(Arquivo do Jornal a Tribuna do Norte), postado por Marcio Balbino.
Aziz Ab’Sáber, do alto de seus 86 anos, muitos deles dedicados à ciência no Brasil, não tem dúvidas: para ele, a revisão proposta para o Código Florestal é uma estupidez. O professor de geografia da Universidade de São Paulo criticou o limite fixo para preservação das margens de rios e a tentativa da dita “bancada ruralista” diminuir o percentual da Reserva Legal na Amazônia. O professor publicará hoje um artigo com pesadas críticas ao texto aprovado pelo deputado Aldo Rebelo (PC do B). “Uma revisão do Código Florestal precisa ser liderada por gente que conhece o assunto, o que, infelizmente, não é o caso”, declarou.
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A opinião de Ab’Sáber foi emitida durante uma conferência-homenagem na 62ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC). O geógrafo brasileiro foi homenageado pela SBPC por suas contribuições à pesquisa no Brasil. “Um grande humanista”, assim foi definido Aziz Ab’Sáber, considerado referência nos estudos de geomorfologia e meio ambiente. Para o professor, o limite de sete metros e meio após a margem de rios é insuficiente. “Os revisores aplicam o espaço de sete metros da beira de todos os cursos d´água fluviais sem mesmo ter ido lá para conhecer o fantástico mosaico de rios do território regional”, afirma.
O ponto de vista de Aziz Ab’Sáber enfoca as diferenças de cada região natural do Brasil. O geógrafo tem autoridade para falar do assunto, tendo em vista ser um dos principais teóricos da classificação morfológica da geografia brasileira. Caatinga, pantanal, cerrado, araucárias, entre outros. Esses são os chamados “domínios morfoclimáticos” e todos, na opinião do professor, precisam ser considerados a partir de suas características específicas. Por isso, o “Código Florestal” deveria, nessa perspectiva, ser um “Código da biodiversidade”. “Ora, a caatinga não é floresta, o cerrado não é floresta e todas essas regiões precisam ser incluídas no código. É preciso ampliar a discussão”, declara.
Outro ponto destacado pelo professor Aziz Ab’Sáber é a tentativa de diminuir a reserva legal na Amazônia. Cada propriedade rural naquela região precisa preservar 80% de desmatamento em seu território. Segundo o geógrafo, a intenção é diminuir para 20%. “É um retrato do que já aconteceu no Sudeste, com áreas totalmente destruídas. Não podemos permitir o mesmo na Amazônia”, diz.
(Fonte: Jornal A Tribuna do Norte)
Postado por ____
Márcio Balbino Cavalcante
Mestrando em Geografia - UFRN.
Essa revisão demonstra o que a Marina Silva previa em relação as politicas ambientalistas do atual governo. Isso reforça a real necessidade de uma terceira alternativa política que possa se transformar em segunda força e ir para o segundo turno e para que a gente tenha de fato um primeiro governo ambientalista no palacio do planalto. MARINA SILVA + UM VOTO para que você chegue ao segundo turno, contrariando todas as pesquisas e elites políticas fechadas em gabinetes e querendo engolir a democracia com acordos que só prejudicam o país.
OLHARES GEOGRÁFICOS - Grupo de Pesquisa em Geografia Cultural e da Percepção - UEPB/CH/PRPGP/CNPq.
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