Fonte: Amazônia Real | 16/12/2016 às 17:58 |
Por Belarmino Mariano
A escolha em tratar sobre Geopolítica no contexto ambiental pode até parecer uma banalidade para os conceitos da Geografia Política, ou talvez, pode parecer estranho, pois nos lembra a ideia de "Guerra do Fogo", típica dos povos primitivos que não dominavam as forças da natureza e disputavam os territórios das cavernas, lutando contra as sombras e a escuridão, então estaríamos no mundo das trevas e do desconhecido. No entanto, nos encontramos no século XXI, na era das tecnologias espaciais e informacionais, em que o princípio básico é a comunicação e temos em curso a banalidade do discurso ambiental.
Na verdade, a banalidade do discurso está nas mãos do presidente Bolsonoro e acho que ele conseguiu destruir mais uma histórica relação diplomática internacional e desta vez foi com o governo francês de emannuel Macron. Já tivemos desentendimentos com Israel, Egito, Alemanha, Noruega, Inglaterra, e temos três navios iranianos em águas ou mar territorial brasileiro que por falta de combustíveis, se encontram retidos em nosso território, inclusive seguindo orientações americanas que estão sendo obedecidas pelo governo brasileiro.
Tivemos desrespeito a Rainha da Inglaterra, que apesar de não responder, puniu o mercado de fragos do Brasil com Salmonela. Com Israel tivemos o impasse do Nazismo, e com os países árabes a tentativa de mudar a embaixada do Brasil de Telavive para Jerusalém, mas os piores episódios se deram por questões ambientais, quando o presidente Bolsonaro, passou a tratar os problemas ambientais com desatenção, interferindo negativamente nos órgãos federais como IBAMA, ICMbio, Funai, Inpe, entre outros.
Todos os argumentos expostos nesse paragrafo nos coloca dentro da categoria de análise da Geografia Política e da Geopolítica. No primeiro ponto, compreendemos a diplomacia e a capacidade de intercâmbios sociais, econômicos, políticos e culturais são fundamentais para o fortalecimento da autonomia e soberania dos países e na atualidade todos as formas de relações diplomáticas incluem o paradigma ambientalista.
O outro aspectos desse debate teórico é o campo dos conflitos, das tensões e dos desentendimentos políticos, em que os estados nacionais, agem estrategicamente para proteger seus interesses e os interesses dos seus Estados e nesse ponto, o atual governo Brasileiro demonstra completa inabilidade geopolítica, diante de um mundo completamente atrelado a ecologia política. Talvez o que exista de geopolítica do governo de Bolsonaro, seja a subserviência aos Estados Unidos, pois já lhes entregou a Base de Alcantara no Maranhão e ofereceu a exploração da Amazônia para o governo Trump.
Quando ainda era candidato a presidente, Bolsonaro fez dezenas de declarações sobre o trabalho de fiscalização do IBAMA e disse que não iria admitir multas do órgão contra empresários que queiram investir na Amazônia (desmatadores?), avisou que os indígenas não teriam um centimétrico de terras demarcadas, postou imagens e falas defendendo caçadores, agropecuaristas e mineradoras.
Depois de eleito, suas primeiras ações foi de acabar com o Ministério do Meio Ambiente, depois recuou e anexou ao Ministério da Agricultura e diante das pressões voltou atrás, mas colocou no comando do órgão antiambientalistas. Nesse meio tempo, entre os meses de janeiro e fevereiro passaram a existir denúncias em que a região amazônica se tornou alvo de práticas criminosas em Áreas de Preservação Ambiental, Parques Ecológicos e terras indígenas.
As terras foram invadidas por milhares de garimpeiros e madeireiras ilegais passaram a praticar um forte desmatamento na região. Esse desmatamento se seguiu até os meses de julho e em seguida, os locais desmatados passaram a ser incendiados, passando a existir a prática das queimadas. Milhares de queimadas foram registradas pelo Inpe e em seguida o Presidente Bolsonaro demitiu Ricardo Galvão, diretor do Instituto. Vale salientar que um técnico experiente e altamente qualificado.
Estes impasses ambientais e a morosidade do governo Bolsonaro em agir para combater as práticas criminosas na região amazônica, gerou o descontentamento do governo alemão que cortou investimentos da ordem de 35 milhões de euros do fundo Amazônia e foi seguido pelo governo da Noruega, que cortou mais de 134 milhões de reais, além de congelar os repasses para o Fundo Amazônia por tempo indeterminado.
Fake news passaram a circular nas redes sociais e uma nova orquestra de contas robôs passaram a publicar imagens antigas sobre queimadas e morte de animais e em seguida passavam a postar slids de fake colocando mentiras nos primeiros lugares de acessos em redes sociais, tudo para criar dúvidas e contrainformações sobre o tema. As mesmas práticas de fake news que foram usadas na campanha presidencial, tomaram conta da internet e provocaram dúvidas sobre a veracidade das queimadas nas regiões amazônica e Pantanal. Até que os efeitos das queimadas chegou ao centro de São Paulo, antecipando a noite e escurecendo as ruas e avenidas da capital paulista.
O governo brasileiro continua ignorando os desastres ambientais e as piadas contra os governos da Alemanha e Noruega, agora se voltaram para o presidente da França. No dia 19 de agosto, chegou a vez dos desentendimentos com o presidente Macron, tendo havido trocas de acusações e ataques pessoais entre os dois presidentes em relação a falta de efetivo combate do governo brasileiro as queimadas da Amazônia.
No mês de agosto as queimadas se tornaram tão intensas que, os desdobramentos da destruição amazônica, atingiu países como Bolívia, Peru e Paraguai, além de chegar em outras regiões do Brasil, como Centro-Oeste, Sudeste e Sul.
Imagens de Satélites da Nasa, vídeos de ONG´s e de populares da região amazônica passaram a ser divulgados intensivamente. Registro feitos pelos corpos de bombeiros militares da região ganharam as redes sociais brasileiras e internacionais, gerando um descontentamento mundial e reação de centenas de entidades não governamentais que atuam em defesa do meio ambiente. O caso mais chocante foi o ataque de ambientalistas britânicos a embaixada brasileira em Londres.
O assunto das queimadas na Amazônia primeiramente se tornou matéria na imprensa internacional, obrigando a imprensa brasileira a também divulgar o que de fato estava acontecendo em nosso país. Tanto o presidente Bolsonaro, quanto o Ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles e demais assessores do governo, passaram a desmentir os dados oficias do Inpe e das organizações e entidades que denunciavam as queimadas, desmatamentos e ataques as terras indígenas.
No dia 19 de agosto, tivemos a situação mais grave das queimadas, pois a fumaça e a fuligem das queimadas, chegou ao centro de São Paulo, capital paulista, deixando a cidade escura as 15 horas a tarde e ativando o sistema de iluminação pública.
A essa altura, o governo Bolsonaro batia cabeças e tentava responder a imprensa com brincadeiras e piadas, tornando o tema sem importância. As atitudes de Bolsonaro causaram reações negativas em todas as partes do mundo, em especial na União Europeia e o Presidente da França, Emannuel Macron, atual representante oficial da União Europeia, revelou que o Presidente Bolsonaro havia faltado com a verdade no Encontro do G-20 em Tóquio, sobre os acordos de preservação da Amazônia e que isso colocava em risco os acordos entre a União Europeia e o Mercosul.
Estamos diante do maior crime ambiental praticado pela omissão de um governo em todo o mundo. Ataque aos povos e territórios indígenas, desmantelamento de instituições públicas federais como o IBAMA, ICMbio e Inpe, ajuntamento de ministérios e distribuição de cargos para incompetentes ou pessoas que sempre estiveram do lado contrário as questões ecológicas.
As notícias negativas sobre o Brasil estão em todo o mundo, mas vale salientar que a grande mídia brasileira estava calada ou omissa, diante dos graves problemas de queimadas, desmatamento, assassinato de populações indígenas, entre outros graves problemas ambientais da região Amazônica e Centro-Oeste.
O governo Bolsonaro tentou dissimular, chegou a culpar as ONG's pelos possíveis focos de incêndios, bem como os governadores dos Estados da Região Norte do Brasil e chegou a afirmar que os incêndios poderiam ser praticados pelos povos indígenas e pelos agricultores da Amazônia. Em uma declaração insana, o presidente brasileiro disse que os incêndios pareciam obra de um ciclista ou motoqueiro, que com uma vara ia incendia a floresta toda. logo depois circulou um fake news que um membro do MTST havia sido preso por prática de incêndio na Amazônia. Em que nível de desespero chegou esse governo?
As imagens recentes e antigas de animais mortos ou em fuga do fogo, se tornaram comuns em todas as redes sócias. Pessoas de todas as classes sociais, entidades e famosos passaram a denunciar os crimes ambientais. As imagens das áreas desmatadas e queimadas são tantas e tão grandes que não tem como colocar pra debaixo do tapete verde da Amazônia e o assunto chegou a reunião do G-07. O Bloco Econômico chegou a anunciar ajuda financeira da ordem de $20 milhões de dólares, mas o governo Bolsonaro que havia declarado que não tinha recursos para combater os incêndios, rejeitou a ajuda dos países ricos, gerando uma espécie de dissonância entre seus discursos e suas práticas para defender as questões ambientais brasileiras.
Diante de toda essa crise ambiental, o Brasil começou a sofrer ameaças de boicote aos seus produtos e até de embargo econômico, caso o governo Bolsonaro, insista em ignorar os alertas e denúncias sobre as queimadas, desmatamentos e ataques aos territórios tradicionais indígenas.
A última nação a declarar que pretende boicotar os produtos brasileiros é a Suécia e acrescentou aos problemas ambientais brasileiros, a grande liberação de agrotóxicos a agricultura do país. Nesse ritmo, o Brasil poderá se isolar desentendimentos internacionais, um desastre nunca vivido na história da economicamente do mundo e terá em sua agenda diplomática grandes nossos produtos e também praticarem algum embargo econômico ao Brasil, produtos da agropecuária e do agronegócio como as carnes bovinas, suínas e as aves, além dos grãos e frutas perderem o mercado mundial, o brasil poderá atrasar décadas em sua dinâmica socioeconômica.
diplomacia brasileira. Nestes termos, a Geografia Política de Bolsonaro falha e se os países parceiros do Brasil passarem a boicotar
Imagens da Amazônia em Xeque:
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