sexta-feira, 1 de novembro de 2019

GEOPOLÍTICA NA AMÉRICA DO SUL E CONFLITOS NO CHILE E EQUADOR

Imagem extraída do Brasil 247.
Por Belarmino Mariano Neto*

O artigo trata sobre os desdobramentos das eleições da Bolívia e na Argentina, além da atual situação geopolítica e geoeconômica dentro da América do Sul.  Começamos com os gritos de: "Chile! Chile! Chile!” A Bandeira Mapuche no alto! Foto de uma mensagem estupenda. Registro da atriz Susana Hidalgo foi feito durante a manifestação histórica desta sexta-feira (25), que juntou mais de 1,2 milhão de pessoas na capital do Chile (Portal Brasil 247). Vale destacar que o a Nação Mapuche não reconhece o domínio chileno em seus territórios, com conflitos contra os invasores espanhóis e batalhas que duraram por mais de três séculos. Os revoltosos estão em luta por todos os direitos que foram perdidos ao longo da história do país, principalmente os direitos mínimos que foram subtraídos pelo neoliberalismo nos últimos 30 anos.
A ideia com este artigo é tratar de diferentes questões geopolíticas, incluindo no debate a situação do Brasil, da Venezuela, Mercosul e situações conflitantes como as do Equador e do Chile, mas também, avaliar as eleições recentes na Bolívia e na Argentina para compreendermos o desfecho destes acontecimentos no Brasil e na agenda de recuperação dos espaços políticos dos movimentos de esquerda.

A CRISE NO CHILE


imagem extraída do Diário de Pernambuco.

Começamos com a profunda crise instalada recentemente no território chileno, base política do governo de direita de Sebatián Piñera. As manifestações começaram com maior intensidade por volta do dia 14 de outubro em Santiago, e se intensificaram entre os dias 18 e 19 de outubro, para cidades como Valparaíso, Concepcíon, Viña del Mar,  e outras cidades do país, com forte repressão do governo, militares nas ruas, toque de recolher, dezenas de mortes, milhares de presos, incêndios, saques e estado de guerra civil-militar. 
Para alguns os protestos foram feitos independente de partidos ou dos movimentos sindicais, mas ficou claro que o movimento se deu com base nas reivindicações  dos partidos de esquerda, que o povo chileno foi as ruas para exigir mudanças nas políticas do governo, exigir a queda de Sebastán Piñera e o fim de suas políticas neoliberais. Também foram registradas imagens de bandeiras do movimento Anarquista chileno, demonstração de que a crise é muito mais radical do que se imagina.
Muitos analistas econômicos não conseguem entender os reais motivos dos protestos pois aparentemente, o Chile vive seu melhor momento econômico e muitos atribuem o crescimento econômico do Chile as políticas neoliberais adotadas no país a mais de uma década. Será? Na verdade essa ideia é falsa, pois mesmo com melhores rendimentos do país na América do Sul, na verdade, o Chile patrocina as maiores desigualdades socioeconômicas da America Latina, com sua população pagando por quase todos os direitos sociais como saúde, educação, moradia e segurança.
Outro importante fator econômico a ser considerado é que o Chile tem sua economia fortemente atrelada ao extrativismo do Cobre, um dos produtos mais valiosos na economia internacional. O preço do cobre chileno cresceu muito nas ultimas décadas em função do mercado internacional, dando aos chilenos significativo crescimento do seu PIB e também da renda per capita.
Esse modelo Neoliberal, consegue sugar as riquezas do país e quando o povo acorda, em casos como o chileno, já se passaram umas três décadas. O Brasil viveu um pouco essa experiência na década de 1990, com os governos Fernando Collor (PRN) e Fernando Henrique Cardoso (PSDB), naquele período o Brasil foi profundamente impactado pelas políticas neoliberais do Estado mínimo e das privatizações. Os governos de Luis Inácio Lula (PT)  a partir de 2002 e Dilma Rousseff (PT), até 2014, redefiniram as políticas e  frearam a onda neoliberal. Mas, com o Golpe de Michel Temer (MDB) e com a eleição de Jair Bolsonar (PSL) e seu super ministro Paulo Guedes, o Brasil voltou a adotar neoliberalismo, completamente atrelado aos interesses Norte-Americano.
O Neoliberalismo e a extrema direita que comandava o Chile até o momento, terão que repensar suas práticas, pois milhões de chilenos acordaram e perceberam que a democracia e os interesses sociais devem ficar acima dos esquemas e interesses do mercado. Esse governo é um desastre e o povo chileno quer o seu fim.
Para o Movimento Sindical CSP Conlutas - O povo chileno convive há 30 anos com o neoliberalismo, que lhes tirou tudo. Os chilenos não têm educação e saúde públicas, nem aposentadorias, pensões, direitos trabalhistas. Tudo no país foi privatizado, até mesmo a água. Não há emprego ou serviços básicos gratuitos. Tudo tiraram do povo chileno. Inclusive o medo. Apesar de inúmeras denúncias e registros de agressões, torturas, abusos e assassinatos cometidos pelo exército e pela polícia de Piñera, o povo não abandona as ruas.  Os chilenos dão um basta ao neoliberalismo e dizem que "lhes tiraram tudo, inclusive o medo"

CRISE NO EQUADOR


Imagem extraída do portal Brasil 247
O Equador é o segundo maior produtor de petróleo da América do Sul e um dos maiores do mundo, mas toda essa produção é quase que totalmente controlada por multinacionais americanas e europeias, articuladas por governos entreguistas de décadas anteriores. Apesar de ser um país rico economicamente, possuí fortes desigualdades socioeconômicas e pobreza, principalmente para os povos indígenas, de onde são extraídos os recursos petrolíferos e pobreza também das populações urbanas.
De acordo com Nogara (2019), o atual governo equatoriano de Lenín Moreno, chegou ao poder com apoio de partidos de centro esquerda, mas na atualidade, abandonou suas bases políticas e passou a adotar as políticas neoliberais orientadas pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), incentivado por um volumoso empréstimo concedido pelo FMI. Em troca o governo passou a adotar um pacote de corte de subsídios ao consumo de combustível, gerando aumento de 120% em diesel e de 30% em gasolina.
Essa medida afetou profundamente aos caminhoneiros, taxistas em empresas de ônibus e vans, bem como a população em geral que percebeu as perdas em seu poder aquisitivo e a partir do dia 1º de outubro, os movimentos de insatisfação geraram uma greve nacional que ganhou folego a partir do dia 3 de outubro. As revoltas tomaram conta das ruas, com conflitos diretos entre manifestantes e forças armadas.
Para Nogara (2019), o povo equatoriano foi as ruas protestar contra as políticas neoliberais do governo Lenín, que respondeu com forte repressão militar e declarando Estado de Exceção. E mesmo com a prisão de centenas de manifestantes, o povo foi as ruas, tomando conta do país e exigindo a renuncia de Moreno e a derrubada dos decretos que reajustavam os combustíveis.
Os protestos foram ganhando força e adesão da Confederação Nacional Indígenas do Equador (CONAIE). Esse forte grupo fortaleceu as reivindicações e mesmo com uma manobra de Lenín Moreno, tentando mudar a sede do governo de Quito para Guayaquil, já era tarde pois os manifestantes ocuparam a Assembléia Nacional do Equador e instaram uma "Assembleia Popular" e cancelaram as medidas de Moreno.
O Povo equatoriano não aceitou as políticas neoliberais e passou a reivindicar as conquistas do Ex-presidente Rafael Correa e da esquerda liderada pela Alianza Patria Ativa y Soberania (APAS). A chamada "Revolução Cidadã", mantinha as conquistas e melhorias sociais no país, entre elas, os subsídios aos preços dos combustíveis. Correa havia governado o Equador de 2007 a 2015, com as reeleições ele fez uma verdadeira revolução democrática no país, criando as bases para a melhoria nas condições de vida, educação, saúde e habitação para as populações mais pobres do país (NOGARA, 2019).
Agora entendemos que o Equador luta para manter suas conquistas e que não aceitará retrocessos rumo ao neoliberalismo do FMI. Vale lembrar que a situação política do Equador é muito parecida com a do Brasil, pois os governos de Correa foram fortemente atacados pelas elites dominantes e pela mídia burguesa daquele país e o atual governo de Moreno, passou a adotar as políticas de interesse do FMI e das elites dominantes, gerando essa profunda crise política e econômica que despertou a população para a resistência e luta. 
Nogara (2019) completa dizendo que apesar dos sete mortos e dos mais 1.340 feridos e dos mais de 1.152 presos, o acordo com o presidente Moreno, o movimento conseguiu derrubar o Decreto 883, e por fim ao Estado de exceção e que o governo terá que garantir mais investimentos em defesa dos povos mais pobres.
A situação do Equador nos lembra a atual política neoliberal adotada por Jair Bolsonaro (PSL) e Paulo Guedes, com a entrega dos recursos petroquímicos do Brasil, privatização que irá colocar o Brasil em completa dependência do mercado internacional, em especial das empresas petrolíferas americanas. Em meio a essa crise o Brasil ainda vive profunda crise ambiental, com queimadas na amazônia, no Pantanal, estouro de barragens de dejetos em Minas Gerais e contaminação dos mares e praias do noves estados do Nordeste, sem o devido cuidado do governo brasileiro.

Crise na Venezuela

Em 20 de maio de 2018 Nicolás Maduro foi reeleito para um mandato de seis anos com um percentual de 67,9% dos votos, contra seu opositor Henry Falcón que atingiu 21% dos votos válidos. Os derrotados não reconheceram o resultados e juntamente com as elites, a imprensa burguesa e o governo americano, não reconheceram a vitória de Maduro e passaram a atacar o governo de Maduro. Outros governo de direita na América do Sul passaram a adotar a mesma posição americana, inclusive com ameças contra o governo de Maduro.

Vale salientar que, desde que Hugo Chaves assumiu o poder venezuelano que o governo americano passou a atacar os interesses da Venezuela, provocando embargos econômicos e gerando ataques da imprensa e das elites dominantes contra os governos de Hugo Chaves, chegando a sofrer  um golpe em 2002, que só foi revertido, graças as redes sociais e a força do povo venezuelano, que foi as ruas e conseguiu fazer com quer o governo de Hugo Chaves retomasse o poder, com a ajuda das forças armadas daquele país.
As tentativas Norte Americanas de impedir os avanços do governo Chaves, diminuíram com a morte do mesmo, pois acreditavam que conseguiriam emplacar um governo de direita e leal aos Estados Unidos, mas em seu lugar assumiu seu sucessor Nicolás Maduro e conseguiu se reeleger.
A situação política da Venezuela se tornou insustentável na medida em que os Estados Unidos de Donald Trump passaram  a boicotar e embargar o petróleo da Venezuela, provocando a significativa quebra do governo Maduro. Também foram registradas declarações do governo americano em querer invadir  a Venezuela.
O pior momento da crise venezuelana foi após as eleições, com a tentativa de autoprogramação como presidente do deputado opositor Juan Guaidó. Essa tentativa de confrontar com Maduro dividiu a opinião pública mundial e foi a mais nítida prática antidemocrática de um grupo de direita e, apesar de ter tido o reconhecimento de governos de direita da America do Sul, estimuladas pelo governo Trump, ao exemplo de Temer, Bolsonaro, Macri, Piñero, entre outros, depois de protestos dentro do país e repressão geral do governo Maduro, Os Estados Unidos ameaçaram intervir diretamente na Venezuela e os governos do Brasil e Colômbia passaram a apoio Trump, contra Maduro.
Essa posição terminou provocando reação dos governos da Rússia, da China e do Irâ em apoio ao governo Maduro, com ajuda militar e compra do petróleo venezuelano, além do envio de equipamentos militares e grupos treinados, os americanos recuaram em suas ameaças contra Maduro. Por outro lado, a crise venezuelana, obrigou milhares de pessoas a deixarem o pais, saíram do país no ultimo ano, em torno de 30 mil venezuelanos para Colômbia, Brasil, Espanha e outros países.   Mas há na Venezuela  3 milhões de colombianos e mais de 15 mil haitianos em função de outros conflitos ocorridos naqueles países. 
Em relação a Venezuela, de acordo com Stedile (2017) de abril a agosto de 2017, a direita adotou a tática de produzir o terror, o medo, o caos, para provocar um golpe, tentando dividir as forças armadas e pedindo intervenção militar estrangeira!   Adotou as mais diversas formas de violência física e social, seguindo os manuais da CIA. Tudo era praticado por jovens mercenários e lumpens, pagos em dólar.   Mataram nesse processo 95 pessoas.  Cinco foram mortas em confronto com as forças da ordem e 90 foram assassinadas pelos mercenários.
Na atualidade e com o apoio Russo, Chinês, Norte Coreano e Iraniano, Maduro passou a ter maior tranquilidade e a oposição ficou isolada, com os recuos de Trump, Bolsonaro e outros direitistas, deixando o governo Maduro mais livre para opara seu governo. Isso significa que, na América do Sul, os interesses geopolíticos internacionais chegaram ao extremo, demonstração clara de que os recursos petroquímicos estão colocando o continente em rota de colisão com os interesses do imperialismo internacional.

O Brasil e Golpe contra a Democracia

O golpe de Direita no Brasil foi articulado pelas elites nacionais no poder, de interesse direto para o grande capital, que controla a grande mídia e aquece os tambores para uma violenta exploração dos trabalhadores do Brasil e do mundo. A lógica é de arrocho salarial, crise controlada por dependência econômica e financeira, tanto dos estados, quanto das pessoas, fragmentadas em suas dívidas bancárias, facilitadas em seus cartões de créditos. Homens corruptos e sem fibra ética moral nos empurram para uma crise política que se agravou com a crise energética, a crise de superabastecimento e aumento da concentração de riquezas nas mãos das elites dominantes. O Brasil é um dos países mais desiguais e injustos do mundo atual.

Em 2013, como ação para desgastar o governo Dilma Rousseff (PT) que se preparava para concorrer a reeleição, as mídias burguesas e os grupos de extrema direita, passaram a atacar o governo da presidenta, com campanhas de difamação e ataques diretos contra a democracia no Brasil.
Os jornalistas Luis Nassif e Patricia Faermann (2016) afirmaram que os movimentos de direita que ocorreram no Brasil em 2013 foi uma versão tupiniquim da "Primavera Árabe". Ficou demonstrado que as elites nacionais no poder, queriam dominar tudo, para isso tentam criar um artifício midiático semelhante ao que aconteceu em 2011 no Oriente Médio, em que as massas se organizaram pelas redes sociais contra presidentes ditatoriais, que não eram simpáticos aos Estados Unidos, tanto no Oriente Médio, quanto na Ásia Menor e Norte da África. Só que no caso do Brasil, a democracia passou a ser ameaçada, com ataques claramente organizados com interferência americana, ao ponto de terem, grampeado os telefones da Presidenta Dilma Rousseff.
Pessoas de extrema direita, saíram as ruas, pedindo a volta da ditadura militar, querendo derrubar o governo pela via autoritária. Inclusive, eram visíveis que as lideranças de direita e também corruptas indo as ruas e/ou usando o parlamento para cobrar ética na política e atacar o governo Dilma. 
Em 2014 ocorreram as eleições presidenciais e a presidenta Dilma Rousseff foi reeleita, dando continuidade ao seu governo, mas a direita derrotada nas urnas, mais uma vez, declarou que iria destruir o governo, passando a disparar todos os tipos de ataques contra a presidenta e seu governo, chegando ao golpe que contou com o apoio e foi articulado pelo seu vice presidente Michel Temer (PMDB), que aliou-se aos partidos de direita para sabotar o governo e traçar a sua derrocada, através de um golpe que ficou conhecido com político, midiático e jurídico. 
Pelo viés jurídico foi criado um grupo chamado de Operação Lava-Jato, atacando empresas, estatais como a Petrobras e políticos próximos a presidenta e ao seu governo, em especial os correligionários do PT. A mídia burguesa passou a atuar divulgando um movimento anticorrupção, que serviram para minar os passos do governo, buscando incriminar o governo e o ex-presidente Luis Inácio Lula (PT).
Em 2016 o golpe foi executado com a cassação da presidenta Dilma, com o argumento de que a mesma havia realizado pedaladas fiscais, tornando o ato um crime grave e motivo par o impeachment. Lideranças políticas de esquerda, como Marielle Franco (PSOL), que liderava todas as pesquisas para o Senado, foi assassinada no Rio de Janeiro. 
Daí para a frente a operação lava-jato, passou a tentar incriminar o ex-presidente Lula (PT) e pré-candidato a presidente, com liderança folgada nas pesquisas. O golpe se completou com a prisão e condenação injusta contra o Lula que não pode concorrer as eleições e isso abriu espaço para a consolidação da candidatura de extrema direita de Jair Bolsonaro que através de fake news e disparos pagos nas redes sociais foi eleito presidente em novembro de 2019, contra o candidato Fernando Haddad (PT), depois de uma eleição extremamente controvertida e ameaçada por forças de extrema direita.
O atual governo de Bolsonaro que assumiu em janeiro de 2019 é um retrocesso político de pelo menos 20 ou 30 anos, pois seu viés ideológico é de apologia ao militarismo, aos ditadores, com o isso, o país voltou a figurar no cenário internacional com um país pró neoliberalismo, em que o governo passou a atacar os direitos dos trabalhadores, com as reformas trabalhistas, com a reforma da previdência, entreguismo das estatais brasileiras ao capital estrangeiros e desrespeito ao meio ambiente, aos povos das florestas, entre outros. Desde que foi eleito, Bolsonaro passou a adotar medidas de servidão aos interesses Norte Americanos e de total apoio e submissão ao Governo de Donald Trump.
A extrema direita, não respeita os interesses nacionais e apostam em um regime de exceção aos moldes das antigas ditaduras militares. O próprio presidente Bolsonaro, quando era Deputado, declarava em entrevistas que a Ditadura Militar no Brasil (1964-1985), deveria ter matado mais e que caso se tornasse presidente, poderia fechar o congresso e implantar um regime autoritário. Recentemente seu filho Eduardo Bolsonaro (PSL) e Deputado Federal por São Paulo, declarou que caso a esquerda radicalizasse, como esta ocorrendo no Chile, seu pai poderia baixar um Novo Decreto AI-5, implantando o governo de exceção. O AI-5 foi implantado em 1968, com o fechamento do congresso nacional e endurecimento do regime, marcado pelo fim dos direitos políticos, perseguição aos opositores, fechamento de partidos de esquerda, assassinatos, desaparecidos, pressos políticos e tortura.
Sem sombras de dúvidas, as sistemáticas tentativas da família Bolsonaro em criar um clima de tensão, terror e medo na sociedade, com fortes ameaças a democracia e apologia aos regimes ditatoriais, demonstram que o país precisa acordar, pois as instituições e organizações republicanas e democráticas estão sendo ameaçadas. Isso obriga a todas as forças democráticas, inclusive de direita, a uma luta organizada contra os defensores do autoritarismo.


Eleições na Bolívia


imagem extraída do El Pais
No território boliviano, enquanto as mídias burguesas diziam aos quatro cantos que Evo Morales estava bem atras nas pesquisas e que as eleições iriam para o segundo turno com Morales perdendo. Mas terminado o Pleito o Presidente foi reeleito com mais de 10% de vantagens. Morales obteve 47,08%, enquanto que Carlos Mesa obteve apenas 36,51%. Com esta vitória a Esquerda e os movimentos progressistas e anti-neoliberais demonstraram força e resistência em territórios Sul Americanos.
A grande mídia internacional dá conta em divulgar que alguns governos de direita e extrema direita não querem reconhecer os resultados eleitorais na Bolívia e a ideia é instaurar uma crise semelhante a que provocaram na Venezuela e no Brasil, depois da eleição de Maduro e da reeleição de Dilma Rousseff. 
O povo boliviano reconheceu os avanços da aliança de esquerda  que reconduziu Evo Morales ao poder, pois em 13 anos transformou as condições socioeconômicas e políticas do país, com investimentos em saúde, educação, habitação, segurança alimentar entre outros fatores. A Bolívia, com crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) superior a 4% ao ano é a economia que mais cresce em toda a América Latina e isso vem incomodando as elites dominantes e grupos conservadores locais e até internacionais que estão de olho nas riquezas naturais da Bolívia como: o gás natural, petróleo e lítio (FUSER, 2019). Vale destacar que o lítio é uma das mais importantes matérias primas para as industrias de baterias para celulares, bicicletas, motos e automóveis.
Para Fuser (2019), a vitória de Morales se deu pelos avanços informacionais que ele implantou no país ao longo dos últimos 13 anos.  pois dos quase 11 milhões de habitantes do país, mais de 10 milhões estão conectados as redes sociais e todos sabem que o país, que vivia profundas crises e desgovernos, a partir de Evo Morales, a Bolívia melhorou e muito as condições de vidas de suas populações, tanto urbanas, quanto rurais, entre as quais os povos indígenas dos quais ele é originário.
A vitória de Evo Morales é o reflexo de que o povo da América do Sul esta acordando para governos entreguistas, antidemocráticos e neoliberais que só atrasam o progresso e o desenvolvimento socieconômico da região. E em meio as crises no Peru, no Equador e agora no Chile, ficou claro que o povo boliviano preferiu apostar no que esta dando certo. Apesar de governos como o de Bolsonaro e Trump não reconhecerem a vitória de Morales.

Crise no Peru

A situação política na região andina é intensa e de profunda crise. Outro importante exemplo está nos confrontos entre as forças de extrema direita, ligadas ao fujimorismo e as forças de esquerda que disputam o controle político do país. De acordo com Maneto (2019), Martín Vizcarra, tentou fechar o congresso e convocar novas eleições, mas o grupo de extrema direita de Keiko Fujimori (Partido Popular), com mais força no congresso fez manobras políticas e passou a controlar as decisões do país. 
Milhões de pessoas reagiram e foram para as ruas, gerando conflitos e tensões, pois estava clara uma manobra da extrema direita para distituir o governo de Vizcarra e em seu lugar, colocar Mercedez Aráoz, que sem representatividade, logo em seguida, renunciou e o pais passou a viver uma tensão política que envolve denuncias de corrupção, inclusive com envolvimento da empresa brasileiro Odebrecht, que envolve todas as lideranças políticas e ex-presidentes do país, tanto de situação, quanto de oposição.
A crise política e as tensões entre as forças políticas no poder, colocam em risco o processo democrático peruano, aquecendo ainda mais  geopolítica na regi"ao andina e no Cone Sul das Américas.


Eleições na Argentina e a volta da Esquerda ao Poder


Imagem Pin it - extraída do uol notícias.
Apesar de não podermos afirmar que o Peronismo seja de fato uma força totalmente de esquerda, podemos dizer que as alas mais a esquerda sempre estiveram presentes e fortaleceram até certo ponto o peronismo ou o populismo argentino, ao longo de toda a história moderna do país. 
Gostaríamos de começar esse artigo afirmando que nas atuais eleições ocorridas no dia 27 de outubro de 2019 na Argentina teve um derrotado e o foi o presidente Mauricio Macrin que conseguiu arregimentar todas as forças de direita e extrema direita ao seu lado, mas perdeu o pleito para Alberto Fernández por 48% dos votos.
Podemos dizer que a crise econômica vivida na Argentina, com as medidas neoliberais e adoções das receitas sugeridas pelo FMI, deram completamente erradas e o povo daquele país deu a respostas nas urnas, elegendo o candidato de uma aliança de esquerda e centro esquerda que terá um grande desafio, tira o país da crise e afastar os argentinos dessa onda conservadora que assola o país e significativa parcela do mundo.
Os desdobramentos das eleições argentinas terão forte impacto sob o governo de extrema direita do Brasil, que já declarou não reconhecer a vitória de Fernandez e que poderá tentar atrapalhar as relações econômicas com aquele que é o maior parceiro econômico do Brasil na América do Sul e o terceiro mais importante em escala mundial. As declarações do Ministro das Relações exteriores do Brasil, Ernesto Araújo e do Ministro da Economia Paulo Guedes e o próprio presidente Bolsonaro, sobre o resultado das eleições argentinas já demonstram que o viés ideológico do governo brasileiro, poderá atrapalhar e muito o nosso país, podendo inclusive, abalar as relações multilaterais com o Mercosul.
O mais importante para a geopolítica na America do Sul é o fato de que, os povos do continente estão percebendo que as políticas neoliberais propostas pelo FMI e adotados por governos de direita e extrema direita, podem estar perdendo força no continente que reage diretamente nas urnas, fortalecendo o processo democrático e garantindo a autonomia dos povos da região.
Com esta vitória de Fernández e do peronismo de esquerda em Território Argentino, com a vitoria de Evo Morales na Bolívia, com a manutenção do governo venezuelano de Maduro, com a crise no Equador e força povo contra as políticas neoliberais naquele pais e com a crise no Chile que colou em Cheque o governo direitista de Sebatián Piñera, notamos que existe uma reação das forças de esquerda no continente Sul Americano e que os erros cometidos pelo atual governo de Jair Bolsonaro do Brasil, em Breve os interesses em governos populares poderão retomar o campo progressista do continente.
Para Pardo (2019), os planos Macri que prometiam mudanças estruturais na economia por mais de 20 anos, não duraram o tempo de uma eleição, pois suas primeiras medidas afundaram o país em crises e assim como no Brasil de Bolsonaro, quando vemos as bolsas de valores subindo, preparem-se pois os direitos da classe trabalhadora estão sendo retirados. O povo argentino entendeu cedo e logo tratou de derrubar o governo Macri e suas políticas neoliberais de direita.
O Brasil precisa compreender que a Argentina é o vizinho mais estratégico da economia brasileira, pois é o nosso maior comprador de bens industrializados. Se o capital internacional, continuar tentando quebrar a Argentina, também estará quebrando o nosso país e essa é a lógica do neoliberalismo. Caso o governo Bolsonaro insista em implicar com o atual governo, ele poderá contribuir para desestabilizar ainda mais a indústria brasileira.
Para não concluirmos o tema, observamos que existem tensões internacionais em diferentes regiões do mundo, ao exemplo da extrema direita americana, com forte influência sobre os países dos continentes americanos, influindo em ascender as forças de direita e extrema-direita, que em muitos casos, apoiam regimes autoritários e interesses neoliberais. As tensões atingem as fronteiras dos Estados Unidos com o México, conflitos em El Salvador, Conflitos na Venezuela, Guianas e Colômbia, além de territórios como o Brasil, Equador, Peru, Chile, Bolívia e Argentina. Se nos voltarmos para a Europa, teremos as tensões com a tentativa de saída britânica da União Européia, conflitos na Espanha, com os movimentos separatistas da Catalunha e País Basco, com violentos protestos, prisões, mortes e disputas eleitorais fortemente acirradas. Se nos votarmos para o sudeste asiáticos, encontraremos as históricas disputas entre Coreia do Norte e Coreia do Sul, além das tensões nos territórios chineses de Hong Kong e Formosa, inclusive com confrontos entre forças do governo e movimentos sociais articulados pelas redes sociais.
Nesse cenário geopolítico mundial, a América do Sul vive tensões políticas e geopolíticas regionais, claramente influenciadas por interesses neoliberais externos ao continente, com resistência e tensões entre forças de esquerda, direita e extrema-direita, com disputas que merecem todo um cuido dos analistas, pois podemos entrar em uma fase de descontrole político, com a implantações de regimes antidemocráticos ou ditatoriais.


Fontes:


https://radicaislivreseco.blogspot.com/2019/10/geopolitica-na-america-do-sul-levantes_30.html

http://cspconlutas.org.br/2019/10/confira-o-video-de-apoio-da-csp-conlutas-a-luta-dos-chilenos-contra-o-neoliberalismo/
https://www.facebook.com/search/top/?q=Susana%20Hidalgo&epa=SEARCH_BOX
https://www.ocafezinho.com/2019/10/14/tiago-nogara-a-crise-no-equador-em-12-pontos/
https://www.viomundo.com.br/politica/igor-fuser-vitoria-de-evo-morales-na-bolivia-destruiria-narrativa-do-fim-do-ciclo-progressista.html
https://www.bbc.com/portuguese/internacional-50189194
https://www.brasil247.com/mundo/como-a-crise-equatoriana-pode-alertar-para-devastacao-social-no-brasil
https://www.diariodepernambuco.com.br/noticia/economia/2019/10/ingredientes-da-crise-no-chile-estao-em-toda-america-latina.html
https://brasil.elpais.com/brasil/2019/10/21/internacional/1571688442_868052.html
https://brasil.elpais.com/brasil/2019/10/21/internacional/1571688442_868052.html
https://noticias.uol.com.br/internacional/ultimas-noticias/2019/10/28/clima-eleicao-fernandez-argentina.htm
http://guarabira50graus.blogspot.com/2016/03/brics-pre-sal-e-tentativas-de-golpe-no.html
https://www.sapo.pt/noticias/maduro-pede-as-forcas-armadas-um-plano-contra_5a9286b9ea0d479e55482f5a
http://guarabira50graus.blogspot.com/2017/09/somos-todos-venezuela.html#more
https://brasil.elpais.com/brasil/2019/10/04/internacional/1570220008_285079.html

sexta-feira, 4 de outubro de 2019

Carta aberta a Abraham Weintraub, Ministro da Educação


Por Felipe Rosa <frosa@if.ufrj.br>
(publicado em 24/09/19)

Caro ministro,
Em entrevista recente ao jornal Estado de São Paulo o senhor afirmou, entre outras coisas, que as universidades brasileiras têm “muito desperdício” relacionado a “politicagem, ideologização e balbúrdia”, que algumas “têm Cracolândia”, que no Brasil “todo mundo quer uma bolsinha” e, finalmente, que seu filho estudaria em Portugal, ou no Chile, ou “fora do Brasil”, mas “na federal de Minas é que não vai”.
Ao ouvir acusações e críticas tão sérias quanto essas, poderia-se imaginar que o senhor teria diversos exemplos de malversação de bolsas e pedras de crack pra mostrar, mas qual não é a nossa surpresa ao descobrir que o número de vezes que o senhor visitou alguma universidade pública enquanto ministro é… zero! Nenhuma vez! Donde apenas resta concluir que o senhor – o ministro da educação mais ignorante em universidades da história do Brasil – só as conhece pelos escritos do “guru” Olavo de Carvalho, que visita as universidades brasileiras na mesma frequência que o senhor.
Ao dizer que todos queremos “uma bolsinha”, não pense que não percebemos sua intenção de passar à população a imagem de que somos uns “encostados” em busca da proverbial “boquinha”. O Brasil hoje é o 14º maior produtor de conhecimento do mundo, com cerca de 80 mil artigos publicados apenas no ano passado e mais de 10 milhões de citações a nós desde 1996. A maioria esmagadora de todo esse trabalho só foi possível graças às agências de fomento, entre elas o CNPq e a CAPES. Nos diga uma coisa, ministro: de onde você acha que veio a viabilidade do pré-sal? Nosso programa de vacinas? A conexão entre o vírus da zika e a microcefalia? O senhor acha que essas coisas “caíram do céu”? Pois nós estamos aqui pra te dizer que, em vez de praticar “doutrinação comunista” (ou qualquer bobagem que o valha), estamos trabalhando para que mais desses avanços se materalizem e beneficiem a população brasileira.
Finalmente, com relação a estudar ou não na Universidade Federal de Minas Gerais, essa é uma decisão que cabe apenas ao senhor e seu filho. Por outro lado, o senhor deveria saber que, de acordo com o ranking do Times Higher Education, enquanto o Chile tem 8 universidades entre as 1000 melhores do mundo e Portugal tem 13, o Brasil tem 15 (e, entre elas, a UFMG). Assim sendo, desdenhar da universidade pública brasileira tem pouco a ver com números e muito a ver com uma severa síndrome de vira-lata que infelizmente aflige membros importantes do governo Bolsonaro.
Ou seja, ministro: quando tiver uma oportunidade de ficar calado, aproveite-a. E trabalhe.

Atenciosamente,
*Felipe Rosa, diretor da AdUFRJ
e vice-presidente eleito

* Repliquem, por favor, esta carta. Nao é possível que o discurso desse mentiroso contumaz que é Ministro da Educação passe sem contraponto.
Os professores universitários serão apedrejados nas ruas sob o canto dos cristãos hipócritas desse país!

domingo, 1 de setembro de 2019

Publicado em  – Et Urbs Magna . Republicado no Bem blogado

Por Elias Flexa, filósofo e ribeirinho amazônida!

Quando os textos chegam de dentro da Floresta, as vozes de um filosofo conhecido por Elias Flexa, toca o dedo nas feridas da região amazônica, indicando que ruralistas, grileiros e outros destroem a amazônia em sintonia com o atual governo brasileiro.

LEIA A SEGUIR:

Pessoal, eu moro em Porto de Moz – Pará, no rio Xingu. Estou no meio da Amazônia e vocês não tem ideia do que está acontecendo aqui.
A imprensa está mostrando a questão das queimadas, mas isso é apenas um dos fatos que estão ocorrendo. É horrorizante saber que é muito pior.
Desde que Bolsonaro foi eleito presidente, parece que os madeireiros, fazendeiros, latifúndios e demais devastadores se sentem livres para fazer seus crimes ambientais. Eles encontraram no discurso do presidente um incentivo a destruir a natureza com a certeza da impunidade.
Nos governos do PT, a política ambiental incomodou essa turma. Nesse período foram criadas várias unidades de conservação em toda a Amazônia, inclusive aqui no meu município foi criada a maior reserva extrativista, a Verde para Sempre. Espalhou-se para todos os lados iniciativas de projetos que combina desenvolvimento com preservação ambiental, o que nós chamamos de desenvolvimento sustentável.
Só dentro da Verde para Sempre temos 6 projetos de manejo florestal comunitário, um modelo de desenvolvimento sustentável que se confronta com a exploração devastadora daqueles que são contra preservação ambiental.
Os devastadores estão derrubando áreas enormes por conta própria sem nenhuma legalidade ambiental e vocês sabem que com isso vai junto toda a natureza daquela área: plantas, animais e toda a biodiversidade. Depois eles tocam fogo que queima tudo e fica somente as cinzas.
Isso nos preocupa muito, pois os primeiros afetados somos nós que aqui moramos. Há também uma explosão de garimpos ilegais que estão contaminando os rios e o subsolo. A pesca predatória voltou e isso ameaça o futuro das espécies. A grilagem de terras também voltou. E nós quando questionamos toda essa destruição somos ameaçados e corremos sérios riscos.
Bolsonaro não conhece a Amazônia e não tem nenhuma responsabilidade com o povo que aqui mora. Ele acusa as ONGs de causarem as queimadas, é um cara de pau de um presidente mentiroso. Ele sabe quem são os destruidores, mas ele prefere inverter as coisas e acusar quem luta em defesa da Amazônia. É típico dele fazer isso.
Nós convivemos com o medo constante quando se trata de meio ambiente. Bolsonaro é a certeza da impunidade para o que está acontecendo na Amazônia. Não é a toa que ele desmonta o IBAMA e o ICMBio. Os ruralistas da Amazônia querem que Bolsonaro revogue as reservas nesta região.
Ainda essa semana um grupo da região Norte se reuniu com a secretária de agricultura e pediram a revogação das reservas.
Bolsonaro tem culpa sim do que está acontecendo na Amazônia, o discurso dele incentiva essas práticas. Não é só as queimadas, a destruição é muito maior!
Elias Flexa, filósofo e ribeirinho amazônida!

quinta-feira, 29 de agosto de 2019

Geografia da População: Teorias Demográficas


Por Belarmino Mariano Neto

Trabalhamos com as Teorias Demográficas, no contexto da Geografia da População. Inicialmente apresentamos os pensadores do século XVII ao século XVIII, que apresentaram seus pensamentos sobre o processo de desenvolvimento da população, em especial na Europa. Usamos como referencias os otimistas e os pessimistas, considerando os Socialistas libertários e os liberais. A Teoria de Thomas Malthus (Malthusianismo), seguido pela Teoria da Transição Demográfica, Teoria Neomalthusiana e Teoria Reformistas (Marxista) de crítica aos malthusianos e neomalthusianos.

- Vídeo aula -


Imagens e referencias:


















terça-feira, 27 de agosto de 2019

GEOPOLÍTICA DO FOGO E CRISE AMBIENTAL NA AMAZÔNIA BRASILEIRA

Fonte:  16/12/2016 às 17:58
Por Belarmino Mariano
A escolha em tratar sobre Geopolítica no contexto ambiental pode até parecer uma banalidade para os conceitos da Geografia Política, ou talvez, pode parecer estranho, pois nos lembra a ideia de "Guerra do Fogo", típica dos povos primitivos que não dominavam as forças da natureza e disputavam os territórios das cavernas, lutando contra as sombras e a escuridão, então estaríamos no mundo das trevas e do desconhecido. No entanto, nos encontramos no século XXI, na era das tecnologias espaciais e informacionais, em que o princípio básico é a comunicação e temos em curso a banalidade do discurso ambiental.
Na verdade, a banalidade do discurso está nas mãos do presidente Bolsonoro e acho que ele conseguiu destruir mais uma histórica relação diplomática internacional e desta vez foi com o governo francês de emannuel Macron. Já tivemos desentendimentos com Israel, Egito, Alemanha, Noruega, Inglaterra, e temos três navios iranianos em águas ou mar territorial brasileiro que por falta de combustíveis, se encontram retidos em nosso território, inclusive seguindo orientações americanas que estão sendo obedecidas pelo governo brasileiro.
Tivemos desrespeito a Rainha da Inglaterra, que apesar de não responder, puniu o mercado de fragos do Brasil com Salmonela. Com Israel tivemos o impasse do Nazismo, e com os países árabes a tentativa de mudar a embaixada do Brasil de Telavive para Jerusalém, mas os piores episódios se deram por questões ambientais, quando o presidente Bolsonaro, passou a tratar os problemas ambientais com desatenção, interferindo negativamente nos órgãos federais como IBAMA, ICMbio, Funai, Inpe, entre outros.

Todos os argumentos expostos nesse paragrafo nos coloca dentro da categoria de análise da Geografia Política e da Geopolítica. No primeiro ponto, compreendemos a diplomacia e a capacidade de intercâmbios sociais, econômicos, políticos e culturais são fundamentais para o fortalecimento da autonomia e soberania dos países e na atualidade todos as formas de relações diplomáticas incluem o paradigma ambientalista.

O outro aspectos desse debate teórico é o campo dos conflitos, das tensões e dos desentendimentos políticos, em que os estados nacionais, agem estrategicamente para proteger seus interesses e os interesses dos seus Estados e nesse ponto, o atual governo Brasileiro demonstra completa inabilidade geopolítica, diante de um mundo completamente atrelado a ecologia política. Talvez o que exista de geopolítica do governo de Bolsonaro, seja a subserviência aos Estados Unidos, pois já lhes entregou a Base de Alcantara no Maranhão e ofereceu a exploração da Amazônia para o governo Trump.
Quando ainda era candidato a presidente, Bolsonaro fez dezenas de declarações sobre o trabalho de fiscalização do IBAMA e disse que não iria admitir multas do órgão contra empresários que queiram investir na Amazônia (desmatadores?), avisou que os indígenas não teriam um centimétrico de terras demarcadas, postou imagens e falas defendendo caçadores, agropecuaristas e mineradoras.
Depois de eleito, suas primeiras ações foi de acabar com o Ministério do Meio Ambiente, depois recuou e anexou ao Ministério da Agricultura e diante das pressões voltou atrás, mas colocou no comando do órgão antiambientalistas. Nesse meio tempo, entre os meses de janeiro e fevereiro passaram a existir denúncias em que a região amazônica se tornou alvo de práticas criminosas em Áreas de Preservação Ambiental, Parques Ecológicos e terras indígenas.
As terras foram invadidas por milhares de garimpeiros e madeireiras ilegais passaram a praticar um forte desmatamento na região. Esse desmatamento se seguiu até os meses de julho e em seguida, os locais desmatados passaram a ser incendiados, passando a existir a prática das queimadas. Milhares de queimadas foram registradas pelo Inpe e em seguida o Presidente Bolsonaro demitiu Ricardo Galvão, diretor do Instituto. Vale salientar que um técnico experiente e altamente qualificado.
Estes impasses ambientais e a morosidade do governo Bolsonaro em agir para combater as práticas criminosas na região amazônica, gerou o descontentamento do governo alemão que cortou investimentos da ordem de 35 milhões de euros do fundo Amazônia e foi seguido pelo governo da Noruega, que cortou mais de 134 milhões de reais, além de congelar os repasses para o Fundo Amazônia por tempo indeterminado.
Fake news passaram a circular nas redes sociais e uma nova orquestra de contas robôs passaram a publicar imagens antigas sobre queimadas e morte de animais e em seguida passavam a postar slids de fake colocando mentiras nos primeiros lugares de acessos em redes sociais, tudo para criar dúvidas e contrainformações sobre o tema. As mesmas práticas de fake news que foram usadas na campanha presidencial, tomaram conta da internet e provocaram dúvidas sobre a veracidade das queimadas nas regiões amazônica e Pantanal. Até que os efeitos das queimadas chegou ao centro de São Paulo, antecipando a noite e escurecendo as ruas e avenidas da capital paulista.
O governo brasileiro continua ignorando os desastres ambientais e as piadas contra os governos da Alemanha e Noruega, agora se voltaram para o presidente da França. No dia 19 de agosto, chegou a vez dos desentendimentos com o presidente Macron, tendo havido trocas de acusações e ataques pessoais entre os dois presidentes em relação a falta de efetivo combate do governo brasileiro as queimadas da Amazônia.
No mês de agosto as queimadas se tornaram tão intensas que, os desdobramentos da destruição amazônica, atingiu países como Bolívia, Peru e Paraguai, além de chegar em outras regiões do Brasil, como Centro-Oeste, Sudeste e Sul.
Imagens de Satélites da Nasa, vídeos de ONG´s e de populares da região amazônica passaram a ser divulgados intensivamente. Registro feitos pelos corpos de bombeiros militares da região ganharam as redes sociais brasileiras e internacionais, gerando um descontentamento mundial e reação de centenas de entidades não governamentais que atuam em defesa do meio ambiente. O caso mais chocante foi o ataque de ambientalistas britânicos a embaixada brasileira em Londres.
O assunto das queimadas na Amazônia primeiramente se tornou matéria na imprensa internacional, obrigando a imprensa brasileira a também divulgar o que de fato estava acontecendo em nosso país. Tanto o presidente Bolsonaro, quanto o Ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles e demais assessores do governo, passaram a desmentir os dados oficias do Inpe e das organizações e entidades que denunciavam as queimadas, desmatamentos e ataques as terras indígenas.
No dia 19 de agosto, tivemos a situação mais grave das queimadas, pois a fumaça e a fuligem das queimadas, chegou ao centro de São Paulo, capital paulista, deixando a cidade escura as 15 horas a tarde e ativando o sistema de iluminação pública.
A essa altura, o governo Bolsonaro batia cabeças e tentava responder a imprensa com brincadeiras e piadas, tornando o tema sem importância. As atitudes de Bolsonaro causaram reações negativas em todas as partes do mundo, em especial na União Europeia e o Presidente da França, Emannuel Macron, atual representante oficial da União Europeia, revelou que o Presidente Bolsonaro havia faltado com a verdade no Encontro do G-20 em Tóquio, sobre os acordos de preservação da Amazônia e que isso colocava em risco os acordos entre a União Europeia e o Mercosul.



Estamos diante do maior crime ambiental praticado pela omissão de um governo em todo o mundo. Ataque aos povos e territórios indígenas, desmantelamento de instituições públicas federais como o IBAMA, ICMbio e Inpe, ajuntamento de ministérios e distribuição de cargos para incompetentes ou pessoas que sempre estiveram do lado contrário as questões ecológicas.

As notícias negativas sobre o Brasil estão em todo o mundo, mas vale salientar que a grande mídia brasileira estava calada ou omissa, diante dos graves problemas de queimadas, desmatamento, assassinato de populações indígenas, entre outros graves problemas ambientais da região Amazônica e Centro-Oeste.

O governo Bolsonaro tentou dissimular, chegou a culpar as ONG's pelos possíveis focos de incêndios, bem como os governadores dos Estados da Região Norte do Brasil e chegou a afirmar que os incêndios poderiam ser praticados pelos povos indígenas e pelos agricultores da Amazônia. Em uma declaração insana, o presidente brasileiro disse que os incêndios pareciam obra de um ciclista ou motoqueiro, que com uma vara ia incendia a floresta toda. logo depois circulou um fake news que um membro do MTST havia sido preso por prática de incêndio na Amazônia. Em que nível de desespero chegou esse governo?

As imagens recentes e antigas de animais mortos ou em fuga do fogo, se tornaram comuns em todas as redes sócias. Pessoas de todas as classes sociais, entidades e famosos passaram a denunciar os crimes ambientais. As imagens das áreas desmatadas e queimadas são tantas e tão grandes que não tem como colocar pra debaixo do tapete verde da Amazônia e o assunto chegou a reunião do G-07. O Bloco Econômico chegou a anunciar ajuda financeira da ordem de $20 milhões de dólares, mas o governo Bolsonaro que havia declarado que não tinha recursos para combater os incêndios, rejeitou a ajuda dos países ricos, gerando uma espécie de dissonância entre seus discursos e suas práticas para defender as questões ambientais brasileiras.
Diante de toda essa crise ambiental, o Brasil começou a sofrer ameaças de boicote aos seus produtos e até de embargo econômico, caso o governo Bolsonaro, insista em ignorar os alertas e denúncias sobre as queimadas, desmatamentos e ataques aos territórios tradicionais indígenas.
A última nação a declarar que pretende boicotar os produtos brasileiros é a Suécia e acrescentou aos problemas ambientais brasileiros, a grande liberação de agrotóxicos a agricultura do país. Nesse ritmo, o Brasil poderá se isolar desentendimentos internacionais, um desastre nunca vivido na história da economicamente do mundo e terá em sua agenda diplomática grandes nossos produtos e também praticarem algum embargo econômico ao Brasil, produtos da agropecuária e do agronegócio como as carnes bovinas, suínas e as aves, além dos grãos e frutas perderem o mercado mundial, o brasil poderá atrasar décadas em sua dinâmica socioeconômica.


diplomacia brasileira. Nestes termos, a Geografia Política de Bolsonaro falha e se os países parceiros do Brasil passarem a boicotar

Imagens da Amazônia em Xeque:















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