sexta-feira, 10 de julho de 2015

"ARTISTA QUE NÃO REAGE RASTEJA!"

Fotografia de Levy Galdino - Fonte: https://www.facebook.com/levy.galdino?fref=photo 

Por Belarmino Mariano Neto

“ARTISTA QUE NÃO REAGE RASTEJA!” Com esta frase de fundo o Movimento organizado pelos artistas de Guarabira, através de sua Associação de Arte e Cultura de Guarabira, fizeram um protesto hoje (10/07/2015) no Centro de Guarabira, ao lado da Casa de Cultura, recentemente ocupada pela Prefeitura de Guaraba, via mandato judicial impetrado pelo prefeito constitucional. Esse ato desagradou profundamente os artistas, que já vinham fazendo duras críticas ao atual prefeito que em campanha havia prometido investir na Cultura e nos artistas locais, com um Fundo Municipal de Cultura e até o momento nada fez nessa área.
Os artistas de Guarabira se manifestaram através da musica, com muito rock, musica popular brasileira e apresentações de artista locais. A poesia, o cordel e o repente fizeram parte do rool de apresentações. Um sentimento de revolta e insatisfação tomou conta tantos dos artistas experientes, quanto dos novos talentos que despontam na cultura de Guarabira. Ficou muito claro que o fechamento da casa de cultura que era um ponto de encontro dos produtores culturais da cidade, foi no mínimo impensado pelo gestor municipal, pois ele havia obtido o apoio da grande maioria para se eleger e nesse momento deu as costas totalmente aos ativistas culturais de Guarabira.
Silvania Rodrigues informou no momento que o Secretário de Cultura do Estado, Lau Siqueira, havia estado em Guarabira na ultima segunda-feira e já estava ciente de toda a situação, também já havia protocolado um encaminhamento para o prefeito estabelecendo o fim da parceria que havia entre a prefeitura e o governo do estado, para a partir daí entregar o espaço para o povo que produz cultura em nossa cidade.
Entre as apresentações culturais, vários artistas e apoiadores do movimente fizerem falas críticas ao ato do governo municipal e cobraram das autoridades o cumprimento de uma pauta de investimentos em cultura local, pois até o momento, os artistas de Guarabira, estão se sentindo completamente desprestigiados perante o gestor do município, que simplesmente ignora a existência de grande numero de artistas, talentos locais, sem espaço e sem apoio de qualidade alguma.
O poeta Artur Silva dedicou um lindo poema aos artistas e agitadores culturais de Guarabira, intitulado solidariedade:


SOLIDARIEDADE (POETA ARTUR SILVA).

“TODO DIA É DIA DE SER SOLIDÁRIO
TODA HORA É HORA DE SOLIDARIEDADE
NO REINO DA FANTASIA
EM BUSCA DE LIBERDADE
ENCONTREI UM CERTO DIA
COM MINHA FELICIDADE
ERA UM FINAL DE TARDE
QUANDO FOI NO OUTRO DIA
PELAS RUAS DA CIDADE
EU E MINHA POESIA
TODO DIA É DIA DE SER SOLIDÁRIO
TODA HORA É HORA DE SOLIDARIEDADE
MESA FARTA E ALEGRIA
DIREITO DO CIDADÃO
TODO HORA, TODO DIA
SAÚDE, TRABALHO E PÃO
É PRECISO EDUCAÇÃO
PRA SAIR DESSA AGONIA
MINHA GARGANTA ESTÁ SECA
A BARRIGA ESTÁ VAZIA
TODO DIA É DIA DE SER SOLIDÁRIO
TODA HORA É HORA DE SOLIDARIEDADE
SEM ESPAÇO PRA CULTURA
SEM FUTURO, SEM QUIMERA
VOU LEVANDO MINHA VIDA
ALIMENTANDO UMA FERA
MINHA FOME NÃO ESPERA
MINHA SEDE NÃO DEMORA
PARA AMAR E SER AMADO
TODA HORA É TODA HORA
TODO DIA É DIA DE SER SOLIDÁRIO
TODA HORA É HORA DE SOLIDARIEDADE”.

Na próxima Sexta-Feira, o movimento volta a se reunir no Projeto Café com Poeira para mais um protesto, pois enquanto a Casa de Cultura dos artistas de Guarabira não for entregue ao movimento cultural, haverá reação dos produtores de cultura, pois como afirmou artista Leledo Cidadão, os artista tem vergonha na cara e não vão se curvar para um prefeito que não consegue enxergar a importância cultural para o seu povo. 

Com fotografias de Levy Galdino, convidamos todos para compartilhar, curtir e reivindicar em defesa dos artistas guarabirense, pois sem cultura um povo não vale nada!





terça-feira, 7 de julho de 2015

A Força do “Não”



Por: Joana Belarmino de Sousa*

No último domingo, tal como devem ter feito milhões de pessoas no mundo todo, sintonizei-me com a Grécia e com a difícil missão do seu povo, que teria de escolher entre dois caminhos, cada um deles tão difícil quanto o outro, com seus abismos, sua impossibilidade de desvios alternativos, seu conjunto de inevitabilidades.
Como milhões de pessoas no mundo todo, torci pelo “Não”, e divulguei nas redes sociais, as tags dessa torcida, enquanto acompanhava pelos principais portais de notícias, as repercussões daquele acontecimento.
Festejei a vitória retumbante do “Não” grego, ciente da impossibilidade de compreender o tamanho do sacrifício que o caminho escolhido imporá aos cidadãos daquele país, ciente da imensa distância existente entre esta minha precária solidariedade e a real situação de sofrimento vivida pela Grécia, com todas as suas terríveis nuances, as quais somente podemos assistir de muito longe.
De fato, para qualquer lado que se olhasse, na terra de Platão e de Sócrates, havia um cenário sombrio a ser contemplado. O não, entretanto, era por assim dizer, o salto mais arriscado. Aquele que colocaria a Grécia no topo de uma montanha, pavimentada toda ela por um caminho de solidão, isolamento, abandono dos trilhos do mundo exterior e do capital internacional.
O não envolvia porém, a coragem de milhões de gregos que já haviam desafiado um processo eleitoral anterior, colocando nas mãos de Alexis Tsipras, os destinos do país para os próximos anos.
Assim, ouso dizer, o “não” fez mais pela Grécia do que faria o “sim”. Ao mesmo tempo em que expôs ao mundo, o âmago da terrível crise que assola o país, obrigou que o grupo dos seus vizinhos, a Europa toda, representada pela Troika, constituída pela União Europeia, o Banco Central europeu e o FMI, se voltassem para uma compreensão mais aguda dessa crise, que não é apenas da Grécia, mas se gesta na própria forma como se dão os financiamentos das dívidas dos países hoje dependentes do capital mundial.
A agonia prossegue, agora com as diversas negociações. Dentro da Grécia entretanto, enquanto tenta adaptar-se ao limitado mundo das contenções, das dificuldades, dos carecimentos, o povo grego alimenta-se da esperança no seu líder maior, Alexis Tsipras, e na possibilidade de construírem um futuro mais digno para o país.
Sim, a crise grega é, em larga medida, uma amostra dos caminhos que temos palmilhado ao sabor das diretrizes do capital mundial, cuja acumulação, com predomínio na financeirização do próprio capital, assume proporções inaceitáveis, ameaçando o futuro da própria globalização.
Nenhum país pode-se dizer imune à situação de crise que assola o mundo. Mas há que se compreender porque estamos caminhando inevitavelmente para uma posição tão perigosa. Precisamos escutar o que tem nos dito David Harvey, em sua aguda crítica ao sistema capitalista e aos movimentos das suas últimas décadas, que nos trouxeram a esse perigoso agora.
* Joana Belarmino de Sousa - Doutora em Semiótica pela PUC/SP, profa. de Teoria da comunicação da UFPB.

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