Resenha Geográfica -
KANT, KANTISMO E A GEOGRAFIA -Histórias, Percalços e Possibilidades Investigativas (Org.) - VITTE, Antônio Carlos, Editora Appris: Curitiba/PR, 2014.
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KANT, KANTISMO E A GEOGRAFIA -Histórias, Percalços e Possibilidades Investigativas (Org.) - VITTE, Antônio Carlos, Editora Appris: Curitiba/PR, 2014.
Resenhado por:
Belarmino Mariano Neto
Esta
seção de Resenhas geográficas serve como base para divulgarmos livros
relevantes, seja de um autor ou organizado por professores da área de
Geografia. Temos uma boa variedade de livros que tratam diretamente da evolução
do pensamento geográfico, mas na atualidade e entre os geógrafos brasileiros,
vale destacar o trabalho do professor VITTE, Antonio Carlos, do Departamento de
Geografia da Unicamp. Ele conseguiu reunir importantes trabalhos de
pesquisadores em diferentes universidades brasileiras.
O
fino desta obra é o aprofundamento de um autor que era visto preferencialmente
como um dos mais marcantes filósofos da modernidade. Pouco era tratado em suas
obras acerca da relação de Kant com os princípios elementares que deram origem
a geografia cientifica. Então Vitte conseguiu reunir autores que tratam
diretamente dessa relação, Kant e a geografia. O livro já facilmente comprado
através do site da Editora Appris: http://www.editoraappris.com.br/produto/4291073/Kant-o-Kantismo-e-a-Geografia-Historias-Percalcos-e-Possibilidades-Investigativas
. O livro não fica muito caro, pois custa em média R$: 58 reais, com um frete
de aproximadamente R$: 10 reais.
O Livro e seus autores:
O livro foi
estruturado em oito capítulos, resultado de diferentes pesquisas, em nível de
iniciação científica, programas de pós-graduação em geografia entre outros
estudos. O Capitulo 1, de responsabilidade do próprio organizador, trata sobre
a Filosofia e Geografia em Kant, onde o autor foca no principio da causualidade
em Kant, buscando fazer uma arqueologia da natureza, chegando as ideias de Kant sobre geografia Física e Geografia Humana.
O Capitulo 2 ficou na
responsabilidade de RIBAS, Alexandre Domingues, em que ele trabalhou com os
conceitos de Espaço em Kant. O autor consegue responder pela ideia de espaço na
gestação da ciência moderna e apresenta uma analise crítica das noções de espaço entre os séculos XVI e ,
XVII e XVIII.
O Capítulo 3 foi
construído SLVEIRA, Roberison Wittgeinstein Dias – O autor apresenta elementos
da Filosofia crítica de Kant para a edificação das ciências da natureza. Nesse
trabalho podemos ver importantes argumentos sobre a ideia de uma ciência da
natureza independente, daí, talvez as bases para uma geografia física.
O Capítulo 4 foi
produzido por um amigo de longas datas, o geografo e produtor cultural,
SOBREIRA, Antonio Elísio Garcia em coautoria com SPÓSITO, Eliseu Savério. Nele
os autores apresentam um ensaio ou uma busca do método cientifico em Kant. É um
artigo de reflexão, que os leitores caminham na direção de algumas
possibilidades metodológicas, tendo em Kant a linha e a agulha para essa tecedura.
O Capitulo 5
apresenta uma novidade em relação aos vários trabalhos sobre Immanuel Kant.
Aqui SENHORAS, Elói Martins, nos convida para uma leitura sobre a ideia de
geopolítica ambiental nas relações internacionais a partir do pensamento kantista. A ideia principal foi fazer uma relação entre a geopolítica clássica,
e geopolítica internacional e uma ecopolítica ou geopolítica ambiental.
A partir do capitulo
6, começamos a observar que o livro ultrapassa o pensamento kantista puro e são
estabelecidas algumas outras linhas de
conhecimentos de autores que foram influenciados por Kant, estiveram em fronteiras diferentes ou o influenciaram em suas buscas científicas.
Neste capitulo BRANDÃO, Eduardo, nos coloca diante da ideia de ciência,
natureza e filosofia em Schopenhauer. Neste capítulo, iremos encontrar um
fervoroso debate entre as ideias de Kant
e algumas visões opostas defendidas por Schopenhauer. Vale a pena a leitura de
uma filosofia que transita de maneira crítica as ideias e fundamentos do
pensamento de Kant e a interlocução com as diferentes escolas de pensamento
filosófico da época.
Como já anunciamos no
capitulo anterior, o Capitulo 7, escrito por RICOTTA, Lúcia, nos leva para o
pensamento do geografo alemão HUMBOLDT, Alexandre Von. Aqui ele considerou
alguns argumentos sobre a ideia de natureza na perspectiva da estética
romântica até chegarmos as formulações efetivamente cientificas.
O Capítulo 8, escrito
por BAUAB, Fabricio Pedrosa, voltou-se para os pensamentos do geografo holandês
VARENIUS, Bernhardus e sua geografia geral para vermos até que ponto esse
pensamento influencia na ideia de espaço em Kant. Podemos dizer que vale a pena
conhecermos um pouco desse importante período, que vai entre o começo e meados
do século XVII, principalmente com os grandes avanços coloniais da Holanda e
com os dados trazidos no novo munda, uma crise do pensamento medieval.
Este é com certeza o
livro que apresenta boas novas para o pensamento geografia, considerando sua
direta relação com o pensamento filosófico Kant. Considerando que Immanuel
Kant, passou mais de quarenta anos, lecionando geografia física para sua cátedra
de filosófica, assim, temos que ele foi um grande influenciador do pensamento geográfico.
Esta é uma sugestão de leitura obrigatória para todos os estudantes,
professores e pesquisadores da geografia, em qualquer uma de suas tendências.
Então, uma boa leitura.
Um comentário:
Muito bom prof;Belo ótima resenha, eu não vejo tema mais importante do que esse para a evolução do pensamento geográfico, Kant esta na gênese da reflexão sobre o espaço, a teoria e fundamental. Abraço!!
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