quarta-feira, 31 de agosto de 2011

“O corpo tem suas razões - Antiginástica e consciência de si” Relações com a geografia e o ambiente


Autora (Thérèse Bertherat) Por: Belarmino Mariano Neto





Nosso corpo somos nós. É nossa única realidade perceptível. Não se opõe a nossa inteligência, sentimentos, alma. Ele os inclui e dá-lhes abrigo. Por isso tomar consciência do próprio corpo é ter acesso ao ser inteiro, pois o corpo e espírito, psíquico e físico, e até força e fraqueza, representam não a dualidade do ser, mas sua unidade (BERTHERAT, 1987, p. 14).



                Somos feitos de razão e emoção que se fazem pensamento, sentimento e vontade para que possamos estar em equilíbrio e conscientes do ser. Quando uma destas forças se sobrepõe as demais, perdemos o ritmo da existência, passando a encarar contrastes de um viver desequilibrado.

                O livro de Thérése Berttherat que trata da Antiginástica e consciência de si é um grande tratado de vida e de trabalho que se misturam e dão unidade ao corpo e a alma, desafiando as palavras a contarem sobre a prática do cotidiano que se faz em cada experiência.

                Estes escritos tratam do corpo enquanto morada sagrada dos nossos dias e o bom dono da casa é aquele que consegue harmonizar todos os espaços de um corpo que sente de o simples aí de uma unha ao (des)ritimar de um coração. A autora desafia as formas tradicionais de exercícios ou ginásticas para embelezar ou dar saúde, apontando algumas formas muito mais como embrutecedoras da calma, da alma e da alegria, onde os insatisfeitos têm em seu corpo uma casa onde não se mora tão grande é a assombração com os laços de insatisfação.

                A casa enquanto habitat, o bairro, a cidade. O morar alugado e a relação destas idéias com a casa corpo, que por muito passa despercebido de suas funções e cuidados, e passo a passo vai se tornando algo rígido, prisão e prisioneiro de sentimentos de angustia, alegria, decepções, tragédias trazidas pela vida e absorvidas completamente pelos ossos, carne, sangue e nervos, para em cada personalidade um morador de uma morada aparentemente estranha.

                O livro ao mesmo tempo em que se apresenta como uma busca que rebusca a vida afetiva e profissional da autora, é um apontador de caminhos, experiências práticas e formas de como você  se tratar como um corpo que pensa, sente e fala. (Re)agindo a todo e qualquer (des)estimulo de nosso cotidiano.

                A casa no beco representa o primeiro encontro da autora com seu corpo enquanto espaço de consciência. Saindo em busca de uma casa objeto material, se deparando com a antiginastica, descobre a casa real, aquela que guarda todos os segredos de uma vida, desde nosso nascimento e absorvedora de todos os nossos sentidos. Neste primeiro momento, já temos contato com alguns exercícios para a consciência corporal.

                O corpo que se faz forte, permitindo o amor, comer, beber e se permitir é o aprofundamento de uma busca de se mesma, um encontro com a vida e as emoções a muito reprimidas pelo peso dos valores que a sociedade, sua ética, moral e posturas vão impondo-nos.

                Esta busca lhe leva a um contato com a morte. É no morrer de um ente querido como aquele que se ama, para no desequilíbrio das emoções iniciarem na solidão o possível mundo do silêncio e construção de uma fortaleza para se proteger e dar proteção.

                O mais importante neste trabalho é o trabalho coletivo e a ajuda mutua aonde os mestres vão sendo descobertos dentro de se mesmo. a exemplo da sala de música, onde existe muito espaço, mas que no decorrer do fazer-se consciência de si, se descobre ainda nem sabendo respirar direito. As descobertas precisam vim de dentro e nunca do exterior. É neste contesto que se pode repassar o que se sabe, no ato de socializar os experimentos.

                A casa mal assombrada é o contato com outros corpos que buscam se descobrir os seus erros e preconceitos.



Toda rigidez muscular contém a história e a significação de sua origem. Quando ela é dissolvida, não só a energia é liberada... mas também traz à memória própria situação infantil em que o recalque se deu (W. Richer, apud. BERTHERAT, p. 66-67, 1987.)



                Temos que os neófitos nas experiências com o corpo são um receptáculo de dúvidas, medos e fragmentação das reações emocionais reprimidas e escondidas nas entranhas, muitas vezes abandonando o trabalho e fortalecendo as doenças do se fazer completa insegurança de si.

                Uma revolução pode ser representado pelo experimentar outras experiências no despertar das sensações corporais, reprimidas e adormecidas, sem, no entanto ultrapassar os limites do físico. Um trabalho bebido a partir de Françoise Méziéres, que apontava para o terapêutico, anatomia e fisiologia, onde o patológico pode se esconder nos recantos mais estáveis de um corpo aparentemente sãs.

Fazer a revolução é não aceitar o fracasso e no desafio trabalhar até com a força da gravidade no deslocamento das massas do corpo, cabeça, barriga, costa, etc., para no fazer da auto-observação, tratar vértebra por vértebra, onde a cabeça para frente ordena o movimento cotidiano do complexo corporal. a morfologia do corpo vem diretamente de sua musculatura, mas além destes elementos, temos outras articulações a darem se bem trabalhadas um morfologia perfeita ao corpo, onde apenas as fraturas e mutilações não permitem uma recuperação completa.

                A consciência corporal nos permite exigir um equilíbrio de todas as partes do corpo, para que possamos ter uma energia capaz de alimentar sem perdas todos os recantos da casa, para na consciência do toda, a relação do corpo com o universo. Estes são os alicerces milionários, para um corpo aberto, onde a energia fluir do sol, da lua e de todo o cosmo. Onda a terra possa representar o macro, nosso corpo total representar o meso e suas partes em equilíbrio o micro em completo funcionamento, ritmados pelo tempo da natureza e todos os elos com o mundo natural. Tratados orientais demonstram o quanto isto é importante para um corpo e mente sã, onde a micro-massagem, a o trabalho com agulhas, pode levar um corpo ao seu estado de luz.

                No próprio corpo podemos encontrar todos os pontos geradores do cosmo em nosso universo corporal, um exemplo pode ser os pés e seus meridianos de relação com cada um dos nossos órgãos, onde o polegar pode percorrer todo o corpo a partir do solado dos pés.

                Por corpos aparentemente sadios podemos nos enganar completamente, pois a essência pode encontrar-se aprisionada pelo mundo das aparências, deixando o corpo e suas energias concentradas no superficial. Por tanto, o desperto do corpo é o acordar da pessoa, que sendo acolhida pela sua casa, passa a cuidar harmoniosamente da casa, sendo o bom dono da casa, falando a língua de um corpo que fala a cada ato de prazer sentido a partir das pequenas coisas.
Referência:

BERTHERAT, Thérése. O Corpo tem saus razões - Antiginástica e consciência de si. São Paulo: Martis Fontes, 1987.

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Estudante Lança Campanha Virtual em Defesa da UEPB

O Estudante de pós-graduaçãoda Especialização em Direitos Fundamentais (UEPB), Assis Sousa de MOuraEx-Estudante de Letras e atualmente Doutorando em Educação pela UFPB em João Pessoa, lança a campanha virtual em defesa da UEPB em Guarabira.Todos sabemos do compromisso do Prof. Assis, com as questões educacionais. Todos os indicativos apresentados pelo mesmo são pertinentes. Como afirmou a Magnifica Reitora Marlene Alves, nas redes sociais, já existe o projeto de ampliação do CH com uma central de aulas. Esse projeto está na Pró-Reitoria de Planejamento, diretamente sendo acompanhado pelo Prof. Rangel Jr. O pró-reitor também nos informou que será feita a conclusão do anexo, já licitada e aguardando o inicio dos trabalhos, que ampliará o centro em mais seis salas. Acredito que com a não possibilidade de instalação de um campus da UFPB em Guarabira, é chegada a hora de uma auto-crítica dos nossos políticos, em especial os prefeitos, vereadores e deputados da região, no sentido de articularmos uma força tarefa para fortalecimento da UEPB em Guarabira, pois ela atende a estudantes de mais de 50 municípios das circunvizinhanças. Estamos abertos e aceitamos apoios como a ampliação da área física do campus, pois existes vários terrenos no entorno da UEPB, ocupados apenas por capim. O acesso a UEPB precisa de uma ciclovia e iluminação dos dois lados da pista, para que os estudantes da cidade possam ir de bicicleta ao campus. Precisamos de uma linha regular que pode ser de micro-ônibus em horários estratégicos que possa atender tanto aos estudantes, professores e servidores técnicos, quanto da comunidade do Conjunto Areia Branca. Por outro lado, estamos a disposição do poder público para ampliarmos os serviços educacionais em nível superior, pois como afirmou Assis, já temos reunido um excelente potencial humano academicamente preparado para estas novas mudanças.

vejam link na integra: http://brejo.com/2011/08/25/campanha-virtual-chama-atencao-para-o-campus-da-uepb-de-guarabira/#comment-644

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

A construção social de uma nova agricultura (Resenha)

A construção social de uma nova agricultura 
(Resenha do livro): 
Almeida, Jolcione. rio g. do sul /rs: editora da ufrs, 1999. pp.214


 Belarmino Mariano Neto
Este é um livro que sem sombra de dúvidas aponta para preocupações sociais extremamente novas . Pensa a agricultura , não enquanto uma atividade econômica ou agronômica, mas enquanto um construção social . Sendo assim , o autor divido este trabalho em quatro capítulos :
O primeiro trata do objeto e método , apontando para a idéia de surgimento das contestações . Idéia de ação coletiva e ator social , organização ou sistema social , conflitos e reivindicações.
O segundo trata das formas , origens e os meios das ações : a busca de uma nova agricultura . Atores sociais e lutas , organizações , discursos e práticas . Agricultura alternativa e sensibilidade ecológica . Ecologia científica e agricultura orgânica . Os projetos de diversificação agrícola .
O terceiro trata das ações coletivas e a constituição social ; atores e ações ; modos de leitura do social ; leitura social e busca de identidade ; princípios da agroecologia e leitura essencialista.
O quarto trata da autonomia, estratégias e auto-organização e tecnologias alternativas, fomentadas em especial por ONG's e movimentos sociais no campo.
O autor destaca alguns sentidos para uma idéia de nova agricultura: orgânicos, biológicos, ecológicos ou, simplesmente livres de agrotóxicos. Faz uma relação entre comida (alimento) e veneno, diferenciando "produção limpa" e grande produção (café, laranja, soja) com agroquímicos. Relaciona cardápio tecnológico e custo/benefício e considera as formas alternativas de produção agrícola enfatizando sua dimensão sociológica (sentido/significado). Ainda enfatiza os movimentos sociais que buscam a superação dos agroquímicos e como alternativa propõe os agroecológicos.
Diria que aprofunda o tema dos agroecossistemas, chamando a atenção para o desencantamento do mundo moderno e o reencantamento pelo mundo natural pura e simples; solidariedade entre humanos e respeito a natureza. O paradoxo entre o mundo moderno e os agroquímicos acessados por todos os segmentos sociais e o mundo camponês acessando as práticas agroecológicas.
Como bases teóricas, ver os conflitos e contrastes sociais visíveis – universalização X globalização. Relações econômicas X fragmentação; perda de sentido e falta de respostas positivas da sociedade. Realça a questão da identidade comunitária local e comunidade coletiva internacional; os movimentos sociais que criticam o modelo dominante e apontam alternativas transitórias no sentido da agricultura sustentável.
Os limites e as ações dos grupos sociais alternativos, o conjunto das experiências e as novas formas de viver e ver os efeitos sociológicos das lutas, contestações e dos movimentos sociais no campo.
Mudanças de um modo cultural de desenvolvimento e de um sistema histórico determinado. Liberalismo/neoliberalismo – sociedade de mercado e as expressões sociais, manifestações que seguem no plano cultural e econômico.
A problemática sociológica e filosófica de desintegração da modernidade ou tipos de modernidade... Tipificação de modernidade.
Conceito de crise e espaço social em Habermas (1987). Os grupos sociais oligarquicos e os grupos sociais de ações e solidariedade. Lugar que ocupam e papel que exercem.
Produção e reprodução da vida social. ONG's, associações, comunitarismo, cooperações agrícolas, sindicatos, partidos políticos, correntes da igreja, setores sociais ligados ao mercado tecnológico e ao próprio Estado (agenciamento técnico, econômico e social). Movimentações ideológicas. Pedaços sociais, pedaços culturais. Agentes sociais mobilizadores, interlocutores dos sem voz.
Grupos, associações, organizações (de pessoas e idéias): agricultura alternativa; agricultura orgânica; cooperação de assentados; novo sindicalismo rural e projetos de diversificação agrícola.

Capítulo 1: o objeto e o método:
Apreender sociológico as ações coletivas na multiplicidade e complexidade dos atores sociais envolvidos com a perspectiva da agricultura ecológica.
Significação sociológica: modernidade eliminação do subdesenvolvimento e desigualdades sociais, regula desequilíbrios. O sentido da agricultura moderna; as crises que abalam a sociedade e a agricultura.
Modernidade axiológica: crise agravamento dos problemas, extensão, ampliação.
Ciência técnica, informacional – capaz de superar todos os obstáculos e regenerar o humano ao máximo da civilidade. Melhoramento nas condições de trabalho, abertura cultural e ganhos em renda.
Por outro lado, marginalização e exclusão social, dependência tecnológica e econômica. Dimensão macroeconômica e social; crise internacional dos anos oitenta, crise nas camadas sociais e estágios de miséria; comportamento negativo do desenvolvimento. (pp. 31)
Novas proposições e ações coletivas por uma agricultura diferente, apoiada fortemente nas criticas das noções de modernidade e modernização.
Construção de uma identidade sociocultural e crítica a idéia de crescimento econômico e industrial ilimitados – a bordagem simbólica da leitura social das tensões, problemas da realidade.
Análise simbólica em três níveis : 1) sócio-econômico ou estrutural; 2) dinâmica de organização e modernização; 3) cultural – entre os elementos representativos e os reais.
As ações coletivas e os movimentos sociais – a teoria não fornece respostas apriori .
Atores sociais, suas ações, o lugar e os objetivos – as características próprias e os fundamentos teóricos da abordagem.
(reflexão nossa)
Como estudar comunidades rurais e suas ações sociais e que categorias analíticas utilizar?
Apresentar e discutir o quadro teórico geral e nele realçar as categorias teórico-analíticas essenciais nesta pesquisa?
As categorias e conceitos que são ou estão interrelacionados, considerando que a realidade que se propõe analisar é dinâmica, complexa e interativa, pois trata-se de uma realidade em que privilegia as ações sociais coletivas?
Não pretendo chegar nem sair de impasses teóricos, como os que existem em um bom número de análises e reflexões nessa área, do tipo analíticos clássicos como o marxismo, ou funcionalismo e estruturalismo. Nem sair do dualismo histórico-filosófico que acompanham analiticamente os movimentos sociais com base em crises e contradições estruturais, mas pensar ou refletir sobre se a transição é uma marca da complexidade e dinâmica que admite contradições e crises, enquanto partes correlacionais dos processos e práticas sociais?
O autor considera a teoria de sistemas importante passo na investigação dos processos pelos quais emergem as ações sociais, considerando estas ações coletivas com forte articulação interna, sem no entanto ver os atores sociais, meros e necessários agentes históricos, superadores das contradições criadas pela realidade social sistematizada. Não considera a ação coletiva enquanto força que interfere no equilíbrio do sistema, contrários a ordem social e a tudo que determinam suas instituições políticas e jurídicas. (pp.38)
A soma das ações individuais geram a ação coletiva ou determinado contexto social. Os grupos sociais geram ações coletivas enquanto sujeitos coletivos.
Weber(1971), considera ação como a mobilização de um, de vários ou de numerosos "indivíduos separados" – sociologia individualista.
Touraine (1973), define ação dentro de uma sistema social enquanto uma prática de relação social orientada para a manutenção ou transformação de um ou vários elementos. Ação coletiva enquanto um conjunto de práticas conflituais intervindo em um sistema social.
Melucci (1985), considera ação como uma intricada rede de objetos, de recursos e de obstáculos, como uma orientação voluntária que se constrói em um sistema de oportunidades e restrições. Os atores sociais interagindo a partir da situação em que se encontram.(pp.40)
Organização ou sistema social – relações conflituais entre forças sociais e luta pelo controle do sistema ou modelos normativos. Institucional ou político. O sistema numa conotação particular, visão de conjunto na qual diversas partes interagem de forma interdependente – sistema social como sendo de ação histórica, relações de classes ou político organizacional. (pp.41). Estes são suportes teóricos que o autor utiliza para dar base as suas linhas de reflexões.
Diferente da noção de teoria de sistemas aplicados aos conjuntos naturais ou cibernéticos, em que os reguladores são elementos automáticos. A noção sistema social percebida enquanto construção humana coletiva e contingente, com liberdade relativa dos atores – por mais atraente e tranquilizadora que seja a análise dos fenômenos através de um modelo científico tal qual a teoria dos sistemas aplicados, que as ciências sociais e humanas utilizam amplamente, ela não permite apreender a liberdade e o caráter aleatório dos comportamentos humanos. (pp.41)
A idéia de Social – A natureza do tecido social em termos de poder e resistência que TOURAINE, (1978), admite como uma mistura de dinâmicas e conflitos latentes ou declarados, de dominação, de negociação, de violência e de desordem.
"transbordamentos " do espaço da organização social – vasto território onde os fenômenos, as identidades e as formas de vida pouco institucionalizadas transgridem ou desafiam a ordem que lhes tenta codificar ou submeter. O território do social como espaço da periferia, maior ou menor segundo cada caso, situando-se no interior da organização social, diferenciando-se desta por constituir um lugar de experimentação desterritorializado, espaço de pulsações inovadoras que para ARDITI, (1988) aparece e desaparece de uma hora para outra, sem o controle do poder ou organização social. (pp. 42)
Reflexão nossa : como entender o social sem limites ou contornos exatos, como maior que a organização social? Um espaço mais aberto, sem determinações, nem obrigações. Contradição frágil entre o obrigado e o esforço para sobreviver frente à força do poder? Busca da ordem e/ou rebeldia do social?

O autor afirma que é no espaço ou campo, do social e da organização social e suas interações que se realizam as relações sociais e os conflitos que interessa para este estudo. Interação enquanto um jogo complexo onde se expressa a natureza da ação. Uma trama interativa delimita pelo campo das práticas.
Os conflitos, leituras do social, ação como sentido do agir conflitual. O conflito como uma relação de oposição entre os atores sociais que participam de um mesmo sistema de ação histórica. A ação como o centro da criação de sentidos.
Ações reivindicadoras, ações críticas e movimento social – coletivas e movimentos de luta. O movimento é forte se ultrapassa o limite das suas reivindicações. Se atingem apenas o ponto de equilíbrio são de ação crítica entre a participação e o ataque contra o Estado. (pp. 47)
Movimento social – ação solidária, conduzindo o conflito e ultrapassando os limites do sistema no qual se desenvolve a ação (Cf. Melucci, 1985), transformando as relações de dominação social. Origem na luta reivindicatória, contestação, crise, contracultura.
Crítica ao modelo marxista de luta de classes em relação aos movimentos sociais para complexidade da sociedade, conflito de poder e diversos e correlacionados níveis de hierarquias.
O conflito, manifestações escondidas, disfarçadas, camufladas, anônimas, cheias de armadilhas.
O método considera o processo social complexo, ambíguo e cheio de contradições. Assim o método da observação –interpretação – interrogação, considerando a história dos indivíduos, dos grupos e organizações sociais, o discurso, as representações sociais e as estratégias das ações coletivas que propõem formas novas de fazer agricultura.
Para tal, usou-se critérios empíricos e técnicas entrevistas não diretivas o questionário e a análise do material bibliográfico e documental. Diário de campo, com ficha de campo, acompanhamentos dos grupos e participação de atividades diretas, registro fotográfico, gravações das entrevista foram algumas das técnicas implementadas a pesquisa. O método qualitativo de observação participante, permitiu identificar as diferentes ações "do dizer e do fazer", dos atores sociais em suas visíveis manifestações individuais e coletivas. Com base no método de observação – interrogação, buscou apreender o que os atores sociais "não dizem", ficando escondido por trás dos discursos e práticas sociais. (...) pp. 52.

Cap. 02 – As origens, as formas e os meios de ações :
A busca de uma nova agricultura. Atores sociais e suas lutas. Base histórica a partir da fase colonial...chegando até ao MST e as ONG's de hoje.
O discurso e a prática: as novas palavras e as coisas. "nova agricultura, agroecologia, sustentabilidade..."Esboço de alguns arquétipos alternativos – a sensibilidade ecológica e seus determinantes ( elementos históricos); agricultura alternativa, contracultura e autonomia tecnológica (ecológica, econômica e social); Centro de Tecnologias Alternativas (cetap) – ONGs, 1986...Centro de apoio ao pequeno agricultor (CAPA), ONG's, 1989, Igreja e resistência camponesa no Sul...Centro Vianei de Educação Popular (CVEDP/CPT) anos 80...(...). Associação e Serviços a Projetos de Agricultura Alternativa (AS-PTA/FASE) ONGs... anos 90... condições idéias e base social para base organizacional rural. Agroecologia e base de sustentação política – sindicalismo, consciência e ação política...
Ecologia científica e a agricultura orgânica – base de transformação social para padrões ecológicos "humanista-naturalista" – LUTZENBERGER "Manifesto Ecológico Brasileiro" – visão ecológica das coisas como novo paradigma...pp.96
Associação de Produtores Orgânicos (APRO ) – 1988/RS...; Assentamentos e a cooperação agrícola; sindicatos voltados para produção agrícola; projetos de diversificação agrícola e a bandeira de diversificação...

Cap. 03 – Ações Coletivas e a constituição do Social .
A dessocialização do social; o caráter global e crise do liberalismo pautada no mercado auto-regulador e mercantilização da vida. Dissolução da idéia de projeto social e abertura global da marca do individualismo consumista.
Atores e ações coletivas a (re)constituição do social – crítica ao funcional-estruturalismo; crítica ao marxismo em função da supervalorização do sócio-econômico, dualidade das classes e papel ideológico dos valores por estas teorias não levarem em conta "todas" as dimensões do conflito na ação social coletiva, reduzindo-as a ações patológicas ou marginais. As lutas agora, vistas na ótica do complexo e de outras razões mais específicas, existenciais e de mudança da vida cotidiana...pp. 125
Modos de leitura do social – Constituição simbólico-cultural (de 1-agregações, 2-essencialista e 3-relacional) – 1) idéia geral de mercado, subordinação do trabalho individual ou coletivo à circulação de dinheiro e ao consumo. O agregado coletivo foi quebrado ou dissociado – o mercado assume ou aparece como o unificador social. Daí a idéia de ações e crise econômica. 2- Essencialismo é a leitura das identidades, exclusão e autodefinição dos grupos, comunidades ou "tribos", limites, ruptura e ou violência. Essencialista – origem e concepção do conflito, sua ruptura ou isolamento. Apelo a sua forma mais extrema, a essência a um inimigo ou à utopia total, completa recusa aos princípios gerais diretores. Individualismo ou comunitarismo – dessocialização dos atores sociais e a formação das microssociedades, estáveis, imutáveis...pp.126
Reflexão: nesse ponto, pretendo ver a lógica do cibernético e virtual... da utopia ...
3- o relacional – racionalidade instrumental e científica, ação intencional; a realidade social não transparente; indefinição entre o passado e o moderno, crise de centro de referência e dificuldade de construir o "nós". As relações racionais são capazes de estabelecer uma estrutura dos sistemas de relações sociais e não as relações primitivas ou naturais.
A leitura social de agregados e as relações de adaptação/integração.(pp.128) Os atores pensam suas práticas não como de resistência mais como de sobrevivência física – perspectiva de disputa no mercado e ações de acomodação, conciliação, conflito, integração e viabilidade econômica e social.
A leitura Essencialista do Social e a busca de identidade – critica a modernidade, valorização do tradicional, cultura do comunitarismo, pequenos grupos ecológico-conservacionista, cada vez mais dramatiza o tecido social total, encorajamento para que novos atores constituam uma nova comunidade ou subcultura, nelas reconhecendo a identidade social defensiva e a moral perdida. (pp.140).
Os princípios da agroecologia: rumo a uma lógica relacional do social? – resistência identitária ou sociedade fragmentada em redes restritas de grupos ou comunidades. Ou mesmo integração aos sistemas por participação, ou pela aceitação e mesmo reprodução de uma fragmentação social. Ou criaram um novo tipo de movimento coletivo que vai buscar sair das formas mais ou menos reclusas e de dominação social como um todo. De fato, as proposições agroecológicas ainda são muito restritas, limite aos projetos de fomentação e com frágil nicho produtivo.
Fica a reflexão: É um modelo, pode ser alternativo, portadora em gestação de um movimento social em formação e leva a marca da novidade?

Cap. 04 – Buscando a autonomia – Objeto de reivindicações, organização independente, crise de modelos presentes e contestação.
Autonomia camponesa ou quase autarquia – autonomia e trabalho, tecnologias, profissão, produção ou recuperação da tradição camponesa.
Estratégias para a autonomia; autonomia-solução e auto-organização como objetivo econômico; autonomia política – idéias, experiências e proposições(pp.148-171); Autonomia e tecnologias alternativas: critica contracultural e movimento social.
Reflexão: que idéia, que movimento, que futuro?
Belarmino Mariano Neto . ( belogeo@yahoo.com.br) , Guarabira, 07 de dezembro de 2003
Prof. da UEPB. Doutorando em Sociologia pela UFPB/UFCG.
Melucci (1980_ e Touraine (1984) sociologia da ação coletiva – relações sociais dos atores no sistema.

Acordo entre Incra e proprietário põe fim a conflito de 13 anos na Paraíba

            O Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) na Paraíba e o proprietário do imóvel Fazendas Quirino/Olindina/Caiçara, no município de Juarez Távora, assinaram, na tarde desta terça-feira (16), na 6ª Vara da Justiça Federal da Paraíba, em Campina Grande, um acordo para a conclusão do processo de desapropriação do imóvel, que aguardava decisão judicial desde 1999. De acordo com o procurador jurídico do Incra-PB Ridalvo Machado de Arruda, o Incra ofereceu nova proposta para os valores que serão pagos pela desapropriação da área à proprietária, e os valores depositados em juízo há cerca de 13 anos foram atualizados e são compatíveis com a realidade do mercado.
            O imóvel, localizado no agreste paraibano, possui aproximadamente 901 hectares e é reivindicado por cerca de 30 famílias – a maioria formada por posseiros.  A região se transformou em área de conflito após o imóvel ter sido declarado de interesse social para fins de reforma agrária em 03 de março de 1998. Foi criado um Projeto de Assentamento para 46 famílias que moravam há mais de 20 anos no imóvel, mas a ação de desapropriação foi suspensa por força de decisão proferida pelo Tribunal Regional Federal da 5ª Região, com base na Ação Declaratória movida pelo proprietário, que pretendia provar que as terras eram produtivas. A decisão dependia de apreciação do Superior Tribunal de Justiça.
            Ficou acordado que o valor total da indenização que será pago pelo Incra é de R$ 2,2 milhões, incluindo a aquisição da terra e o pagamento das benfeitorias. A proprietária tem 60 dias, a partir do conhecimento via judicial do pagamento dos Títulos da Dívida Agrária (TDAs), para desocupar o imóvel.
            Os próximos passos para o assentamento das famílias são a imissão de posse da área pelo Incra e a criação do Projeto de Assentamento, que deve manter o nome escolhido anteriormente, Novo Horizonte.
            Participaram da audiência de conciliação, presidida pelo juiz federal Francisco Eduardo Guimarães Farias, o procurador da República Marcos Alexandre de Queiroga, o superintendente regional do Incra-PB, Lenildo Dias de Morais, o procurador jurídico do Incra-PB Ridalvo Machado de Arruda, o advogado da Comissão Pastoral da Terra (CPT), Noaldo Meireles, a proprietária do imóvel e representantes das famílias que devem ser assentadas.
            “O acordo de hoje representa mais uma vitória para a reforma agrária. É o fim de um processo emblemático que teve seu desfecho desenhado ainda na gestão de Frei Anastácio, mas só concluído agora, após muitas negociações entre o Incra, os trabalhadores, os proprietários e a Justiça Federal”, afirmou Lenildo Morais.
            Instantes após a assinatura do acordo, o presidente nacional do Incra, Celso Lisboa de Lacerda, telefonou para o superintendente do Incra-PB elogiando o empenho da Superintendência Regional e da Justiça Federal na Paraíba em pôr fim ao conflito em Quirino.

Área de conflitos
            De acordo com relatórios do Incra-PB, o caso mais grave de violência registrado contra as famílias de posseiros de Quirino foi praticado no final da noite do dia 9 de dezembro de 2007, quando a família do posseiro José Luiz da Silva foi espancada após ter a casa invadida por cerca de nove homens armados, três deles encapuzados e alguns com roupas camufladas e botas.
            Os posseiros relataram que, em uma ação sincronizada, os homens arrombaram portas e janelas e invadiram a casa do posseiro, que estava com a esposa e três filhos menores. Todos foram espancados, inclusive a filha caçula do casal, que tinha três anos. A mãe e a filha de 10 anos sofreram tentativa de estupro. Todos os objetos da casa foram quebrados (mesa, cadeiras, geladeira, fogão, o pote de água) e os agressores levaram objetos de valor (uma TV, um DVD, um aparelho de som, uma motocicleta) e R$ 700.
           
Posseiros comemoram
            Os posseiros de Quirino, lideranças da CPT, o professor da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) Roberto Efrem e estudantes de um projeto de extensão do curso de Direito da instituição que acompanham o caso há um ano e meio, saíram em carreata pelas ruas da cidade de Juarez Távora anunciando que o conflito estava terminado. Eles se reuniram na praça principal da cidade e soltaram fogos de artifício em comemoração à conquista dos trabalhadores.
            De acordo com João Luiz da Silva Filho, um dos posseiros, as famílias viveram 13 anos de insegurança e incertezas. “Chegamos ao final de uma longa história de luta e estamos iniciando uma nova vida de desenvolvimento, crescimento, abundância e sustentabilidade”, afirmou.

Fonte:
Kalyandra Vaz - Assessoria de Comunicação do Incra-PB - (83)  3049-9259 / 8610-1118

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

MST ocupa terra grilada pela Usina Ester em Americana-SP

                                                                                                                                      
250 famílias reivindicam terra do INSS utilizada ilegalmente pela usina

 
Terra para produzir alimentos é uma das reivindicações dos Trabalhadores Sem Terra. Pela manhã deste sábado (06/08), 250 famílias ocuparam o Sítio Boa Vista que tem cerca de 80 hectares. A área pertence ao INSS e está localizada na região do Salto Grande no município de Americana-SP, próximo ao Sobrado Velho. As famílias reivindicam que essas terras públicas se tornem um assentamento de reforma agrária.
Já há três anos parte destes trabalhadores estão vivendo em barracos de lona, lutando por um pedaço de terra para sobreviver. Várias ocupações foram feitas na região e o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) se nega a assentar as famílias. 
Já há alguns anos a Usina invadiu áreas nessa região para o monocultivo da cana-de-açúcar. A monocultura da cana degrada a natureza com o esgotamento das riquezas minerais do solo e o uso intensivo de agrotóxicos. Constatamos que a Usina grila mais de 4.000 hectares de terras públicas dos governos municipal, estadual e federal. 
A área é próxima ao assentamento Milton Santos, onde estão assentadas 75 famílias atualmente. Desde 2002 o MST ocupa e denuncia o uso indevido da terra pela Usina Ester, área essa que é do INSS. Na última ocupação, feita na mesma área, as famílias sofreram um despejo violento pela Policia Militar de Americana. Esse despejo foi realizado sem uma liminar da justiça o que deixa claro que a PM executou uma ordem da Usina Ester.
Agora, mais uma vez, os usineiros, através da polícia militar, tentaram retirar as famílias por meio de uma liminar já vencida de dois anos atrás. Mas a resistência dos trabalhadores impediu a ação ilegal da polícia neste sábado.
O acampamento tem se ampliado com vinda de novas famílias. Elas permanecerão na área até que os órgãos responsáveis atendam todas as suas reivindicações.
Nesta segunda-feira (08/08), às 8 horas da manhã, haverá um ato político em defesa da reforma agrária na área de ocupação. Todos os companheiros e companheiras que apoiam essa luta estão convidados a participar desse ato junto com as famílias acampadas.
Terra para quem nela trabalha!
A terra é do povo!
Viva a Reforma Agrária!
MST – Regional Campinas


domingo, 14 de agosto de 2011

“Memórias de Fogo – Assis Lemos e as Ligas

Lançamento do documentário “Memórias de Fogo – Assis Lemos e as Ligas
Camponesas”,
Em Guarabira, no dia 25 de agosto de 2011
Na Câmara Municipal e na UEPB
De acordo com Nonato Nunes em seu site http://protexto.zip.net O documentário "Memórias de Fogo - Assis Lemos e as Ligas Camponesas", escrito, dirigido e adaptado Nonato Nunes, com edição de imagens de Nyll Pereira e narração de Bosco de Mello, conta a história de sacrifícios do ex-deputado socialista paraibano Francisco de Assis Lemos, preso, torturado e depois cassado pela ditadura militar logo nos primeiros dias do golpe militar de 31 de março de 1964. Vale salientar que o mesmo documentário foi exibido na Universidade de Havana (Cuba) e ainda na TV Cubana. Também a TV Assembléia vem exibindo o "doc" em reprises sucessivas.
PROGRAMAÇÃO 
Na Câmara Municipal de Guarabira – Casa de Osório de Aquino
16:30 – Formação da Mesa
16:35 – Abertura (Vereador Beto Meireles)
16:40 – Discurso do vereador Beto Meireles
16:55 – Discurso do jornalista Nonato Nunes (diretor do documentário)
17:10 – Discurso do ex-deputado Antônio Augusto Arroxelas
17:25 – Discurso de Dona Elizabeth Teixeira
17:40 – Discurso do ex-deputado Francisco de Assis Lemos
17:55 – Exibição do documentário Memórias de Fogo
18:50 – Encerramento
Na Universidade Estadual da Paraíba (Campus III, Guarabira)
20:00 – Formação da Mesa
20:05 – Abertura (Diretor Belarmino)
20:20 – Discurso do Diretor Belarmino
20:35 - Discurso do jornalista Nonato Nunes (diretor do documentário)
20:50 – Discurso do ex-deputado Antônio Augusto Arroxelas
21:05 – Discurso de Dona Elizabeth Teixeira
21:20 – Discurso do ex-deputado Francisco de Assis Lemos
21:35 – Exibição do documentário Memórias de Fogo
22:25 – Encerramento
Organizador: Nonato Nunes
Apoio:
Câmara dos Vereadores de Guarabira
Universidade Estadual da Paraíba - UEPB/CH
Centro de Referência em Direitos Humanos do Agreste

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

UEPB faz homenagem a Elizabeth Teixeira


A UEPB Universidade Estadual da Paraíba, através de atividade promovida pelo Núcleo de Estudos Rurais (NER), concederá à líder camponesa Elizabeth Altina Teixeira, a  Medalha do Mérito Universitário, em reconhecimento às ações por ela protagonizadas durante sua vida. A solenidade acontecerá no dia 12 de agosto, às 19h30, no Auditório do Centro de Educação (CEDUC), unidade localizada na Rua Antônio Guedes de Andrade, 190 Catolé, em Campina Grande.
A homenagem está sendo oferecida à Elizabeth no intuito de manter viva a memória da luta camponesa, por notório merecimento, enquanto liderança das ligas camponesas, em reconhecimento às ações por ela protagonizadas juntamente com seu esposo, João Pedro Teixeira, líder assassinado no mesmo período, por conta da sua atuação na luta pela conquista e afirmação de direitos para os camponeses.
Na ocasião, também haverá mesa-redonda tendo a homenageada como tema, com a participação do professor convidado Alder Júlio Calado e a professora do Departamento de História da UEPB, Patrícia Cristina Aragão. Será divulgada ainda a abertura do “Concurso de redação e artigos científicos sobre as mulheres e os movimentos sociais no campo”.
Conheça um pouco da história de Elizabeth Altina Teixeira
No campo, ainda se morre de fome e de bala, como nos tempos de João Pedro Teixeira, mas alguma coisa mudou – as ligas camponesas deram frutos e engendraram os milhares de sindicatos de trabalhadores rurais, suas federações e outros movimentos camponeses, prova de que o povo se organiza e conduz a luta de outra forma. Assim fala o grupo Tortura Nunca Mais/RJ (GTNM/RJ), na ocasião da Medalha Chico Mendes concedida a Elizabeth Altina Teixeira há cerca de 20 anos.
Paraibana, hoje com 84 anos, Elizabeth é viúva do líder sindical João Pedro Teixeira, o “cabra marcado pra morrer” do filme homônimo (Brasil, 1984) do cineasta Eduardo Coutinho. De início, ela não participava na luta de João Pedro, na Paraíba, quando ele resolveu reunir os camponeses para criar uma associação para defender os seus direitos. Quando os latifundiários perceberam que as ligas camponesas estavam cada dia mais fortes, resolveram assassinar João Pedro, morto em abril de 1962. Dois de seus filhos também foram assassinados. Sua filha mais velha não suportou o sofrimento e, inconformada com a impunidade diante do assassinato do pai, suicidou-se.
Com a morte de João Pedro, Elizabeth Teixeira assumiu a direção da liga. Foi perseguida e injuriada, mas nunca desistiu nem deixou de reclamar, junto aos proprietários, os direitos dos companheiros.
Após o golpe de 64, Elizabeth foi presa por mais de dois meses; ao sair da cadeia, para escapar das perseguições, teve de fugir com um dos filhos para o Rio Grande do Norte, onde viveu 17 anos clandestinamente, com outro nome. Trabalhou colhendo feijão e arrancando batata. Ela e os filhos passaram fome. Elizabeth lavou pratos, lavou roupas, precisava tocar a vida, apesar da dureza do destino e do desejo de justiça ao assassinato de João Pedro.
Vivia refugiada para não ter o mesmo fim do marido. Em 1980, foi encontrada pelo diretor Eduardo Coutinho que queria terminar o seu filme sobre as ligas camponesas e reencontrou o filho Abrão. Depois desse encontro, ficou mais fácil localizar os outros filhos. Em 1981, retomou seu nome de batismo, Elizabeth Altina Teixeira.
          atenciosamente
            Prof. Benjamim

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Valeria Resende na UEPB de Guarabira

Texto do SEDUP...

Maria Valeria Rezende

A escritora Maria Valéria Rezende palestra e lança livro em Guarabira
No próximo dia 17, às 14 horas a escritora Maria Valéria Rezende fará uma palestra e lançamento de um livro na Universidade Estadual de Guarabira- Campus III, Guarabira, num evento promovido pelo CA de Letras.

Maria Valéria Rezende é escritora e uma das fundadoras do SEDUP - Serviço de Educação Popular, uma organização não governamental que este ano completa 30 anos de atuação na região do brejo paraibano. Valéira nasceu em Santos, São Paulo, onde viveu até aos 18 anos. Em 1965 entrou para a Congregação de Nossa Senhora – Cónegas de Santo Agostinho. Dedicou-se sempre à Educação Popular, primeiro em São Paulo, e a partir de 1972 no Nordeste, vivendo em Pernambuco e na Paraíba, no meio rural, até se fixar em João Pessoa, onde vive atualmente. Em 2001 publicou o livro de contos, Vasto Mundo, e em 2005 O Vôo da Guará Vermelha (veja resenha abaixo), o seu primeiro romance. Revolucionária, educadora e escritora polémica, Maria Valéria Rezende deixou o convento e transformou a vida religiosa numa aventura radical. 

Respeitada e admirada pela suas qualidades como educadora popular, militante dos Direitos Humanos e escritora Valéria sempre recebe com interesse os convites recebidos da cidade de Guarabira, onde está situado o SEDUP, uma das organizações das quais se orgulha ter ajudado a erguer e manter.

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resenha de um de seus livros:

O Voo da Guará Vermelha - Maria Valéria Rezende

A seguir, há uma resenha do romance O Voo da Guará Vermelha, Maria Valéria Rezende, autora que, neste ano, estará no Abril Mundo. A autora proferirá uma palestra no dia 23/06, intitulada Ler é multiplicar-se.


Este ano, o vestibular da UFSC tem em sua lista de obras literárias de leitura obrigatória, O voo da guará vermelha, de Maria Valéria Rezende. Bela escolha! Às vezes as listas trazem agradáveis surpresas, que tornam um pouco mais prazerosa a atribulada vida dos vestibulandos.
O livro é simples, com enredo e linguagem acessíveis a quase todo tipo de leitor. Porém, com uma reflexão mais aprofundada, podem surgir perguntas, como: Qual a relação entre o cinzento e o encarnado? Por que há frases do tipo “É perto do meio dia,dizem as sombras”? Respondendo de forma paradoxalmente objetiva, dir-se-ia que isso é o que chamamos de Literatura. As coisas ditas e, ao mesmo tempo, não ditas, que agitam nossa alma.
A história trata da vida sofrida de Rosálio e Irene. Ele, um pedreiro analfabeto que carrega consigo uma caixa de madeira, cheia de livros. Ela, uma prostituta doente em fim de carreira. A fusão entre o cimento e a guará vermelha ferida vai dando origem a uma explosão de cores que toma conta da vida tão incolor de ambos. Eles interagem e se complementam, à medida que Rosálio aprende as primeiras letras com Irene que, em contrapartida, ouve maravilhada a fantástica história da vida dele: “conta para eu sonhar”, ela pede. E completando esse poético escambo, Irene ainda acumula mais duas funções: lê para seu companheiro os livros da caixa e coloca no papel as lindas narrativas auto-biográficas que ele conta. Pensando bem, tudo isso parece ser uma só coisa, até porque “a vida mistura tudo e quem quiser separar não vive nada que valha”.
A citação acima evidencia o destaque do livro: a musicalidade. As palavras são minuciosamente escolhidas e colocadas, fazendo com que a gente sinta vontade, em vários momentos, de ler em voz alta.
Alencar Schueroff
Pesquisador voluntário do PROLIJ e professor do Curso Persona.

http://www.passeiweb.com/na_ponta_lingua/livros/resumos_comentarios/o/o_voo_da_guara_vermelha

Pelo Fim do Analfabetismo na Paraíba

Uma iniciativa histórica da Universidade Estadual da Paraíba em parceria com o Governo do Estado tem em vista promover, já a partir do próximo semestre, uma mudança fundamental no quadro do analfabetismo na Paraíba.

A Resolução nº 020/2011, aprovada recentemente pelo Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Consepe), promete preparar os graduandos – futuros professores de Licenciatura – como agentes de letramento, diante das novas exigências didático-metodológicas sobre os processos de ensino e aprendizagem da leitura e escrita que extrapolam o âmbito da alfabetização.
veja mais detalhe e maiores informações procurar Profa. Eliana Moura na PROEG:
http://www.uepb.edu.br/index.php?option=com_content&view=article&id=3313:iniciativa-historica-uepb-iniciara-projeto-que-visa-erradicar-o-analfabetismo-no-estado-da-paraiba&catid=176:slide&Itemid=410

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

O tempo e a cultura da natureza

O tempo e a cultura da natureza:
uma análise das sensibilidades dos escritores regionais em relação ao semiárido do nordeste brasileiro

Catarina de Oliveira Buriti
José Otávio Aguiar

Objetiva-se neste trabalho analisar de que forma os referenciais naturais/climáticos e sociais/históricos influenciaram as narrativas de Raquel de Queiroz na obra O quinze (1930) e de Graciliano Ramos em Vidas secas (1938), escritores ligados à literatura regional do Semiárido. O enfoque será dado, particularmente, às sensibilidades desses literatos em relação aos fatores naturais e climáticos configurados artística e esteticamente nessas fontes sob a forma de um tempo cíclico da natureza forçosamente vivenciado pelas populações da região. 
leiam artigo na integra:
 http://www.historica.arquivoestado.sp.gov.br/materias/anteriores/edicao38/materia05/

O Lixo nosso de cada dia

Por Belarmino Mariano Vendo os dados do Portal Desenvolvendo Negócios, podemos observar que as dez maiores empresas de coleta de...