAPÉ

Nas décadas de 50 e 60, o sofrimento dos camponeses no Brasil não diferia muito dos dias de hoje. Essa realidade foi assim descrita por Francisco de Assis Lemos, então presidente da Federação das Ligas Camponesas da Paraíba: “...A fome, a mortalidade infantil e o analfabetismo imperavam na região. Grande parcela dos habitantes do campo sequer tinha acesso ao dinheiro. Adquiria o mínimo para a subsistência, nos barracões das fazendas, e a dívida era deduzida do pagamento que tivesse a receber. No final do mês, jamais havia saldo positivo; o camponês ficava sempre devendo. Funcionava o regime chamado cambão, pelo qual o camponês tinha de trabalhar vários dias por semana nas roças do proprietário, sem receber nenhum pagamento. Em troca desse trabalho gratuito, o camponês morava na fazenda e podia plantar para si próprio em torno do casebre”. Completando esse quadro, relata o jornalista Nizi Maranhão: “... Grandes latifundiários, donos das extensas fazendas, com inúmeros moradores que vivem miseravelmente, sem escola para os filhos, sem qualquer espécie de assistência, morando em mocambos infectos e sujeitos ao regime de cambão... São postos para fora da terra por mero capricho dos seus proprietários, sem qualquer indenização pelas lavouras, pelo pequeno sítio; o rurícola paga o seu foro em dinheiro ou em dias de trabalho, inclusive dos familiares, sem contar as arbitrariedades do patrão, como surras, ameaças de morte, prisões e espancamentos por policiais sempre dóceis e solícitos às ordens desses mandões desabusados”.

“Não me acovardo”

Foi no meio dessa situação de exploração e injustiça que nasceu João Pedro Teixeira, em 4 de março de 1918, no então distrito de Pilões, município paraibano de Guarabira. Desde criança sentiu na pele a violência dos latifundiários. Seu pai, arrendatário de um proprietário, entrou em conflito com ele, foi atacado por capangas, baleou um deles e fugiu. Nunca mais apareceu. João Pedro tinha apenas seis anos de idade.
Para enfrentar a exploração e a violência dos latifundiários e dos seus governos, os camponeses começaram a organizar-se em associações. Elas tiveram inicialmente, um caráter assistencialista e de ajuda mútua, mas logo evoluíram para a luta pela terra, defendendo a posse daquela onde já moravam e da qual tiravam sua subsistência, e o fim do cambão. Passaram a ocupar terras dos latifundiários, produzindo e resistindo às investidas dos capangas e das polícias estaduais. Essas associações foram chamadas de Ligas Camponesas. A primeira delas foi a do Engenho Galiléia, em Pernambuco, fundada em 1954; rapidamente a experiência espalhou-se pelos campos do Nordeste e de outras regiões do país.

A consciência de classe nasceu na luta operária

João Pedro Teixeira trabalhou, desde a infância, na agricultura; aos 23 anos tornou-se operário, trabalhando em pedreiras na Paraíba e, depois, em Jaboatão, Pernambuco, para onde se mudou com a mulher, Elizabete Teixeira, e uma filha. Foi na pedreira de Jaboatão que despertou para a necessidade de lutar pelos direitos e organizou os companheiros, fundando o sindicato dos trabalhadores. Desempregado e perseguido pelos patrões, voltou à origem camponesa em 13 de maio de 1954, aceitando a oferta de morar em um sítio que o sogro havia comprado em Sapé(PB).
Não demorou para reunir os camponeses, visitar suas casas e organizar comícios nas feiras, chamando-os para se unir a fim de enfrentar a realidade cruel em que viviam. Em 1958, estava fundada a Associação dos Lavradores e Trabalhadores Agrícolas, mais conhecida como Liga Camponesa de Sapé. À frente dela, João Pedro Teixeira, João Alfredo Dias (Nego Fubá) e Pedro Inácio de Araújo (Pedro Fazendeiro). Os ataques dos latifundiários não tardaram a acontecer. Em 14 de março de 1961, foi assassinado Alfredo Nascimento, líder dos camponeses da Fazenda Tiriri; em 23 de dezembro do mesmo ano, foi baleado outro líder, Pedro Inácio de Araújo (Pedro Fazendeiro). Apavorada, a esposa de João Pedro Teixeira chamou-o para sair da Paraíba, para longe dos inimigos, ao que ele respondeu: “Você e meus filhos podem ir; fico com os retratos, mas não me acovardo”.
Os camponeses não se acovardaram. A cada crime cometido pelos latifundiários, havia manifestações de protesto e aumentava a mobilização. A Liga Camponesa de Sapé crescia a cada dia, filiando, em três anos, 15 mil camponeses, além de trabalhadores urbanos, estudantes, profissionais liberais e pequenos comerciantes. Era uma verdadeira organização de massa e influenciava outros municípios da região.
O sangue do mártir é semente de lutadores

Os latifundiários acreditavam que, matando o líder, acabariam a Liga. Uma trama foi bem urdida. O sogro de João Pedro, que nunca concordou com suas atividades, vendeu o sítio onde ele morava a um proprietário de terras e vereador de Sapé, Antônio Vitor, que pressionou para João Pedro sair. Mas ele se recusou. O novo proprietário entrou com uma ação de despejo, contestada judicialmente e com interdito proibitório, para que ele não pudesse plantar. Certo Dia, convidaram-no para uma reunião com os advogados em João Pessoa. Não haveria reunião alguma; era parte do plano de assassinato. Prepararam uma emboscada em um ponto da estrada, onde João Pedro passaria a pé quando retornasse da capital. Dito e feito. Enquanto caminhava tranqüilamente, o líder camponês foi crivado de balas disparadas pelo fuzil da covardia e da prepotência. Seu corpo foi encontrado agonizando, com as mãos apertando contra o peito os livros e cadernos que comprara para seus filhos levarem à escola. O assassinato ocorreu em 2 de abril de 1962. João Pedro deixou esposa e onze filhos, dos quais Marluce, a mais velha (18 anos) não conseguiu superar o trauma causado pela morte do pai e suicidou-se oito meses depois. Os criminosos mataram então pai e filha.
Cinco mil camponeses da região e quase toda a população de Sapé compareceram ao enterro, marcado por protesto, pranto, o compromisso de continuar a luta, e pelas palavras de Raimundo Asfora, um deputado estadual que apoiava as Ligas: “...Não vamos enterrar um homem; vamos plantá-lo. Pararam o teu coração. Surgirão novos camponeses revoltados, outros João Pedro, numerosos lutadores. Julgaram que desapareceste. Estás agora em toda a parte”.

Os camponeses prepararam uma grande manifestação para o dia 10 de abril daquele ano, em João Pessoa, mas não a realizaram por causa da operação militar realizada por tropas do IV Exército. Na véspera, os militares aprisionaram lideranças das Ligas, simpatizantes e apoios, sob pretexto de estar dando continuidade a um inquérito policial-militar destinado a apurar a responsabilidade de pessoas que estariam usando as Ligas para práticas subversivas, inclusive o contrabando de armas. Vasculharam até as casas de dois juízes de Direito, o que causou veementes protestos e mal-estar no Poder Judiciário paraibano. Não encontraram absolutamente nada.
Era só um pretexto. Aliás, quem tinha em mãos armas privativas do Exército eram os latifundiários da Várzea. Diante disso, o ato foi transferido para o 1º de maio, tendo sido a maior manifestação popular já vista em João Pessoa. Reuniu cerca de 40 mil pessoas, entre camponeses, trabalhadores da cidade, estudantes, profissionais liberais e o povo em geral. Diante da mobilização, o governador Pedro Gondim exigiu a apuração imediata dos responsáveis e sua punição exemplar. Em pouco tempo, tudo estava revelado. Mandantes: os latifundiários Aguinaldo Veloso Borges e Pedro Ramos Coutinho, mais o vereador e proprietário de terras, Antônio Vitor. Executores: Arnaud Nunes Rodrigues, vaqueiro de Aguinaldo Veloso, e os soldados da Polícia Militar da Paraíba, Antônio Alexandre da Silva e Francisco Pedro da Silva. Todos foram condenados, menos Aguinaldo Veloso Borges, que era sexto suplente de deputado estadual e conseguiu a “renúncia” de todos os outros para poder assumir e ficar acobertado pelo instituto da imunidade parlamentar. Presos, só dois executores, soldados da PM. O vaqueiro desapareceu.


A luta continua

A luta dos camponeses de Sapé continuou, com a liderança de Elizabete Teixeira, (esposa de João Pedro), de João Alfredo Gonçalves (Nego Fubá) e Pedro Inácio de Araújo (Pedro Fazendeiro). Veio o golpe militar de 64, que proibiu o funcionário das Ligas Camponesas e interveio nos Sindicatos de Trabalhadores Rurais. No dia 1º de abriu houve prisões em massa em Sapé. No dia 7 de setembro do mesmo ano, Nego Fubá e Pedro Fazendeiro foram postos em liberdade e imediatamente, seqüestrado e “desaparecidos”. Têm-se como deles dois corpos encontrados dias depois num local ermo, perto de Campina Grande, totalmente desfigurados por violentas torturas. Elizabete, que já tinha espalhado os filhos entre os parentes e enviado um deles para Cuba, onde cursaria medicina, passou a viver na clandestinidade até a anistia. O golpe militar, que precedeu, torturou e matou camponeses, libertou os dois soldados matadores de João Pedro Teixeira.

João Pedro vive!

A História já provou e comprovo que a luta de classe só termina quando é solucionada a contradição que lhe deu origem. Nem a viol6encia particular do latifúndio nem a violência oficial do Estado conseguiram impedir o avanço da luta camponesa no Brasil, simplesmente porque não se realizou uma verdadeira Reforma Agrária. Se o problema persiste, a luta também persistirá. Morre uma centena de camponeses, milhares nascem e empunham a mesma bandeira. Destruíram as Ligas; surgiram os movimentos de trabalhadores rurais sem-terra, muitos sindicatos e federações assumiram também essa luta. Estão ocupando terras, realizando na prática a Reforma Agrária. Os líderes da luta não morrem. Seus corpos desaparecem, seus nomes e seus exemplos permanecem alimentando a gloriosa luta dos camponeses pobres e sem terra por todo este Brasil.
Maria do Carmo de Aquino, militante comunista que apoiou e assessorou várias Ligas Camponesas na Paraíba, conheceu de perto João Pedro Teixeira e, emocionada, fala do líder: “Tive uma convivência longa com João Pedro Teixeira, durante seis ou sete anos; sempre tive por ele uma profunda admiração. Era uma das maiores vocações de líder. Era humilde; nunca se encheu de vaidade por tornar-se conhecido, admirado e amado. Ele era muito autêntico. Era um revolucionário”.

MELHORES INFORMAÇÕES:

JORGE GALDINO DE ALMEIDA – Diretor de Comunicação da ONG
FONES: 83-3283-2290 / 8836-0340

sexta-feira, 19 de junho de 2009

A fala da Feira em vídeo








Os estudantes Irapuan, Gildácio e Fagner, turma 2009.1 UEPB/CH de Antropologia Cultural ministrada pelo prof. belarmino mariano neto, eleboram painel antropológico sobre a "fala da feira" e produziram pequeno vídeio para o youtube . A equipe fez um painel em papel paraná e participou da exposição dos trabalhos finais da disciplina no Anexo da UEPB, realizada no dia 18/06/2009. Além desse painel também foram expostos temas como: A casa de farinha; as cirandeiras de caiana (Comunidade Quilombola de Alagoa Grande); As rezadeiras; Festa da Pedra (Araruna); A cruz da menina; A cultura do puçá; A cultura da praça; e o Frei Damião.
vejam a fala da feira em painel antropológico enquanto vídeo:
Outros temas como: Artistas de rua; Lenda, paisagem e cultura; Fogão de lenha; Assentamento Tiradentes e Pescaria foram destaque na exposição.
O evento contou com o ciclo de Palestra do Professor Nilton Abranches Jr. Sobre Geografia Agrária e Ambiente e uma Mesa redonda sobre "Cultura e religiões Afro-brasieleira". Com a participação do Pai de Santo Francisco Ipojuca; com os professores Luiz Thomaz, Waldecir Ferreira; Rosilda Alves e Belarmino Mariano.
Nesse dia também aconteceu a Mostra de Ciências da turma 2007.1 de Pedagogia, tendo a frente a profa. Silvania Araújo e sua turma. Os trabalho foram resultado de oficinas de paineis e maquetes. Contou também com apresentações de dança e palestra sobre doação de sangue.

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Cultura e religiões afro-brasileiras


UNIVERSIDADE ESTADUAL DA PARAÍBA - UEPB
CENTRO DE HUMANIDADES – GUARABIRA
Departamento de Geografia e História
Departamento de Letras e Educação


(MESA REDONDA)

CULTURA E RELIGIÕES AFRO-BRASILEIRAS

DIA 18 de Junho de 2009
As 19:30 Horas
NO AUDITÓRIO DA UEPB/CH

PALESTRANTES CONVIDADOS:
Francisco de Ipojuca (Juca) Nogueira (Estudante de Letras)
Prof. Dr. Waldeci Ferreira das Chagas (História da África);
Profa. Dra. Rosilda Alves (Literatura Africana);
Prof. PhD Luiz Thomaz (Antropologia Africana);
Prof. Dr. Belarmino Mariano Neto (Antropologia Cultural);

Essa mesa redonda nasceu da necessidade em aprofundarmos conteúdos relativos à Antropologia Cultural ministrada pelo professor Belarmino Mariano em turmas de geografia. Ele convidou o professor Waldeci e Luiz Thomaz para contribuir com essa disciplina falando de suas experiências sobre a cultura africana, religião, ritos e mitos. A professora Rosilda também se interessou pela temática, pois trabalha com estas questões no Curso de Letras e o estudante IpoJuca, praticante do candomblé e estudioso do assunto, foi convidado para falar um pouco sobre as religiões africanas no Brasil. A Professora Marcelle Ventura de Prática de Pesquisa em Língua e Literatura ficou sabendo e também resolveu convidar sua turma para discutir o tema. Nesse sentido, resolvemos juntar nossas turmas para discutirmos a temática de maneira interdisciplinar e criamos essa mesa redonda, pois o conteúdo proposto tanto interessa aos estudantes de Antropologia Cultural, quanto aos geógrafos, historiadores, educadores, teólogos, lingüistas e literatos, entre outras áreas do conhecimento.

Organizadoras do Ciclo de Palestras: Profa. Dra. Luciene Arruda Vieira e Profa. Esp. Cléoma Toscano Henriques.

quinta-feira, 11 de junho de 2009

Homegam ao prof. Paulo Lima





UNIVERSIDADE ESTADUAL DA PARAÍBA
CENTRO DE HUMANIDADES – CAMPUS III
DEPARTAMENTO DE GEO-HISTÓRIA
CURSO DE LIC. PLENA EM GEOGRAFIA


HOMENAGEM AO PROF. PAULO LIMA
“Laboratório de Estudos Ambientais Prof. Paulo José de Lima”


Prof. Paulo Lima, Foto de Belarmino Mariano Neto 03/06/2009.



A homenagem é renomear o Laboratório de Geografia (Labogeo) para “Laboratório de Estudos Ambientais Prof. Paulo José de Lima - LEAPJL”, em homenagem ao Prof. Paulo Lima, por ter sido ele seu fundador e pelos anos de dedicação à UEPB/CH/DGH.
Depois de décadas como professor de Geografia Física, mestre de um conhecimento exato sobre os elementos da natureza e detentor de metodologia capaz de analisar e explicar os fenômenos da natureza, o professor Paulo Lima é um dos mais importantes quadros humanos da Universidade Estadual da Paraíba, campus III. Lotado no Departamento de Geografia e História, fez de tudo para que esse departamento e, em especial, o curso de Geografia, ganhasse status de qualidade e eficiência. Para isso, investiu boa parte de sua vida e montou “pedra a pedra” o primeiro laboratório físico da UEPB. Intitulado de Labogeo – Laboratório de Geografia.
Lembramos da visita da Profa. Emilia de Rodat da UFPB, quando em visita viu o acervo geológico e paleontológico (fósseis) que foram colecionados, classificados e sistematizados pelo professor Paulo Lima, ao longo de sua vida acadêmica na UEPB. Um verdadeiro trabalho de paciência em deixar para as futuras gerações de geógrafos um acervo de minerais e rochas do complexo cristalino, metamórfico e sedimentar, com registro de várias regiões do Brasil e até do estrangeiro.
O Prof. Paulo Lima é oriundo da Universidade Federal da Paraíba – UFPB, Centro de Ciências Exatas e da Natureza – CCEN e Departamento de Geociências. Em sua base de pesquisa, figuram dezenas de trabalhos sobre estudos climáticos e de outros temas relativos à geografia física. Vale destacar sua importante contribuição na produção do mais respeitado Atlas de Geografia da Paraíba, publicado em 1985 e que é referencia obrigatória em nossas universidades.
Na UEPB, depois de sua chegada, juntamente com professoras como Ana Glória e Marceleuze Tavares, houve uma significativa mudança no perfil do curso, em especial com o projeto de Especialização em Análise Ambiental da Paraíba, que foi coordenado pelo próprio professor Paulo Lima e que, entre outras coisas, pós-graduou vários professores do curso de Geografia da UEPB, além de dezenas de estudantes da região. Aqui na UEPB ele elevou o nível dos estudos geográficos, orientando dezenas de trabalhos acadêmicos orientados e formando centenas de professores em licenciatura plena em Geografia.
Seu Mestrado em Geografia Física pela UFPE fez a grande diferença para que o mesmo passasse a atuar nessa área de conhecimento, o que possibilitou essa verdadeira paixão pela ciência geográfica. Então, no limiar dos seus 70 anos de idade, o Prof. Paulo Lima merece nosso reconhecimento e será uma honra ter o seu nome no laboratório por ele construído e que é sinal de pioneirismo para nossa instituição. A provação departamental por unanimidade no dia 10 de junho de 2009 e a necessidade de uma placa na entrada do laboratório representam o reconhecimento da homenagem.
PROPONENTES:
Professores de Geografia do DGH
Coordenação de Geografia
Chefia do Departamento de GeoHistória
Centro Acadêmico de Geografia Prof. Milton Santos
Terra – Grupo de Pesquisa Urbana, Rural e Ambienta/UEPB/CNPq
Coordenação da Especialização em Geografia e Território: Planejamento Urbano, Rural e Ambiental/UEPB/PRPGP/CH/DGH

Guarabira, 10 de junho de 2009.

terça-feira, 9 de junho de 2009

Resenha - Pedagogia do Movimento Camponês na Paraíba





PEREIRA, Antonio Alberto. Pedagogia do Movimento camponês na Paraíba – Das Ligas aos Assentamentos Rurais. João Pessoa: Edéia/Editora da UFPB, 2009, 214p.


RESENHA: Por MARIANO NETO, Belarmino. (UEPB/CH/DGH) belogeo@yahoo.com.br

Gostaria de começar esses escritos dos escritos do Prof. Dr. Antonio Alberto Pereira (Toninho), dizendo que ao pegar seu livro e ver a materialidade dessa construção de idéias e relações com os movimentos sociais, senti um arrepio danado pelo corpo, pois um dia desses era um estudante secundarista e acompanhava os agricultores de Camucim acampados na praça João Pessoa, lutando contra a violência no Litoral Sul da Paraíba e querendo a demarcação de suas terras para nelas viver e trabalhar. Foi nesse movimento que conheci Margarida Maria Alves, aquela mulher guerreira e inflamada contra usineiros que desrespeitavam os direitos trabalhistas na várzea do Paraíba e Mamanguape dos territórios de rios ocupados pela monocultura canavieira. Aquela Mulher estava ali solidária com os camponeses da várzea do Abiaí.
Mas por que falar de rios, de águas e territórios? Porque o trabalho de Toninho consegue com o apoio de Hygia Margareth, uma capa que em si já é um texto de imagens fantásticas da história, da geografia e da memória camponesa que se consegue transformar em pedagogia camponesa. Esse rico painel fotográfico que mostra de João Pedro Teixeira, a macha camponesa pela reforma agrária, se encontra com Elizabete Teixeira, Margarida Alves, chegando aos acampamentos, conflitos e assentamentos.
Nas imagens de capa ainda é possível observar os assentamentos transformados em roçado, criação de animais, pesca e feira camponesa. O Painel segue na contracapa do livro de Toninho e possível ver a sua idéia de pedagogia dos movimentos camponeses em salas de aulas do campo, reuniões, manifestações e ocupações históricas de lugares como a sede do INCRA/PB. As bandeiras da CPT, do MST e da Via Campesina se misturam as imagens da mística do movimento que também é pura pedagogia camponesa.
Quando comecei a escrever sobre esse novo livro de Toninho, também fui lembrando seu primeiro livro, aquele que trata de “Um olhar educativo sobre a reforma agrária” que ele intitulou como “Além das Cercas...” também publicado pela Idéia em 2005. Se esse livro já foi muito bom e venho tornando em leitura obrigatória para meus alunos de Geografia Agrária, imaginem seu novo livro que aprofunda a questão agora focada diretamente na Pedagogia do Movimento Camponês na Paraíba. A gente às vezes fica querendo encontrar uma brecha para entrar no livro dos outros e assim vou me metendo nessa bela obra que aconselho uma leitura detalhada.
Um dia desses estávamos sentados na Praça da Paz dos Bancários e enquanto nossos filhos brincavam, a gente discutia sua construção de Tese. Ele dizia que estava querendo uns livros que tratassem da questão do território que achava esse debate bastante profundo na geografia e era seu interesse levar essa questão para a Pedagogia. Acho que Toninho assumiu o desafio e conseguiu como fazer isso com maestria, pois quando reviso seu aporte teórico, afirmo sem dúvida que sua construção transcende o campo da Educação do Campo e aponta para um texto de interesse das ciências sociais, humanas, econômicas e afins (antropologia, sociologia, filosofia, economia, história, geografia...). Tal afirmativa se prende ao que Toninho nos oferece enquanto arranjo teórico que dialoga com autores profundamente comprometidos, tanto com a ciência, quanto com as transformações sociais.
Nesse livro além de nos oferecer um significativo banco de imagens produzidas por Hygia Margareth, ou dos arquivos dos Movimentos sociais do campo, ainda nos brinda com importante acervo cartográfico enfocando os assentamentos da reforma agrária na Paraíba e as famílias assentadas. Essa preocupação consolida sua dimensão de território enquanto espaço de poder, nos permitindo observar a dinâmica dos movimentos camponeses na Paraíba e a forte presença de assentamentos, tanto no Litoral, quanto no Agreste, Brejo e Curimataú paraibano, sem perder de vista que a reforma agrária também chegou ao Sertão e Cariri paraibano.
Penetrando especificamente nos meandros do livro é fundamental informar que Toninho demonstra muito fôlego em suas 214 páginas de puro conteúdo. Não se pode deixar de ler o prefácio da Profa. Irene Paiva (UFRN), nem a apresentação de Hermínio Canova (Coordenação Nacional da CPT), pois ela confirma a capacidade acadêmica do trabalho de Toninho e Canova confirma a validade da pesquisa para o movimento camponês. Demonstração de que é possível fazer ciência a serviço da sociedade.
Outro aspecto a considerar é a introdução do livro, marcada pelo profundo respeito e reconhecimento do autor ao que ele denominou de co-sujeitos da pesquisa, representados tanto por estudantes do magistério do campo (Turma Margarida Maria Alves), quanto por lideranças do movimento camponês na Paraíba a exemplo do Frei Anastácio. O bom de sua apresentação é que, na medida em que conhecemos os co-sujeitos da pesquisa, já vamos adentrando na teia de relações e conexões humanas que ele vai tecendo ao longo do livro. É um livro permeado por gente, por vidas que conhecem a realidade camponesa e que busca na luta essa pedagogia dos movimentos que Toninho sabiamente sistematiza em sua pesquisa e nos presenteia enquanto livro.
Seu engenho de pensamento nos obriga a enveredar pelos clássicos da ciência moderna e contemporânea, pois logo no capitulo 1, ele faz uma direta relação entre o campesinato e o capital, sem medo de dialogar com Marx, com a luta de classes e com a exploração do trabalho e apropriação da terra pelo capital que na atualidade se transverte de agronegócio. O bom é que aqui a gente não precisa se embebedar de Karl Marx, Ricardo ou Engels, pois Toninho chama estes autores para um dialogo com os dias atuais e para a natureza brasileira, ora representada pela cultura indígena e relação com terra, ora com o processo colonizador de escravidão de terra e de homens, nessa perversa ótica do capital sobre o ser humano e a natureza (p.54).
Quando comecei a ler o capitulo 2 pude perceber a clara construção de sua tese, pois Toninho conseguiu dizer claramente de que pedagogia ele estava tratando, pois colou a sua interpretação a idéia de “Sentido pedagógico do campesinato na longa marcha de resistência” (p.79). Ou seja, ele trata de uma pedagogia construída na luta e da luta dos oprimidos, claro que focado na questão agrária. Toninho propõe claramente uma pedagogia da intervenção, na qual os pedagogos se comprometem com o seu objeto, pois nessas relações objetos são sujeitos ou co-sujeitos de uma ciência que ou serve ao capital ou serve para a libertação proletária bem a moda Paulo Freire.
Onde vejo isso que afirmo sem medos de errar? Se teoricamente é construída uma idéia de “fim do campesinato” (p.81), Toninho responde com outro caminho, o da “Via Campesina” (p.85). Se no capitulo 1, Toninho utiliza-se do pensamento de Marx para construir o carretel da história da luta de classes, aqui ele faz dura crítica aos marxistas que apostavam no fim do campesinato e classe operária como detentora do espírito revolucionário para dar cabo do capitalismo. Parece que o modelo industrial-desenvolvimentista esbarrou nas questões ambientais e o campo do agronegócio também não se sustenta ecologicamente, logo, uma sociedade ecológica passará pelo fim do capitalismo.
Acho que os anos vividos com os índios fez de Toninho um apaixonado pela vida e pela natureza, mas se o capital pretende destruir o que considera enquanto estágios atrasados de civilização é possível constatar na tese de Toninho que a Via Campesina aponta para um modelo de sociedade camponesa em que a “biodiversidade, respeito à capacidade produtiva da terra, valor cultural e preservação dos recursos naturais” (p.86) estão na pauta dessa nova sociedade em construção. Assim, A pedagogia dos movimentos camponeses se renova com as preocupações ambientalistas do presente e se fortalece na organização dos movimentos que agora não lutam apenas por terra para trabalhar, mas também por terra para preservar. Coisa que o grande capital não faz, pois o agronegócio é marcado por maquinário pesado, agrotóxicos e exploração dos trabalhadores.
Isso acarreta destruição da natureza e violência contra os homens e mulheres que vivem no campo. Daí observar sua profunda preocupação com a luta camponesa não apenas no Brasil, trazendo para seu campo de estudos rebeliões e conflitos como o de Chiapas no México, bem como em toda a América Latina. Mas como ele mesmo diz, a preocupação central do livro é com o Brasil e especificamente com a Paraíba e com a luta camponesa, e a violência praticada contra os camponeses e suas famílias ao longo de séculos, mas que foram cruéis em meados do século XX e que se estendeu para o século XXI.

É muito gostoso ler um livro que tem começo, meio e fim. Assim é o livro de Toninho, pois seu capitulo 3 é todo marcado pela “Pedagogia o movimento camponês” (p.119), a partir da experiência como processo educativo. Aqui Toninho aprofunda a questão relativa a educação do campo e a pedagogia camponesa, mas não faz isso apenas na teoria, pois no que ele chama de “territórios das ligas camponesas” (p.119), apresenta em dados os 260 projetos de assentamentos, 82 acampamentos e uma população de aproximadamente 100 mil habitantes. Esses números realmente são significativos e a cartografia confirma áreas rurais em que os projetos de assentamentos redimensionaram a lógica municipal e a produção camponesa.
Digo isso também por experiência de pesquisa, pois trabalhei com a idéia de territórios da agroecologia na Paraíba e pude constatar o significativo papel dos assentamentos de reforma agrária na constituição dos desenhos territoriais da agroecologia na Paraíba e o quanto os assentados contribuem com estas novas preocupações socioambientais. O mais interessante de uma pedagogia que se desenvolve fora dos bancos da escola é ver na pesquisa de Toninho que se aprende na luta, seja na reflexão sobre o conflito ou na própria pele, quando na luta, companheiros são brutalmente assassinados, quando são espancados ou guardam no corpo projeteis de balas e/ou espoleta.
Essa é uma pedagogia em que professores dos acampamentos e assentamentos se servem em uma mesa farta de saberes dos conflitos da terra, de memórias dos mais velhos e de histórias de vidas que viram aulas, textos, faixas e cartazes de um aprender na luta. Camponês que muitas vezes acha mais pesado um lápis grafite do que um cabo de enxada começa a partilhar de uma nova escola, de uma nova pedagogia, pois os textos são recheados de contextos e de pretextos para essa pedagogia que Toninho defende em seu livro.
Ele vai mais longe quando destaca que na luta pela terra surgem às conquistas e muitos agricultores que sempre trabalharam no alugado, agora com seu pedaço de chão, começam a viver um aprender com a terra, uma “pedagogia da terra” (p.138), e me permita dizer essa mistura de luta e de conquistas e de pedagogias, viram uma poesia de imagens e de falas dos próprios camponeses ou de seus filhos e filhas. Falas que é preciso ler o livro do Toninho para se apaixonar também pela sua pedagogia. Pois espertamente, depois de tudo isso é que ele nos faz retornar para essa pedagogia perversa do capital, perpassada por uma pedagogia do camponês oprimido.
Como é bom ler um livro em que o autor não constrói linhas nem trilhos, mas nos deixa em um verdadeiro asterisco (*) de possibilidades, tendo como ponto central a pedagogia camponesa e enquanto radiais possibilidades, saídas claras e que são conclusivas para uma pedagogia da intervenção claramente defendida no capitulo 4, quando Toninho propõe uma escola camponesa, essencialmente estruturada por uma educação do campo, sob o ponto de vista das famílias camponesas e a serviço do campesinato. Isso não é utopia e para os interessados pelo tema vale a pena ler este livro, pois as várias imagens do capitulo 4 servem de texto comprobatório de que uma educação do campo é a busca de uma nova territorialidade camponesa, ancorada nos saberes da terra para além das cercas...é que Toninho nomeia de uma pedagogia do movimento camponês.
Aproveite para o lançamento desse livro no II Encontro Diálogos sobre Educação do Campo, UEPB/CH, Guarabira, dia 10/06 as 19:39 hs, Evento organizado pela Profa. Ms. Rita de Cássia Cavalcante (pedagoga).

O Lixo nosso de cada dia

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